100nada

Das bestas que insistem em fazer dos miúdos outros que tais

Assim que li, há uns dias, este post (e os seguintes) do meu amigo Carlos Alves, pensei logo na minha querida Rita. Não falamos no assunto, mas eu sabia que seria tema para a atormentar. Na primeira pessoa, que isto às vezes é preciso perceber o lado dos miúdos e das mães e pais. Como o Carlos sabe, como a Rita sabe. E eu sei da Rita e das suas filhas, do amor que têm pela música, dos sacrifícios e opções que se vão fazendo.

“(…)Privilegiadas ou não, as mais velhas entraram nas classes de iniciação do Conservatório exactamente no mesmo ano em que entraram para a escola primária. Do infantário traziam umas noções básicas de ritmo. De casa, alguma música. A Maria não trazia mais nada. A Inês trazia um ano de aulas particulares que implicaram um enorme sacrifício financeiro e uma dedicação extrema. Por não ter idade, foi admitida no Conservatório num instrumento que não queria. Ficou, por saber que depois poderia optar por mudar e ter prioridade. Durante dois anos tocou dois instrumentos. Aos sete anos, quase a fazer oito, optou pelo Conservatório e foi aceite no primeiro grau. Provavelmente, daqui a quatro meses terá que sair.
A Maria cresce todos os dias com a música. Há quatro anos naquela casa, a esforçar-se, a estudar, a nunca faltar, a conciliar. Provavelmente, daqui a quatro meses terá que sair.
(…)”

Para se perceber o que é que significa esta medida de fecho dos Conservatórios aconselho a ler ambos os blogs. O resto do post da Rita e o que se tem vindo a passar, no Ideias Soltas. E subscrever as petições.


No semáforo verde

Sim, no verde. Não é mais um post da série no semáforo vermelho. Nos semáforos verdes não há posts. O que há mesmo é peões a atravessar a rua a correr à frente dos carros.
Eu estou em total acordo e solidariedade com toda a gente que quer ver enforcados todos os cabrões que não deviam ter direito a pegar num volante, que não param nas passadeiras, que fazem manobras perigosas, que bebem e guiam e por aí fora e matam toda a gente à frente (e atrás, dos lados e ainda quem vinha ali no passeio de lá). E também acho que a merda das nossas estradas contribui grandemente para o caos que é a condução em Portugal. E também acho que uma tolerância mais zero durante o ano todo e não apenas no Natal e na Páscoa ajudava bastante. Agora, não me fodam (eu queria mesmo era escrever “não me fodam” e o resto do post só está aqui para enfeitar): isso de atravessar as ruas a correr à frente dos carros nos semáforos verdes (vermelho para peões) é o quê? Corro mais eu a pé que tu de carro? Vê lá se me consegues acertar? Aposto o meu corpo que vais ter que travar a fundo e os outros atrás vão-se enfaixar todos? É pressa? Marialvismo? Ou é, pura e simplesmente, estupidez?


Olha o balão do ego

Por mais extraordinário que pareça, o mundo continuou a girar sem eu escrever posts. Incrível, não acham? Acho até um bocado indecente, se querem que vos diga, assim quase uma traição. Devia ter parado de girar e a malta toda a voar para fora da atmosfera com a falta de coiso, aquilo da maçã a cair da árvore, caneco! Faltam-me as palavras, mas que chatice, ah gravidade, isso! Tudo a voar para fora do planeta por falta de posts, perdão de gravidade. No mínimo.



Uma espécie de sms by blog

Há umas semanas o meu telemóvel desligou-se. Assim, puff e nunca mais o consegui ligar. Está dentro da garantia mas ou o mando pelo correio ou vou atrás do sol poente entregá-lo para arranjo. Decidi comprar um novo (e assim também tentar usar o cabo dos dados do novo – porque claro que perdi o velho e também perdi o que comprei depois para substituir o velho e claro que nunca fiz backup nenhum do que lá estava, desde os contactos até às duzentas mil fotografias…). E comprei naquele esquema dos pontos, em que se gastam milhares de pontos e ainda se paga mais pelo telefone que numa loja, porque sou assim.

Ora acontece que os correios – ctt expresso – consideram que um dia útil pode perfeitamente durar meia hora. Se entregam uma encomenda às quatro e cinquenta da tarde e ninguém abre a porta, pois com certeza que se pode deixar aviso a dizer que está na estação mais próxima a partir das cinco desse mesmo dia e já conta como dia útil. Isto aprende uma pessoa quando lá vai no lógico terceiro dia útil e descobre que aquela hora do primeiro dia, entre as cinco e as seis já contava como dia útil. Nada de estranho aqui, é o normal neste país, estranha-se é quando funciona à primeira.

Tenho então o meu telemóvel novo em trânsito entre os correios, a empresa e a minha morada. Algures, agora ninguém sabe. E, entretanto, uso um velhinho que ainda funciona muito bem (e até tem ainda alguns contactos de família e tal), se uma pessoa não precisar das teclas. Essa parte é que é pior. Não é que não funcionem, funcionam. Ou funcionariam se estivessem lá. Aliás esse telemóvel nem sequer avariou, foi mais uma espécie de outono de teclas que me fez colocá-lo de lado na altura.

Isto tudo para avisar o seguinte: a toda a gente que me manda sms, pois beijos e abraços também para todos. Alguns de vós, se os assinarem, melhor ainda, para eu saber de quem são. Embora não possa responder, porque mandar sms a clicar em buracos de teclas com a ponta das unhas demora um bocado demais.
E a toda a gente que me telefona e que eu não atendo, admito perfeitamente que sejam pessoas de quem eu gosto muito, mas também podem ser criaturas a vender serviços da tanga e afins; como não sei quem é, não atendo.

Se forem uns amores e me mandarem uns contactos, eu agradecia. :)




Bolsa para totós

Segunda e terça feira desta semana, os mercados acordaram um bocado chateados depois do Bush ter anunciado umas medidas de auxílio à economia norte-americana que o mercado não acatou lá muito bem. As borboletas batem asas na bolsa norte americana e, a seguir, vai a Ásia abaixo, enquanto os portugueses acordam para uma nova semana. O descalabro total, tudo a descer e a malta a entrar em pânico e a vender; lá vai a coisa pela ladeira financeira abaixo. Claro que nada disto tem a ver com a economia real, dizem os nossos governantes, pois claro que não: o facto de as maiores empresas e instituições portuguesas, de repente, passarem a valer muito menos, que é isso, não é verdade? Nada a ver realmente…adiante.

Entretanto, como a medida do Bush não dá em nada, o Fed resolve cagar para a inflação e baixa a taxa de juro. É o delírio, o alívio e siga para cima, com uma data de gente a perder na descida e uma data de gente a ganhar na subida, como sempre. Na Europa, é uma montanha (roleta?) russa nos mercados, está a subir? Não, já está a descer, nada está a subir outra vez.

Dia 24, hoje, descobre-se que aquele rapazito que faliu um banco, o Barings, lembram-se, era apenas um aprendiz, comparado com o trader da Societé Generale, que conseguiu esconder um buraco em fraude, de 5 biliões de euros. 5 mil milhões de euros, um tipo sozinho. Como? O como há-de dar doutoramentos e estudos e filmes. Por agora o segundo maior banco francês levou uma marretada de 5 bio euros. É obra.

Dia 24, hoje, descobre-se.

Só que a SG já sabia desde o fim de semana. Por acaso, a Europa caiu na segunda feira. Mero acaso, nem despejaram os activos que tinham no mercado para se safarem, nem nada

(não pensem lá que eu deduzo estas coisas sozinha; nada disso, o meu gajo é que é bom nisto :))


Eu sou mais panos

Confesso. Eu sou mesmo mais panos. Não é que não tenha gavetas e armários carregados de enxoval e mais umas centenas de coisas que comprei depois (o enxoval, enfim, depois é uma maçada, o linho e os bordados para passar), mas não resisto a um pedaço de pano com uma argola na ponta, ou um quadrado mais acolchoado, ou uma ou dez fronhas que podem sempre fazer falta, não vá acabar a água e o detergente durante uns seis meses, pelo menos.
Os saldos é a desgraça total.
Trocam-se sms’s urgentes, telefonemas, então afinal a Zara Home começou os saldos ontem?! Vamos lá já amanhã! E depois Ikea? Hum, mas preciso tanto de ver uns panos da loiça da Teresa Alecrim! Combinam-se almoços com as amigas que também têm esta tara por panos e lá andamos nós depois carregadas de sacos de panos que eram absolutamente imprescindíveis e nem sabíamos antes!

Portanto não tenho tempo para o blog. Ando entretida com os panos. A comprar, lavar e escolher com o que é que ficam melhor. Que isto de ser elegante não acaba na ponta do sapato: e ainda ontem comprei finalmente uns panos que vão ficar a matar com umas pegas que já tinha. E outros que não podiam combinar melhor com umas toalhas de cozinha e…

(…ok, quem conhece a minha cozinha, importa-se de não se rir tão alto?)