Killer instinct
Um pouco por toda a parte, lê-se esta pergunta feita pelo Gibel:
Porque é que sócrates não assassinou santana?
(não consigo comentar lá – ou em qualquer outro blog do weblog – nem encontrar o tréquebéque directo)
Pois é. Teve todas as hipóteses para o fazer. PSL estava à defesa, encolhido, apelando ao ‘até somos tão amigos fora daqui’, sem garra, baralhado, trocado, já de eleições perdidas e a ver a vida a andar para trás dentro do PSD no rescaldo depois de dia 20; Sócrates teve ontem uma oportunidade de assegurar a maioria absoluta: não o fez. Não quer dizer que o debate tenha sido alguma coisa de especial, foi uma seca, mas era o único e toda a gente assistiu para ver. E uma das razões que me levou a mim, a ver, era tirar as medidas ao candidato do PS. Estava à espera de outra coisa: para mim foi uma surpresa, não sei se positiva se negativa em termos políticos, mas negativa nas minhas expectativas: contrariamente àquilo que eu esperava, Sócrates não tem um killer instinct. Pode vir a tê-lo, parece-me ter o potencial para isso. Mas não tem, neste momento, capacidade (talvez por manter aquela atitude hirta e distante) para se atirar à jugular do adversário e desferir o golpe final. Ou então teve pena dele – eu confesso que tive: é triste e cruel dar o último pontapé ao tipo que já está no chão, com a cabeça entre os braços. Mas em política não pode haver esse luxo de ter pena. Não angaria votos.
(de qualquer maneira, leva o meu, estou decidida.)
- Definições blogsféricas (ainda os contadores)
- A porra dos comentários
Excelente descrição. Para ser franca quase que tive dó do PSL. Até lhe achei má cor… o homem estava amarelo! E o Sócrates estava muito tenso, quando tinha tudo a seu favor. Foi excessivamente cavalheiro. Mas achei que nem devia ter dado aquele troco todo, com a história dos boatos e do “colo”. Dizer secamente: Isso aqui não interessa nada, vamos mas é tratar do que interessa – desemprego, economia, saúde, educação, justiça, políticas sociais a sério. E arrumá-lo sem sequer discutir o assunto. Ou dizer em 2 ou 3 frases e toca a andar.
Exactamente, Emiéle. Era aquilo que eu dizia já há uns posts atrás: tem de se manter o ar de ser vencedor, uma segurança que convença. O Sócrates nota-se que ainda está um bocado tenrinho nestas coisas e não se quis comprometer, mas teria ganho mais pontos se tivesse sido mais frontal e tivesse feito isso que dizes: o assunto não interessa, adiante.
Não que tenhas muitas opções mas votar num corrupto (areeiros, cimenteiras etc…) não obrigado!
Isso não sei, Nelson, mas realmente as outras opções (para mim) não são escolhas possíveis. E eu não voto em branco nem me abstenho.
O meu voto desta vez vai ficar parecido com o template do 100nada. Entre Santana, Sócrates e os outros 3 bailarinos…branco!