Há qualquer coisa de terrivelmente atractivo no nevoeiro. É por ser inquietante, talvez. Temos a mania que só a clareza e a transparência são “boas”, que o branco e a luz é que são “certos”, e provavelmente até serão, mas o lado escuro, obscuro, perdido em nevoeiros, também tem uma…
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Há sempre merdas que nos fodem a vida. Sempre. É um facto. Podem ser uma merdas de nada, quase sempre são, podemos achar graves (mas essas não são as merdas que nos fodem a vida, essas são mesmo coisas graves e é todo um outro patamar que não é o…
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Entre a hora de perfeito silêncio e a hora que precede o sol, esse tempo vagamente azul, de sono acordado, é esse momento a que se regressa. Como se fosse uma imagem (mas não é uma polaroid) feita de pedaços de memórias que só se partilham assim, em letras invisíveis.
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Cai a noite devagar e não encontro o caminho para casa. Pode ser da neblina de verão, misturada com o pó que se levanta e fica da cor do sol de fim da tarde. Pode ser de estar de olhos fechados, a sentir o vento na cara, à procura com…
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Tenho as paredes em silêncio. Parece pouco, mas é imenso. (e este post parece um sms, mas é uma carta)
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(este é daqueles que se escreve sozinho) Já não me lembro se se diz tangencial, mas pouco importa, porque desde que eu saiba, tangencial fica, mas em modo com um corte profundo entre, como se cortasse uma qualquer coisa ao meio e cada bocado caísse para um lado, mais ou…
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Já os oiço nas paredes. Nem sequer tenho a certeza que estejam dentro dos fios eléctricos, tal é o ruído do esforço que fazem, para manter o silêncio. Vêm com fúria pela ausência prolongada, por encontrarem fios cortados e buracos tapados. Imagino-os nas esquinas, armados até aos dentes, com os…
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Escrevi um post mental sobre as eleições europeias, furioso e carregado de caralhadas vernáculo. Mas depois tive que me lembrar do que estava na lista do supermercado que tinha ficado em casa e, mais tarde, acabei a arranjar os coentros que tinha comprado, actividade que é, para mim, pura abstracção…
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Não escrevo nada porque é fim de semana e não me apetece. Oiço a rega, os cães, visto um casaco porque é quase verão mas ainda não é bem e está frio. Ignoro o mundo, as notícias, hoje não quero saber. Estou zen. Chega.
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(fazemos de conta que foi por ter pintado as unhas) Tinha o iPod no bolso, mas não usei, não fazia sentido com o mar ao lado. Há coisas que viram uma pessoa do avesso. Chapadões. Dos que tiram o ar e, quando se volta a conseguir respirar, estamos debaixo de…
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