Epifania
(subtítulo: querem ver que a culpa é das putas das botas?)
Os meus amigos sabem que eu ando, como se costuma dizer, à rasquinha das minhas costas. É a (puta da) hérnia discal, mas essa já lá estava há muitos anos e não me incomodava por aí além. Não, eu era mesmo mais bolos e úlceras…mas um belo dia, aqui há coisa de dois meses, acordei com uma ciática, que nunca mais me largou. Mudava de lado, atacava como uma literal facada nas costas ou passeava-se pelas pernas em devaneios dormentes, ia variando e dando cor (de estrelas) à minha vida.
Ora eu sempre fui (confesso) amiga de saltos altos. Aliás, sou muito amiga de sapatos, botas e sandálias; e tudo o que tenha menos de sete centímetros de salto serve, mas serve mal. Manias de tacos de pia, perdão, de raparigas cuja altura corresponde exactamente à média da safra de 1964. Não é coisa que me incomode, mas saltos altos são uma espécie de escadote para chegar às prateleiras mais altas. E eu sempre gostei de armários, nunca fez muito o meu género o (homem) aparador. Fraquezas…adiante.
Neste novo quadro de dores, vi-me impedida de, não só prosseguir com a dieta anti álcool e anti picante (porque não se tratou de uma permuta de dores e sim o acréscimo de uma variante), mas também de deixar os meus saltos de lado e passar a usar saltos rasos. Uma maçada, e mais os torcicolos inevitáveis.
Entretanto a situação foi melhorando e lá fui timidamente usando uns saltos aqui e ali, uma americanada de ténis calçados e stilettos debaixo do braço, troca aqui, troca ali. Nada a assinalar, as dores foram desaparecendo.
E anteontem, olho para umas botas quase por estrear e digo, hoje são estas. Lá ando o dia todo contente e feliz, empoleirada no alto das botas.
Ontem estou que nem posso. Nem me mexia de dores. Eram de tal ordem que avançaram até aos dedos, impedindo-me mesmo de escrever, coisa que não pode ser de todo. Hoje estou melhor (comparativamente), obrigada, mas ainda me ando a torcer. E de repente, eu naquela queixa do costume, ai as minhas costas, já marcaste médico?, não ainda não, então não quero ouvir falar mais nisso, és um insensível é o que é, marca uma consulta e não chateies! e penso, mas eu nem fiz nada de diferente para ficar outra vez neste triste estado…
…plim! Cai a moedinha! Ou melhor, tonc! O ruído que faz, a cair em cima de um neurónio, um par de botas…que comprei sensivelmente ao mesmo tempo que começaram as dores.
Epílogo: ler subtítulo.
- Dois dias
- Aqui ao lado ao telefone
Catarina
A minha já fez um aniversário no passado mês de fevereiro. É uma dor que já sabe andar. um dia destes lá no meu blog conto-lhe como fui ao endireita-acunpuctor-naturista. Se você gosta de uma boa luta, fique atenta.
Fico à espera, mas pelos vistos não adiantou muito…
Bingo!
errrrr, não, a culpa claro que não é da p*** das botas: é dos saltos
(dos saltos das botas, dos sapatos, das sandálias,………..)
Nada disso! É mesmo dessas botas, do salto, da forma, da curva, eu sei lá! Porque os outros saltos dos outros sapatos todos não me fizeram pior, só estes!
Informação do fabricante: todos os saltos começam a dar sinal por volta dos 39 anos e 360 dias das pernas que lhes estão em cima.
Pode realmente ser especificamente do salto dessas botas. Ou da curvatura da bota como tu propria dizes. No entanto, parece-me que sete centímetros já começa a ser problemático.
Nada disso, Jorge, que eu conheço raparigas muito mais velhas que…bah…e se fosses escrever umas postas, hein?
Duende, tenho quase a certeza que foi da porcaria das botas e creio que é da curva que está mal feita e não da altura do salto, porque entretanto já calcei coisas bem mais altas e não tive recaídas como ontem…pois é pá, mas quando uma gaja é um taco de pi…assim pró menos alto, digo, os 7 cm são o mínimo requerido…;-)
Não seria mais saudável ter uma conversa com os fabricantes de cozinhas assim sobre tipo a altura a que se devem colocar os armários…?
ROTFL!!!! Até me engasguei a rir com essa, Jorge…:D
esta mania das mulheres gostarem de coisas grandes dá normalmente dores nas costas, sejam saltos sejam …