Do longo tempo de blogar
Quando se começa a escrever (num blog), escreve-se para si mesmo, mas com a ideia de, eventualmente, ser lido por outros. As palavras queremo-las com o peso certo, a medida exacta, o equilíbrio perfeito, a ideia cuidadosa e elegantemente escondida.
O tempo encarrega-se de nos ensinar (como em tudo na vida) que é impossível manter uma perfeição artificial. Que essa anteriormente desejada perfeição, para além de tudo, é chata. Para quem lê, provavelmente, para quem escreve, de certeza absoluta.
Na maturidade desde tasco, sabendo que é lido por outros, escrevo para mim apenas.
Nunca gostei tanto dele como agora.
- Sinais de Primavera
- Os pianos perto e longe
é assim mesmo!
E que julgas tu que nos leva a ler-te Catarina. Essa “maturidade” apenas te revela a verdade das coisas, ou do blog, como quiseres, não a traz ainda mais (olha aqui o neófito a querer dar lições ein?:) )
Eu cá sempre gostei dele como agora
Querida C., welcome to the club !
Mas, minha querida, sempre o fizeste. Porque carga de água é que o 100nada me cativou logo na primeira visita, hein? 😉
Não é fácil escrever ‘para si próprio apenas’, esquecendo que se vai ser lido por outros…
Maturidade, onde, onde?
E o 100nada por acaso precisa de alguma coisa que não apenas do facto do blog ser a cara chapada da sua dona?
É como se fosse um pensar baixinho que se ouve, ou um grito mudo que se faz ecoar.
Nunca consegui perceber de onde vem este prazer de escrever para mim e sobre mim. Se falasse sozinha provavelmente sentir-me-ia ridícula. Por outro lado corria o risco de alguém me ouvir e pensar que tinha enlouquecido de vez…
Mas é de facto um prazer que se sente, escrevermos para nós e fazermos ressoar as palavras que dizemos nos outros que nos lêem.
…
BJ
SK
“…escrevo para mim apenas.”
Mainada! Não é assim que é suposto ser?
Sorrisos e piscadelas pra ti minha querida 😀
kiss*
‘Inda bem cassim é. Ou se gosta ou não. Seja bem-vindo quem vier por bem?
Apesar de entender que sempre o fiz (escrever para mim apenas), talvez não tivesse consciência disso, tenho passado muito tempo a pensar que talvez tivesse deixado isso para me virar mais para os leitores. É verdade que há muitos posts que são realmente para ‘entreter’ quem aqui vem. Mas os meus-meus, mesmo aqueles que parecem apenas ser só para encher, têm um lado que, às vezes, só eu entendo.
A maturidade, não sei, estou a pensar alto, é atingida quando finalmente se escreve não é tanto ‘esquecido que se vai ser lido’ como diz o Leonel, mas ‘não obstante ser-se lido’. E correndo até o risco de magoar quem mais gostamos com aquilo que escrevemos ou o que deixamos por escrever.
Beijinhos a todos.
Essa nuance do ‘não obstante ser-se lido’ (em vez do ‘esquecer que se é lido’) é importante… e facilita bastante as coisas.
Aí já não há dúvida que, de facto, não tens qualquer problema em escrever seja o que for, independentemente do que quem te vai ler possa pensar.
O importante é que continues a oferecer-nos a tua escrita 😉
O que é interessante é que consegues falar de ti sem se notar quase nada
A escrita reflecte-nos.
Eu, por mim, não tenho nada a dizer.