Voto em branco
Não sou capaz. Sou vinteecincodeabrílica suficiente para sentir isso como contra-natura. Não sou capaz de ir não ir votar, não sou capaz de votar em branco, não sou capaz de fazer um desenho no boletim de voto.
E continuo sem saber o que fazer. A minha decisão vai-se transferindo de votar em quem nos governe para votar em quem faça melhor oposição.
Também é verdade que, depois de excluídas todas as hipóteses, resta sempre esse cromo da retórica brilhante, que tanta falta faz no Parlamento e que eu gosto imenso de ouvir: o Garcia Pereira…
- Vamos fazer de conta
- A responsabilidade para cima dos eleitores
Ora aí está uma característica que faz toda a diferença entre os que se etão lixando para que isto tudo vá c’os porcos, como tu costumas dizer e os que percebem o valor da participação, o exercício desse enorme direito de cidadania que este país conquistou há 30 anos. “viteecincodeabrílica”…só tu…;-)
Mar, apesar de achar que eles (os actuais políticos) pela sua mediocridade não merecerem, penso que continua a ser a nossa responsabilidade pesar as coisas e ir lá votar mesmo.
Digo-te que, neste momento, te invejo, e às tuas convicções fortes no teu partido. Não é o meu, como sabes, e não partilho das mesmas ideias nem irei votar nele: mas admito perfeitamente que é o único que, dentro das suas convicções, o seu líder não envergonha ninguém.
Eu nem penso nas eleições, Cat (também não tenho tempo, mas não é só por isso: não me apetece ficar deprimida). Mas dia 20 estou lá, não falto, e voto. Já votei em branco, mas não será o caso do próximo domingo. Vou votar contra e não a favor – estou, já o disse, danada por isso. Mas voto, sempre.
já somos duas…
três
Tens razão Cat, o meu líder não envergonha ninguém e pelo contrário, é reconhecido como um homem honesto , sério , convicto, determinado, e as palavras são do insuspeitíssimo, monárquico, Miguel Esteves Cardoso, na última revista Sábado.
O que subsiste na cabeça das pessoas (ele faz questão de dizer que “existe”) é a idéia do papão comunista que retrai, por príncípio, muita gente que, apesar de reconhecer o mérito e a validade das propostas, a seriedade do trabalho, não se consegue ver a votar na CDU. E é pena. Porque só dando a outros a oportunidade de provar como seriam a governar, é que os portugueses saberiam se existe ou não, efectivamente, uma alternativa ao estado de coisas que tão bem descreves, na política no nosso país 😉
Nao tenho chefes nem sigo líderes, mas irei votar pela mudança deste país rançoso. No distrito laranja onde habito e estou recenseado não tenho alternativa: votarei útil, votarei PS.
Tu és uma afortunada, pois os eleitores de Lisboa são os únicos no país a poder votar conscientemente.
Zé
Isso lembra o livro do Saramago…