Verão full loaded, press continue
Já é verão oficial, de data marcada no dia mais comprido do ano e que me passa ao lado. Ou talvez não, o verão também é de dias de nadas em roupão, gelados, cafés e preguiça pura, em estágio (usando a nomenclatura da actualidade) de início de época.
Lembro-me de um dia de verão há muito tempo em que ouvi, logo ali no fim de Junho, “está quase a acabar o verão”. Aquela frase bateu-me, o copo meio vazio, é assim que uma pessoa se define em meia dúzia de palavras e eu, ainda miúda, a dar troco, claro que não estava nada a acabar, faltava tanto tempo, sem perceber que há pessoas que lamentam o fim das coisas boas quando elas começam, as que acordam ao domingo a pensar que no dia seguinte é segunda-feira, as que nem tentam porque vai dar merda, as que não arriscam porque já perderam. E realmente perdem, sentadas em cima da vida para que não mexa muito, não faça ondas, se mantenha ali, entre o dia em que começa o verão e o dia seguinte em que está quase a acabar, numa sucessão de domingos de neura em eterna antecipação de segundas feiras de merda.
Isto tudo para chegar ao fim do primeiro dia de verão, o meu primeiro dia de verão oficial e saber que isto dos dias fixos no calendário é só mesmo isso, uma data convencionada e o meu verão começa
(quando passo a usar sandálias)
(ou a beber gin tónico)
(ou a dormir só de lençol)
(ou a ver uma lua enorme amarela ao fim da tarde)
quando eu quero.
- Debaixo de água
- Trovoadas