100nada

(mas)

Oiço, é certo.
Mas edito, edito. Arrumo em porto seguro, abrigado de tempestades de palavras. Não o reduzo a uma pequena dimensão (poder-se-ia pensar, mas nada de mais errado), antes pelo contrário: abro as mãos e deixo tombar, voar (o que seja, o que vier a ser).
Oiço, é certo. Não me faz mal nenhum. Mas não tenho a certeza que me faça bem.
(Embora seja irresistível.)

E não me consigo impedir de pensar que sou mais nova agora do que (na altura) quem me ensinou – tão bem! – a desprezar todos os enfeites e adornos dos textos medianos. Mas que os construo, que os imagino a esvairem-se das pontas dos meus dedos, vestidos de imagens e adjectivos, que os vejo fugirem-me rindo que já me apanharam, apontando, viste, viste? Não nos consegues impedir, vamos sempre existir nem que seja dentro da tua cabeça, ao jogar ao empurra para ver quem sai primeiro

mas eu calo-os, calo-os, porque sou tudo ou nada
e se for preciso nunca mais oiço para não cair na tentação
da mostra pública da mediania.

0 thoughts on “(mas)

  1. catarina

    Zé, se eu não ouvisse se calhar não me escutava tão bem…

    Rui, zinga? LOL!

    Obrigada, Cristina, beijos.

    Tazavontade aqui, Méri, já sabes. :)

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