100nada

Do fim dos blogues e coisas que tais

Acabam blogs todos os dias, alguns que eu gostava muito. É raro escrever sobre isso, aquela coisa estúpida do dá azar e a impressão (da muita prática de fechar este) que, se não se disser nada, se se fizer de conta que isso não aconteceu, o autor perde menos a face em regressar de fininho em vez de voltar envergonhado e cabisbaixo, tinham razão, afinal cá estou outra vez, afinal ainda me apetecia, afinal até tinha piada, afinal ainda tinha coisas para escrever

releio o que acabei de escrever e só me apetece riscar tudo, não é nada assim, é aquele peso de não conseguir retribuir aquela amabilidade que nos é concedida quando fechamos o blog, das pessoas que nos dizem ó que pena, não faça isso que eu que nem nunca comentei estou aqui agora a dizer-lhe que leio todos os dias e gosto, é essa porra das pessoas, das dependências, da falta que nos faz ler aquilo que escrevem e que vemos reflectido em nós, quando somos nós a acabar ou a tentar acabar

e nunca mais eu me atrevo a fechar coisa nenhuma, deixo morrer os meus blogs em silêncio, em abandono, casas largadas num dia depois de outro em que não se voltou lá, a porta aberta ainda, nunca se sabe quando haverá vontade, umas coisas apagadas que digo um dia reponho, mas sei que não, já passaram, essas sim verdadeiramente escritas na areia, de onde vieram haverão outras (ou não haverão por opção, seja de escrita seja de exposição) e já nem sei o que ia escrever

sei mas não o faço

fica assim que é tarde.
(mas nunca me passa a vontade, essa é que é a verdade)

(achralo mais as rimas, que inferno)

0 thoughts on “Do fim dos blogues e coisas que tais

  1. saltapocinhas

    Pronto, tinha achado o do blogspot e não estava a perceber nada! já estou esclarecida! E tu escreves muito bem, devias ser proibida de “fechar” fosse o que fosse!

  2. lyra

    eu apago os meus. Uma coisa terrivel deixa que te diga. Já apaguei 2. Mas há aquela necessidade de renovação e por impulso (nao sou impulsiva, abuso!) apago-os. Uma tristeza! Tenho que perder essa mania. Agora seguro a Barca. Ás vezes dá-me essa vontade. Tambem dá. Acho que chega a um ponto em que nos sentimos esgotadas. Sem nada para dizer. Não nos apetece. Ou o que nos apetece dizer é demasiado privado. Mas depois ha as pessoas..Os afectos que se criam. O saber se fulano A esta bem. E vais ler. E tens aquela necessidade de dizer “estou aqui” E recomeças. Então parar para quê? Agora quando estou com esses impulsos (coisas do demo!), afasto-me temporariamente. Do genero “ai agora ando muito ocupada”. Mas mantenho os blogs de que gosto mais debaixo de olho. Olha se tiveres esses impulsos (coisas do Demo acredita :) ) faz de conta que andas muito ocupada e não tens tempo para isto. Depois passa-te. :))

  3. catarina

    É um bom conselho, lyra, e tenho-o seguido (mas agora ando mesmo com menos tempo! :))
    Apagar tudo também faz parte do processo de esgotamento, parece-me: uma certa vontade de recomeçar do nada, por um lado; e, por outro, aquela coisa de não querer que aquilo esteja ali, coisas que mantemos vivas virtualmente, quando não fazem muito sentido. Qualquer coisa assim. Eu também apagava tudo, mas agora deixei-me disso e já passei tanta vergonha a fechar este tasco e a voltar de orelha baixa que já aprendi. :)

  4. catarina

    (ah, e saltapocinhas, algumas coisas que apaguei, a blogsfera agradece, que faziam corar um estivador…mas eu divertia-me imenso, lá isso divertia. :)))

  5. lyra

    eu já nem digo que me vou embora. Porra que deve dar um ar de inconstante-comó-caneco. Despedi-me duas vezes. Não voltei lá mas abri outro. Desta vez ate mudei o nick! Mudei do sapo para o blogspot! (Onde tinha começado antes de me mudar para o sapo e depois voltei para cá). Carreguei comigo apenas os links que achava que deveria trazer. Tentei cortar. Sim, deve ser isso. Tentei cortar com a imagem do blog anterior e do nick. Se calhar porque a minha escrita leva as pessoas a induzirem em erro. E já estava farta da imagem de desgraçadinha. Aqui nem sempre somos reais. Ou somos só um bocadinho. Quem conta histórias não fala propriamente de si. Ou fala. Mas só as vezes. (e agora vou masé tratar de ir dar umas voltas por outras capelas que eu cá sou uma rapariga muito noctivaga e tu tens sempre quem te acompanhe nestas viagens, com ou sem chá a acompanhar.) Parece-me que já te o disse mas deixa que te diga outra vez, Gosto de te ler Catarina. A serio que gosto. E se um dia deixares o tasco aqui, olha vai devagarinho. Ou diz que não tens tempo. :) Boa noite para ti (parece que te estou a escrever uma carta credo! Ainda por cima Melosa.)Boa noite tambem á saltapocinhas que é visita tambem lá do estaminé :)

  6. catarina

    O que eu digo sempre é que a escrita cristaliza momentos e essa parte não é real. Uma pessoa até pode escrever que se sente desgraçada de todo e depois vai à vida dela e aquilo cinco minutos depois já passou, mas fica o post ali a berrar ‘desgraçada, desgraçada, desgraçada’ até ao próximo post…que também pode muito bem ser ‘ai hoje estou outra vez desgracadinha por completo’ e a ideia que dá a quem lê é que entre posts um gajo esteve em suspenso e não se passou nada senão aquela miséria pegada. Não é? :)))

    Boa noite também para ti. E obrigada pelos teus ‘posts’ aqui nos meus comentários. :)

  7. Menina_marota

    Pois é… tens taoda a razão, porque já passei por isso tudo! Primeiro era o má gerência do sapo que me arreliava, depois foram os mail que recebi, de quem escreve e não dá a “cara”, porque não gostam disto ou daquilo do meu blogue… tentei sair e criar outro, acabei por voltar…e, por causa das saídas e entradas de Um passei para quatro blogues, não conseguindo fechar nenhum!! Precisamente, pelas palavras amáveis, pelo carinho, pela presença, que tem muito mais valor e muita mais força, que todos os insultos ou todas as ameaças juntas!

    E é assim… não desistas… nunca… pelos amigos que te gostam de ler!!

    Um abraço carinhoso :)

  8. saltapocinhas

    Eu então sou o cúmulo do conservadorismo: quando saí do sapo não descansei enquanto não copiei tudo, incluindo comentarios (!!!!!!!!) para o novo blog (que era mesmo para ser novo, mas depois não tive coragem de apagar o velho…)
    E não penso apagá-lo nunca nem que deixe de escrever nele. Agora até me serve de consulta (tipo: o que me estava a chatear no ano passado por esta altura?). Só ainda não o copiei para um CD ou algo que o valha porque não sei.
    A menina Lyra também faz parte do grupinho das que estão proibidas de parar de escrever…

  9. Marta

    O meu blogue é raramente visitado e estou a sempre a querer fechar. Mas é um vício..gosto de escrever, um blog é um diário! é um canto meu e do mundo.
    Nunca feches, ou vai fechando e depois volta…sempre…

  10. luis

    Ouve lá, quando não te apetecer, não escreves, é fácil! Se passares uma semana sem escrever, qual é o problema?! Se as audiências baixarem (tu gostas de mostrar que estás no top…), que sa foda!

  11. catarina

    Menina marota, eu nunca desisto, porque gosto de escrever, claro. Obrigada. :)

    Saltapocinhas, copiar tudo? Que paciência! :)))

    Marta, uma pessoa se gosta de escrever, volta sempre: ao blog ou a outro lado qualquer.

    Luis, tu és o meu comentador-cromo, rapaz. :DDD
    O meu problema não é não me apetecer escrever, apetece-me SEMPRE. São outros, de não querer escrever aquilo que me apetece, de não ter tempo, de não poder, enfim um monte de coisas. Quanto às audiências, elas voltam quando eu recomeço. :ppppp