Leucemia
Não sei muito bem o que hei-de escrever sobre o assunto. No Cedace está tudo muito bem explicado, toda a parte técnica, toda a parte relativa ao processo de inscrição como dador. Portanto vou contar a história do D.
O D. era um primo meu. Muito mais novo, os pais na geração que fica entre a minha e a dos meus pais. Não era primo direito, mas tenho a sorte de ter um sítio onde a família se junta em férias e fins de semana. Não é uma casa, é uma terra de casas de primos. O D. era mais um primo. O que acontece é que, nas gerações intermédias, há poucos bebés. Os primos tem todos as mesmas idades, depois, de repente, aparece um fora da faixa etária. O D. era assim, um bebé a quem todos os tios e primos davam mimos. O único filho daqueles pais.
Era um bebé e depois, mais crescidinho, um amor de menino Todos os meninos pequenos o são. Não interessa o resto, se comia bem, se fazia birras, se brincava com comboios, se abraçava a mãe antes de dormir e lhe dava um beijo muito molhado. Não interessa porque todos os meninos fazem isso, nada disto é diferente…mas o D. era um menino diferente. Tinha leucemia. E morreu, ainda menino.
Podia não ter morrido. Algures, alguém podia ser compatível.
Eu sou mãe. Podia ser o meu filho.
- sem luz
- Acção Leucemia
Merda…
Tava pronto para ir para a cama e tiraste-me o sono.
Mas se for uma noite em branco, é só uma noite em branco. Na realidade não tenho nada de que me queixar.
Cara Catarina,
Soube pelo Icosaedro da mudança, quando fazia uma ronda pelos “meus” blogs “pour le mérite” e pensei dar-lhe as boas vindas.
Estão dadas, embora o conteúdo da entrada a que se refere este comentário não permita exuberâncias…
A leucemia, como o autismo, são condições que me causam particular tristeza quando encontradas em crianças. É estúpido, pois são situações terríveis em qualquer idade e comparáveis a muitas outras, mas há algo nestas doenças que me choca particularmente e mais em caso de serem crianças as afectadas. Tanto dinheiro se tem gasto com tanta estupidez e a investigação destas e de outras doenças que se arrasta…
Espero reencontrar o 100nada num tom mais jovial, na próxima visita, não querendo significar com isto mais que o prazer que a Catarina alegre me inspira.
Um abraço, RS
Bonito texto Catarina.
A questão é que isto tudo poderia ser evitado com uma consciencialização das pessoas para o problema.
Basta ser encontrado um dador compatível. Para tal, basta fazer-se uma pequena amostra. Basta dar vida. Não é dar a vida. As pessoas têm que aprender isso.
Apenas isso.