100nada

Fins de semana de merda

No fim de semana anterior, pisei dois cocós de cão. Aliás, suspeito que era o mesmo cocó. De manhã saí, pisei-o e enchi o carro daquilo, mas não dei conta, com as pressas. À tarde, eu e o meu filho pisámo-lo outra vez mas dessa conseguimos ver antes de entrar no carro. O estranho era o cheiro, mesmo já com sapatos trocados. Quando percebi e limpei aquilo, ainda ouvi a criança a dizer-me que tinha ganho por um a dois (neste caso ganha o que pisar menos vezes).

Neste fim de semana, estacionei por cima de um rio de porcaria de uma fossa rebentada. Lá saltitei e consegui evitar pisar a coisa, mas o carro é que não se safou. Deve ter merda até à panela do escape e agora nunca mais chove.

(era só para prosseguir com a vertente mais escatológica deste blog…)


Dissecando um texto

Porque me apetece e há qualquer coisa que não consegui ainda resolver comigo mesma, quanto às duas raparigas do semáforo abaixo.
Aquilo era confrangedor. Senti-me quase envergonhada daquelas tristes figuras, do atravessa a rua sem convicção num número de circo pobre. Estive para escrever isso mas depois fiquei a cismar com isso, com essa minha vergonha por elas, mas e porque raio me haveria eu de envergonhar? Estão a trabalhar, não é nada indigno, não é pedir, não é roubar, é um trabalho. Era patético e ridículo, mas era trabalho e o trabalho não é patético nem ridículo.
Eu é que devo estar com qualquer parafuso de cinismo desligado. Tive pena delas, tive pena de tudo aquilo mas, no semáforo seguinte, não tive pena nenhuma da pedinte com a criança ao colo. Coisas.



No semáforo vermelho

Com pouca convicção, as meninas das bandeiras cor de laranja acenam. Uma de um lado da rua, a outra do outro, ao lado dos semáforos verdes. Levantam um bocadinho a bandeira, baixam. Quando o semáforo muda para vermelho, as meninas atravessam a rua ao mesmo tempo. Por segundos penso que, quando se cruzarem no meio, vão atirar as bandeiras ao ar, trocá-las em piruetas e triplos mortais encarpados, mas não: atravessam a rua lentamente, cruzam-se, trocam de semáforo, é apenas uma coreografia patética. O semáforo abre para verde e reparo: também já não são meninas, são mulheres com algumas rugas que precisam de ganhar dinheiro.


Ponto alto do dia

Eu gosto imenso de dourada grelhada.
A de hoje tinha sido grelhada já escalada e estava com um ar um bocado esquisito, ali toda aberta, mas era o que havia e pareceu-me boa ideia.
A dourada estava excelente mas a coisa do escalada, parecendo que simplifica as coisas, é exactamente o contrário: todas as espinhas mudam de sítio, incluindo a que se mudou para a minha garganta.
Foi giro. Eu ali com o gasganete trespassado por uma agulha daquelas e a rapaziada à volta a contar histórias sobre espinhas retiradas só em centros de saúde e / ou dois dedos à goela…
…o post fica por aqui, não conto como é que a dourada a espinha acabou por sair.


Noite sem net, madrugada a alucinar

Alguém me explique qual é a lógica da mensagem do atendedor automático do serviço telefónico de apoio técnico da netcabo: “as nossas linhas encontram-se muito ocupadas, se não quiser esperar, por favor envie um email “.

Depois, enquanto esperava que me atendessem, fui olhando para o papel que tinha na mão e que dizia prazo de pagamento 31 de Outubro. Ah.

E entre o “Ah” nocturno, o “epá eras um anjo se me fosses pagar a net ao multibanco que eu tenho o miúdo em pijama (e já ultrapassei o descoberto da conta ó tempo, portanto mesmo que lá pudesse ir, não me adiantava nada…)” e um enorme agradecimento do meu desktop e do meu OE, que nunca tinham levado uma arrumação (e deletagem) tão grandes, lá se passou o ontem e começou o hoje.

Ora eu começo todos os hojes com um belo cafezaço e um cigarro lá fora, seja verão ou inverno. É uma figura triste, confesso: em roupão, óculos e um boné da selecção nacional, porque o sol está de frente e eu mal consigo abrir os olhos.
Hoje não foi diferente, tirando que, para além do sol, estava um nevoeiro dos diabos, daqueles brancos que quase cegam. E ali estou eu a acordar, a pensar na morte da bezerra e a olhar para a paisagem que era mais ou menos toda difusa, tudo isto por baixo da pála do boné e com os olhos abertos só uma nesga.

Pois acreditem ou não, vi uma coisa no meio do Tejo, pensei olha que giro efeito aquele do nevoeiro, tá ali um barco e parece mesmo um barco de guerra e nem disse nada durante a manhã, naquela, dizem-me logo que estou é a alucinar e só quando li o Fumaças é que percebi que era mesmo um porta-aviões…


Não vejo nada…

Ainda não encontrei nenhum blog em português sobre o SL. E aquilo vai sair em português no Brasil lá para o fim do ano…ora viram. E a malta sem informação e tudo. Tss…querem ver que vou ter que abrir um. 😉

Primeiras impressões: aquilo é muito giro e não serve rigorosamente para nada. Ou melhor, serve para imensa coisa que não é para mim: basicamente serve para ganhar dinheiro que é o que as empresas estão todas a fazer: a entrar no linden dólar, para vender coisas virtuais que não servem para nada.

(é o futuro aquela porra, pá! depois explico porquê)

Por agora uma pessoa diverte-se a ver as vistas e a mudar de cara e de roupinhas. :)
E a voar.

Parte babyblog deste post:

– Que é que tás a fazer?
– Hum..
– também quero voar, como é que se faz?
– É aqui e carregas ali…
– Ena, olha! E para descer?
– É ali…cuidado vais cair em cima de uma pessoa!
– ahahahahah vou empurrá-la!
– Não se empurram esses bonecos, são de outras pessoas que também estão a jogar!
– Vou empurrar este. Toma!

(- sorry, my kid is playing with my avatar…)



Next blog

A partir de uma certa hora da noite, o sitemeter começa a debitar umas visitas com uns urls estranhíssimos: é a malta do “next blog”.

O next blog, que aparece ali no cimo à direita, é das coisas mais esquisitóides que existem: nunca cliquei mas um gajo que ali clique vai parar a qualquer lado, ou melhor, ao “próximo blog” de uma lista que terá a sua lógica e que deve estar toda explicada algures, mas que nunca me dei ao trabalho de ir ver, por total falta de interesse.

Faz-me imensa espécie que apareça aqui (ou noutro tasco qualquer) gente que clica naquela porra, quando há milhões de blogs para escolher. Escolher, escolher mesmo, nem que seja através de um motor de busca, xacaver se há um blog que também goste de pringles das caixas vermelhas, mas das mais altas, que as mais baixas tâm batatas a menos, ou se há um blog que também odeia língua de vaca e orelha de porco, ou se há um blog que tenha uma solução para os cocós de cão na rua, ou se há um blog que qualquer coisa. Mas pessoas que vão ver se se há um blog, um próximo blog, um a seguir, um qualquer, isso é

para mim, mera e humilde opinião minha

absolutamente deprimente.

(é tão deprimente que vou acabar este post a correr e ir clicar já, que estou roída de curiosidade agora!)