100nada

Olha olha, eu ali!

21 de Abril às 18h30 – Mesa Redonda: Webblogs: o autor/editor

Local: Biblioteca Municipal Central – Palácio Galveias – Entrada livre

Com a participação de:

Francisco José Viegas

Catarina Campos (esta sou eu)

Moderador: Isabel Goulão

Temas em discussão:

A dicotomia autor/editor e a questão da validação dos conteúdos;
Novos caminhos da informação e de debate;
O uso integrado das tecnologias ao serviço da criatividade;
O uso de blogues na educação e no desenvolvimento do gosto pela escrita.

(mal adaptado do site oficial)


Regresso ao betão

Hoje de madrugada, tomei o pequeno almoço de frente para uma árvore destas. Depois fiz 250 km: tudo verde ao largo da A1. A primavera aqui tão perto e eu enfiada dentro de um prédio: há segundas feiras tramadas.

Adenda: então não é que os caules das folhas dos rabanetes, que plantei há 15 dias e já têm um cm de altura, são cor-de-rosa? E, ó descrentes, as alfaces também estão a crescer! Olé!


(a separar peças por cores e desenhos)

Quando eu era mesmo muito pequena – é engraçado como as obsessões se podem tornar inspirações ou então é essa inspiração, chamemos-lhe assim, de infância que se pode tornar numa obsessão e

também é engraçado que outras inspirações apareçam de repente
ou sem ser de repente (que me me dás vontade e me fazes escrever, é um facto)

e essa recordação seja agora muito nítida, cada dia mais cristalina: quando eu era mesmo muito pequena, o meu bisavô tinha uma casa de férias na Figueira da Foz.

As recordações de infância são uma espécie de puzzle antigo; lembramo-nos de algumas peças soltas, o resto preenche-se com as recordações dos adultos, mas sabemos sempre quais são umas e quais são outras. Conseguimos contar a história com todas mas, enquanto as outras são vagas e apagadas, as nossas mantêm a mesma côr (embora possamos não o saber até aparecer alguma coisa que as pinta de fresco outra vez).

Quando eu era mesmo muito pequena e o meu bisavô tinha uma casa de férias na Figueira, eu passava lá férias (até lá vivi durante uma altura, mas é das férias que esta peça trata). A casa, que eu nunca mais vi e sei que ainda lá está, mas nunca mais a vi, não é bem não querer voltar a ver, não é exactamente nunca calhou; é nunca mais a vi e talvez seja melhor assim, era (deve ser ainda) enorme, com imensas peças espalhadas: matar formigas na passadeira branca que se colocava sobre a passadeira boa nas escadas, as formigas muito pretas em fila sobre aquela superfície branca e eu a esmigalhá-las com o dedo, uma a uma; caracóis nas couves da horta e uma mata do lado de lá do caminho que subia do portão com uma casinha que eu imaginava sempre ser a casinha da menina (princesa?) curiosa, aquela que não descansa enquanto não destapa a coisa maravilhosa tapada que não podia destapar, embora soubesse que aquela casinha era só uma estufa; as costas do sofá para onde trepei quando a televisão mostrou o homem a chegar à lua e os tios todos a verem, a camarata das primas crescidas onde eu também dormia, o copo à cabeceira da cama com o bichinho de luz que se transformava em moeda de manhã; é só começar a lista e nunca mais acaba, é talvez por isso que nunca mais a vi, a essa casa.

A casa tinha uma entrada. Uma daquelas salas que só servem para conversar à saída, nas eternas despedidas de família em que se fica quase tanto tempo como o que se esteve no tempo durante, uma sala com uma porta para o jardim, varanda, alpendre a toda a volta, dois degraus, jardim, socalcos até à rua do lado da frente (roseiras? e eu dei com um martelo pequenino nas costas do jardineiro, que raio de ideia teria sido a minha?) a minha Mãe de óculos escuros sentada nos degraus nas fotografias com as filhas à volta (mais peças) – eramos mesmo pequenas.

Na entrada só havia uma mesa a meio. Uma mesa enorme.

(ou então havia mais coisas, uns vasos, umas cadeiras, não interessam)

E na mesa, mesmo que não fosse sempre, é como se fosse sempre que me lembro: durante as férias, era sempre; na mesa havia sempre um puzzle. Dos enormes, dos de milhares de peças. Ninguém o fazia, exactamente. Ia-se fazendo. As pessoas, os tios, os primos, toda a família que ali estava nas férias, iam passando, iam entrando, iam saindo, iam conversando nas despedidas: e iam acrescentando uma peça aqui, uma peça ali.

Não se trata exactamente de pessoas reunidas em volta de um puzzle. É um puzzle que ali está, com uma existência quase independente e as pessoas vão passando. E (não sei porque raio tenho eu a mania de acrescentar sempre uma moral à história) faz-me mais sentido que uma família seja um todo assim: composto de peças soltas.


Querem ver que

preciso de meter mais uma tábua na mesa?
(PS: considerem-se devidamente respondidos: agradecimentos, beijos e abraços – faltam-me peças, faltam-me peças dos lados…)

Adenda: juro que gostava de escrever sobre puzzles. A sério. Até sobre outra coisa qualquer, sem ser puzzles. Mas não dá tempo que também não é muito.


Isto sim, é um vício! Olé!

Não me acredito que acabei de mudar móveis e acrescentar tábuas à mesa de jantar…144X68; caneco, quase metro e meio…

Ah poizé. Não tinha dito. Era até para ter escrito um post sobre o assunto mas não tive tempo. Não tenho tempo para nada agora. O meu tempo livre é tudo isso. Isto sim é um verdadeiro vício, total e gloriosamente absorvente. Passo o tempo (até a dormir) a encaixar peças. Maravilha. Acabei de separar os cantos desse aí de cima: até um dia destes.



Swiffer

“só pra dizer que esses sweepers é a melhor invenção desde a roda… ”
Tasqs, nos comentários do post abaixo

E nessa altura bateu-me o nome certo da coisa! É isto!! Donas de casa, atentem! A sério, se não têm, ide a correr comprar!


Hardware(ing)

Atiro-me ao bicho armada de caixa de ferramentas depois de uns minutos à luta com a tampa da caixa de cartão da fonte de alimentação. Puxo por aqui e por ali até perceber que aquilo é uma tampa que encaixa dos lados, uma tampa em cima e não uma parte de lado que abre. Mas como é um contra-relógio não vá chegar o rapaz da netcabo mais o modem novo (que ali bule agora ao lado) e encontre um pc aberto em cima de uma mesa e uma senhora a roer uma caixa de cartão e a desculpar-se que é só um momento, nem tenho tempo de sentir a minha eventual sabedoria em tratar de hardware a ir abaixo com aquela falta de jeito para abrir caixas de cartão.

Desato a desaparafusar tudo depois de desligar os tais todos os cabos de dentro que estão ligados à fonte de alimentação. Desaparafuso tanto que até desaparafuso uma coisa que me parece não fazer parte do conjunto (uma fonte de alimentação, agora que me sinto especializada, é uma caixa como a que se vê uns posts abaixo e não tem ventoinhas agarradas por um fio e aparafusadas a outro sítio da caixa (tower)). Consulta telefónica:

– Olha lá, esta porra tá aqui agarrada outra ventoinha!
– Não tires essa merda, é a ventoinha da caixa (tower)!
– É para voltar a pôr então?
– É!
– Ah.

Aparafuso a tal ventoinha outra vez (agora a parte de gaja: mas antes limpo o pó todo com uma daquelas tangas que parecem uns bocados de algodão às tiras agarradas a uns paninhos que são descartáveis e aplicam-se num cabo de plástico…uma sweeper, ou lá como é que se chama; já agora aproveito para limpar o pó do resto) e vamo lá à fonte de alimentação.

Meus amigos, aquela porra só vos digo: é só cabos acabados em coisecas brancas de plástico com furinhos e mais de metade não servem para nada, a menos que tenham o pc cheio de drives e placas, mas eu é mais clean and simple; e tudo encaixa nos sítios certos desde que uma pessoa não se esqueça de ligar nenhum – não me esqueci.

Depois agarrei na tralha toda que tinha sobrado, os tais cabos a mais, meti um coiso à volta, fechei a caixa (tower) e não é que ficou tudo a funcionar na perfeição? Sou muita boa nisto, caneco! Acho que agora já desmontei e montei quase tudo o que está dentro de um pc, menos uma motherboard.

Qualquer dia ainda monto um rádio! :)

Nota: este post não era nada disto. Era sobre o gene ‘engenharia mecânica’. Era sobre o imenso gozo que me dá mexer em computadores: no hardware, nas peças, nos parafusos, nos fios, nessa coisada toda. No prazer que dá esta tarefa que é ‘arranjar coisas’.
Errei a vocação, tá visto.


Giro giro

vai ser ligar aquela porra.

desligas os cabos todos do pc, deita-lo, abres aquela tampa do lado e desligas todas os outros cabos que estão ligados à fonte de alimentação. Depois metes a nova e ligas os cabos nos sítios certos, qual é a dúvida?


Cabos e gajas

– ..e agora quero uns cabos para ligar isto (isto sendo outra coisa que não a fonte de alimentação do post abaixo) à televisão
– ah…pois tem ali uns que…
– mas não quero scarts! As entradas scart na televisão já estão ocupadas, quero daqueles com pinezinhos às cores.
– Também quer para som?
(também quer para som??? que raio de pergunta! Não, quero ver DVD’s sem som…)
– Pois.
– Então venha comigo ali onde estão os cabos e

e seguiu-se uma conversa de especialista lojista para suposta especialista cliente; confesso que percebi talvez 30% mas não me descosi. Isto uma senhora dizer a palavra scart deve ser, no mínimo, inesperado.