Cat, a minha também era a geração da I. Em minha casa não havia luxos e, lá para finais dos anos 80, com os meus pais a construírem a casa, houve muitos dias em que o jantar eram ovos estrelados e arroz. As roupas eram herdadas. E trabalhava nas férias para as minhas coisas. Mas aquele é um olhar desencantado, admiro, do muito que via à minha volta. E continuo a ver.
Hipatia, sim, tens razão. Realmente na minha (nossa) geração era muito isso, sim. Às tantas uma pessoa lembra-se melhor do que está mais próximo, mas à volta havia também essa filosofia.
Cheguei a ter uma colega de escola que se gabava, sem vergonha nem nada, de que a mãe dizia preferir comer mal a deixar os filhos (e ela própria) andar mal vestidos. Era adolescente, na altura, e juro que não percebi. Lá em casa podia faltar o resto, mas paparoca é que não. E os meus pais nunca deixaram faltar para a educação dos filhos, que andámos na escola pública mas nunca me lembro de me regatearem dinheiro para livros.
Prioridades, pá, prioridades.
Mas fazem-me uma confusão dos diabos, estas prioridades dos popós novos e mais não sei o quê, e depois a conta do supermercado é paga com o dinheiro da cofidis…
Nós somos da mesma geração, Cat, (e não só) e eu lembro-me do leite ser racionado, do bacalhau ser um luxo e de não haver Coca Cola nem 7Up.
E de, anos mais tarde, ficar chocada ao perceber que havia hierarquias no pátio do liceu. E de conhecer meninas, que tinham o loden, as botas e os jeans da moda e que escondiam as próprias mães das amigas ‘bem’.
Sei o que é feito de algumas delas.
Que adultos serão hoje e que valores transmitem os filhos?
Eu sempre ouvi que mais vale ser do que parecer. Aqui é de certeza ao contrário.
I. tal e qual, tenho uma história muito semelhante com umas amigas: passavam a vida lá em casa a perguntar à minha mãe se podiam comer uma banana, em casa delas não havia. E, no entanto, as minhas camisolas eram da feira de Carcavelos e as delas, da Loja das Meias…e sempre tivemos tudo o que precisámos, mas sem nada de grandes luxos. É mesmo isso das prioridades. Sabes que cá em casa digo ao meu filho que livros está fora das contas normais: se quer ler, há dinheiro para livros. O resto é nos anos e no Natal e quando é ocasião especial.
Cool, também me lembro do racionamento e dessas coisas todas, das marcas, das botas da moda. Mas lá está, fomos educadas assim. Na altura acho que havia um equilíbrio, agora é mesmo o que está por fora contar mais, na cabecinha de muita gente.
C’um caraças, Cat! Eu ando por lá no meio de sessões de tango e vais logo apanhar-me por esta tanga furiosa?
(e ali o coagido era coagida, carago! vou lá emendar no meu)
Eu gostei mesmo deste “tango”, era daqueles valentes. 😀
(já emendo também aqui)
Cat, ninguém vai ter paciência para ler o lençol, lol. Só tu!
Estás enganada, olha que não…a malta lê posts compridos, então? 😀
Completamente de acordo!
Já lá vou ler tudo.
(cá está, abrir o apetite para o tasco alheio.. 😉 )
Viram o programa da Oprah sobre os freegans?
Pois lá está, Miguel (embora não me reveja na geração, diga-se, a minha é mais a da (do?) I. que lá comentou, penso que é muito assim).
Cool, ora bem, é pra isso que estamos cá, lol.
Não vi nada, não vejo a Oprah…
Cat, a minha também era a geração da I. Em minha casa não havia luxos e, lá para finais dos anos 80, com os meus pais a construírem a casa, houve muitos dias em que o jantar eram ovos estrelados e arroz. As roupas eram herdadas. E trabalhava nas férias para as minhas coisas. Mas aquele é um olhar desencantado, admiro, do muito que via à minha volta. E continuo a ver.
Hipatia, sim, tens razão. Realmente na minha (nossa) geração era muito isso, sim. Às tantas uma pessoa lembra-se melhor do que está mais próximo, mas à volta havia também essa filosofia.
Cheguei a ter uma colega de escola que se gabava, sem vergonha nem nada, de que a mãe dizia preferir comer mal a deixar os filhos (e ela própria) andar mal vestidos. Era adolescente, na altura, e juro que não percebi. Lá em casa podia faltar o resto, mas paparoca é que não. E os meus pais nunca deixaram faltar para a educação dos filhos, que andámos na escola pública mas nunca me lembro de me regatearem dinheiro para livros.
Prioridades, pá, prioridades.
Mas fazem-me uma confusão dos diabos, estas prioridades dos popós novos e mais não sei o quê, e depois a conta do supermercado é paga com o dinheiro da cofidis…
e sou gaija, sim senhora 😉
Nós somos da mesma geração, Cat, (e não só) e eu lembro-me do leite ser racionado, do bacalhau ser um luxo e de não haver Coca Cola nem 7Up.
E de, anos mais tarde, ficar chocada ao perceber que havia hierarquias no pátio do liceu. E de conhecer meninas, que tinham o loden, as botas e os jeans da moda e que escondiam as próprias mães das amigas ‘bem’.
Sei o que é feito de algumas delas.
Que adultos serão hoje e que valores transmitem os filhos?
Eu sempre ouvi que mais vale ser do que parecer. Aqui é de certeza ao contrário.
I. tal e qual, tenho uma história muito semelhante com umas amigas: passavam a vida lá em casa a perguntar à minha mãe se podiam comer uma banana, em casa delas não havia. E, no entanto, as minhas camisolas eram da feira de Carcavelos e as delas, da Loja das Meias…e sempre tivemos tudo o que precisámos, mas sem nada de grandes luxos. É mesmo isso das prioridades. Sabes que cá em casa digo ao meu filho que livros está fora das contas normais: se quer ler, há dinheiro para livros. O resto é nos anos e no Natal e quando é ocasião especial.
Cool, também me lembro do racionamento e dessas coisas todas, das marcas, das botas da moda. Mas lá está, fomos educadas assim. Na altura acho que havia um equilíbrio, agora é mesmo o que está por fora contar mais, na cabecinha de muita gente.