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[um post comemorativo do 11.11.11]
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[a primeira palavra do título é dedicada a quem se queixou que eu tinha amansado e institucionalizado]
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[estes 11 todos é só para empurrar o resto do texto para debaixo da pic]
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Organizo-me, desorganizo-me, desconcentro-me e recanalizo-me. Escrevo posts bestiais na minha cabeça, enquanto guio, que depois já estão escritos e já não vale a pena. Só percebi para que sirvo, serviria, uma parte de mim, quando vi uma série que acabava a meio e era sobre um “think tank”. Eu deveria ter sido uma tankthinker, mas também acabei a meio ou nem sequer comecei, por isso aproveito activamente as horas vagas e deixo o resto em stand by a fazer thinktankices várias, não exactamente dedicadas ao que vem descrito na wikipédia. É mais alheamento concentrado em doses individuais de contemplação do universo. É uma porra, isto, porque nem sequer me entendo, mas vejo os fios. Vejo algumas linhas com que as pessoas se cosem, algumas linhas com que as coisas se cosem. Vejo probabilidades, vejo hipóteses, vejo alternativas, vejo mundos paralelos e depois chego a casa, vou lavar a loiça que ficou por lavar e ligar a máquina da roupa (a contemplação a fazer wus em modo baixo consumo) e já vi os fios. Não ligo os fios. Não ato pontas soltas. Não agarro nos fios e ligo a outras tomadas do universo. Vejo os fios. Vi os fios. Vou lavar loiça. Os fios já foram vistos, já não vale a pena atar os fios.
Um gajo passa uma vida a virar frangos. Vira frangos, vira costeletas, vira entrecosto, mete um bocado de molho e vai contemplando o fio da culinária naquele momento. No cérebro, está o frango aos bocados, cortado aos cubos, cheio de temperos, a marinar várias horas, com uns legumes todos xptos e mais um arroz numa bola (nem sabia que se chazava arroz em bolas mas aprendi há pouco tempo – parece que ando a dormir, mas registo); na chapa está um frango a ficar coradinho. E um gajo vira o frango. O frango (ou o post depois de escrito, para este momentâneo efeito, mas não para todos os efeitos) é só um frango assado, mas na realidade paralela é um frango do caneco. O frango do caneco da realidade paralela já foi pensado, já não vale a pena cozinhá-lo.
É é assim, de chapa em chapa, a virar frangos enquanto se contempla o universo do imaginário thinktank que ficou lá atrás, noutro caminho paralelo, que um gajo queima a merda do frango.
E depois, atira com a chapa ao ar, acerta numas linhas com que tudo, no fundo, se cose e pensa:
– vou experimentar beringelas com óleo de motor.