Tenho saudades tuas, pá
Tenho saudades de andar sentada na parte de trás do teu descapotável na Marginal há mais de vinte anos. Tenho saudades de me rir por tu ires aos concertos na Gulbenkian. Tenho saudades de dizeres que te sentias uma personagem do Laurence Durrell. Tenho saudades das tuas camisas brancas de mangas curtas. Tenho saudades de dormires na praia encolhido como uma criança. Tenho saudades de dizeres coisas péssimas aos teus amigos. Tenho saudades das peixeiradas que fazias quando perdias a cabeça. Tenho saudades da tua casa no Porto. Tenho saudades de dizeres que eras engenheiro para nada. Tenho saudades de te queixares que tinhas nascido na época errada. Tenho saudades das confusões que armavas com os teus amores. Tenho saudades de os descartares para cima dos teus amigos. Tenho saudades da tua mania de procurares um lugar onde se via tudo no Frágil (consigo ver-te encostado ao lado esquerdo da entrada). Tenho saudades dos teus disparates. Tenho saudades da força que nos mostraste que a vida tem. Tenho saudades do teu coração e da tua enorme coragem.
Tenho saudades tuas. Muitas.
Tenho a certeza que gostaste das flores que te demos.
Só me ocorre a expressão de um amigo: “Não há palavras!…”
Extraordinário!
De facto, vale sempre a pena voltar para ler “poesia” assim.
Este 100nada pode estar mudado, pode ter menos posts, pode desviar a atenção de alguns, eu, de mim para mim, vejo cada vez mais o que a Catarina é e, de si para si, pode com amor dar.
Obrigado Catarina
Esta Cat é inexcedível!
“The Solitude of self…..”
Obrigada.