Então e a química???
Lembrei-me disto aqui por causa de uma conversa, e resolvi partilhar esta bela peça de sabedoria com os meus caros leitores.
Há uns anos atrás havia uma rapariga e um rapaz que estavam disponíveis de momento. Não se conheciam, mas um amigo comum, daqueles que é de opinião que os amigos e as amigas devem todos ficar uns com os outros que assim não é preciso ter trabalho a conhecer eventuais respectivos e ter que os aturar, se não gostar deles, resolveu apresentá-los. Com um jeito nulo para a diplomacia disse a cada um deles, pá, ela/ele é que é mesmo bom para ti, vais ver que é tiro e queda, foram feitos um para o outro! E mais coisas deste calibre.
Oraganizou um jantar em casa, ele a mulher e o casal de amigos. Ora nenhum dos amigos era parvo e passados trinta segundos percebeu-se que aquela conversa do serve mesmo bem para ti tinha sido tida com os dois. Escusado será dizer que o jantar foi feito de silêncios incómodos, de fugas para a cozinha do casal anfitrião seguidas imediatamente de ajudas, eu também levo os pratos! eu levo os copos! dos outros dois.
A coisa foi evoluindo com mais jantares. Não evoluiu no sentido de serem feitos um para o outro, mas no sentido de se entenderem bem. Não eram mesmo nada feitos um para o outro, mas acabaram por ficar amigos.
Um dia em conversa, lá veio aquele tema. Epá, aquele palerma queria-nos casar, ahahaha, pois era, que bairrismo! Mas era com boa intenção, lá isso era, ahahahah, lembras-te daquele jantar, que fiasco! E dos outros a seguir, vá lá, sempre se ultrapassou aquele trauma inicial de alcoviteirismo…pá, tu sabes o que ele me disse uma vez? Não, diz lá. Olha, num dos jantares tu foste embora e eu fiquei a conversar mais um bocado, diz-me ele, pá mas tu és estúpido ou quê? Vai atrás dela, inventa qualquer merda e enfia-lhe um beijo!
Um beijo, pá? Então e a química???
A química??? A química vem depois!!!
Chama-se a isto uma história com moral de aplicação inversa. ;-))
A química…ah, a química…Haverá mesmo pessoas que acham que resulta assim, por decreto? Tipo, olhem, tomem lá, aqui estão, agora conversem. Onde ficam os olhares subtis, as meias-palavras que se calhar queria dizer que…ou talvez não, que sufoco! Enfim, a química. Ou existe ou não existe. Ponto final.
Há gajos pragmáticos como o raio!
Isto até pedia um postezito sobre a ‘química’, hein? Vou pensar no assunto…:-)
Quando uma vez falei em química, o Puto Paradoxo que é assim para o ‘contra’, falou-me em física.
Uma vez um fiz-me de convidado para uma festa, para que assim pudesse conhecer uma rapariga pela qual me tinha apaixonado platónicamente, na rua, quase um ano antes. Lá chegado, um amigo comum apresentou-nos sem rodeios: “Olha, A., aqui o Pedro veio cá para te conhecer!”. Feitas as apresentações, fugi imediatamente de vergonha e ela voltou a sentar-se onde estava. Mas um outro amigo estava presente e convenceu-me a não abandonar o barco e insistir. E não é que chegámos ao namoro?? Conclusão: A química foi mais forte que a vergonha.
A quimíca, se é forte, realmente é mais forte que a vergonha, ou deveria ser, João. O que uma pessoa tem de pensar é que, à partida, como ainda não tem nada, também não perde nada em arriscar…:-)Fez muito bem!
Duende, eu lembro-me disso!
E tem toda a razão, o Paradoxo! 
o que e a qumica?