Tiros de escrita
Roer palavras até ao tutano, mordê-las e mastigá-las, ruminá-las, por serem exactamente as que se querem escrever e não servem, nunca servem, faltam palavras ou são demais, ou são as que se queriam cuspir, puxar atrás todas as palavras e cuspi-las com força, como se fossem caroços ou balas, mas quem disse que as palavras não são uma arma? Mortífera, carregada, apontada ao coração de alguém, ou à própria cabeça (é o mesmo não é?), palavras que apontam e se guardam à cintura, nos bolsos e nas bainhas; ou que se disparam e matam, mesmo quando não se quer.
- Tava na hora de qualquer coisa gelada
- Bah…
As palavras conseguem fazer tudo, desde dar vida até matar. São o recurso mais versátil que se pode ter, desde que alguém as oiça ou leia.
E doem muitas vezes mais que qualqer bala…sem dúvida!
Não sei quem disse tal e parece-me um disparate. Eu cá sempre ouvi dizer que as palavras eram a mais poderosa das armas. Quando escritas então, são implacáveis. 😉
‘desde que alguém as oiça ou leia’…pá, fartei-me de rir quando li esta frase: é o que se chama sentido prático. Pois claro! Enquanto que uma bala dispara mesmo, quer se queira ‘ler’ ‘ouvir’ ou não.
Pois não sei Nelson, nunca levei um tiro. 😉
Duende, afinal em que ficamos? É disparate ou não é?
“mas quem disse que as palavras não são uma arma?” O disparate é este. Tu perguntas quem disse, eu respondi que não sabia.
Ai filha, vai mais uma bica prá mesa sete…%-/