100nada

Do longo tempo de blogar

Quando se começa a escrever (num blog), escreve-se para si mesmo, mas com a ideia de, eventualmente, ser lido por outros. As palavras queremo-las com o peso certo, a medida exacta, o equilíbrio perfeito, a ideia cuidadosa e elegantemente escondida.

O tempo encarrega-se de nos ensinar (como em tudo na vida) que é impossível manter uma perfeição artificial. Que essa anteriormente desejada perfeição, para além de tudo, é chata. Para quem lê, provavelmente, para quem escreve, de certeza absoluta.

Na maturidade desde tasco, sabendo que é lido por outros, escrevo para mim apenas.
Nunca gostei tanto dele como agora.

0 thoughts on “Do longo tempo de blogar

  1. Eufigénio

    E que julgas tu que nos leva a ler-te Catarina. Essa “maturidade” apenas te revela a verdade das coisas, ou do blog, como quiseres, não a traz ainda mais (olha aqui o neófito a querer dar lições ein?:) )

    Eu cá sempre gostei dele como agora

  2. duende

    Mas, minha querida, sempre o fizeste. Porque carga de água é que o 100nada me cativou logo na primeira visita, hein? 😉

  3. Nelson Santos

    Maturidade, onde, onde?
    E o 100nada por acaso precisa de alguma coisa que não apenas do facto do blog ser a cara chapada da sua dona?

  4. salsolakali

    É como se fosse um pensar baixinho que se ouve, ou um grito mudo que se faz ecoar.
    Nunca consegui perceber de onde vem este prazer de escrever para mim e sobre mim. Se falasse sozinha provavelmente sentir-me-ia ridícula. Por outro lado corria o risco de alguém me ouvir e pensar que tinha enlouquecido de vez…
    Mas é de facto um prazer que se sente, escrevermos para nós e fazermos ressoar as palavras que dizemos nos outros que nos lêem.

    BJ
    SK

  5. Ruiva

    “…escrevo para mim apenas.”

    Mainada! Não é assim que é suposto ser?

    Sorrisos e piscadelas pra ti minha querida 😀

    kiss*

  6. catarina

    Apesar de entender que sempre o fiz (escrever para mim apenas), talvez não tivesse consciência disso, tenho passado muito tempo a pensar que talvez tivesse deixado isso para me virar mais para os leitores. É verdade que há muitos posts que são realmente para ‘entreter’ quem aqui vem. Mas os meus-meus, mesmo aqueles que parecem apenas ser só para encher, têm um lado que, às vezes, só eu entendo.

    A maturidade, não sei, estou a pensar alto, é atingida quando finalmente se escreve não é tanto ‘esquecido que se vai ser lido’ como diz o Leonel, mas ‘não obstante ser-se lido’. E correndo até o risco de magoar quem mais gostamos com aquilo que escrevemos ou o que deixamos por escrever.

    Beijinhos a todos. :)

  7. Leonel Vicente

    Essa nuance do ‘não obstante ser-se lido’ (em vez do ‘esquecer que se é lido’) é importante… e facilita bastante as coisas.

    Aí já não há dúvida que, de facto, não tens qualquer problema em escrever seja o que for, independentemente do que quem te vai ler possa pensar.

    O importante é que continues a oferecer-nos a tua escrita 😉

  8. Mário

    O que é interessante é que consegues falar de ti sem se notar quase nada :)