100nada

O meu QR code

Até pode muito bem ser que muito de mim seja sob um formato desenhado em quadradinhos pretos e brancos como se de um jogo de labirinto se tratasse, as peças a irem trocando de sítio até se conseguir encontrar a saída. Pode muito bem ser e eu sem dar conta, de mapa na mão, afinal fui eu quem o desenhou, mal seria se me perdesse (embora admita bocados meio confusos). Esqueço-me que, tal como tropeço e me perco nos códigos dos outros, o meu, tão quase claro para mim, é a mesma coisa: sem mapas andamos todos às aranhas.

Até pode muito bem ser assim e mais: sabendo que é assim, seria muito mais simples mostrar o nosso mapa em vez de atirar para o ar umas coisas vagas, porque achamos que não temos muito jeito para desenho e se calhar o mapa não é uma maravilhosa carta com iluminuras ou não queremos mostrar o clássico pedaço “here be dragons” ou os quadrados estão meio tortos ou qualquer coisa estúpida do género. É idiota, mas – lá está – é também um dos quadradinhos mal desenhados no mapa do código.

Mas, sendo tudo isto deste modo, mesmo assim não consigo deixar de pensar que há mais para além do código, que dentro (fora?) do mapa há outros desenhos invisíveis. Chame-se-lhe o conceito do código, a alma do mapa, aquilo que não se traduz, para o qual não existe conversor. Que só se adivinha em certos momentos, que só se vislumbra pelo canto do olho em certos nanosegundos, mas que não tem hipótese de filtro. Porque é a máquina mesmo. Com os fios à vista.

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