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Muro de nicotina #1
Acordo com a boca amarga do que fumo na véspera e o que me apetece primeiro é limpá-la com um cigarro fresco, o fumo a entrar, a nicotina a subir num cérebro dormente e pouco oxigenado. Imagino os meus pulmões a preto e branco, esburacados de teias de alcatrão, muito sujos nos cantos. Quanto mais imagino mais me apetece fumar outro e, escrevo isto, acendo o que tenho na mão, a querer já os do dia seguinte. Vou morrer desta merda ou de outra qualquer. Mas não é fatalismo, é inércia, adiamento para outro dia. E, até lá, fumo. Que me chateia a ideia de não fumar e já vou a meio deste e ainda espero vir a fumar muitos mais, muitas teias, morte lenta de pulmões desfeitos.
Todos nós sofremos desse apelo que o podre tem.
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A dor dos pulmões desfeitos não é nada agradável. =( Por essas e por outras já deixei de fumar.
Há [muitos] anos vi no Science Museum de Boston os pulmões de 3 pessoas. Uma tinha tido uma morte natural e os pulmões tinham um aspecto esquisito. Outro tinha morrido de cancro do pulmão e era horrível. Finalmente o terceiro que tinha morrido de enfisema pulmonar e igualmente horrível. Não foi isso que evitou que começasse a dar umas passas aos 26… Fumo ocasionalmente. Sem vício. Mas de vez em quando lembro-me “daqueles” pulmões.
Parece que sim, que é realmente horroroso.