100nada

Como lidar com Etelvinas amotinadas

Estou a braços com uma crise (de criadagem diria a Lili, e aliás disse-me ainda agora, olha apardalada, o teu blog está um verdadeiro cri-cri, é da meia idade, não? Não tens conserto, filha! ) problemas de comunicação entre o patronato e o assalariado.

A Etelvina está lá há tantos anos que já faz parte da família. Enquanto o fazer parte da família se resume a mudar-me os móveis todos de sítio (a sala ficou muito melhor assim, não acha menina? É que estava mesmo mal aquele arranjo que a menina fez!) e decidir que há camisolas que eu não tenho de vestir portanto arrumam-se nos armários da outra estação (a menina vai vestir essa camisola agora no inverno??? Mas olhe que isso fica mesmo mal!) e refundir os brinquedos infantis (o menino já não precisa de brincar com aqueles carrinhos, arrumei-os na arrecadação) dá algum trabalho explicar que quero tudo como estava antes, mas a gente entende-se. Ela discorda mas faz, ou desfaz, e tudo bem.

Agora quando a confiança se estica a ponto de o trabalho passar a ser um favor que me faz, a coisa complica-se.
Ontem mandei dois berros, os primeiros em mais de dez anos: A Etelvina não quer assim, mas como trabalha para mim, tenha paciência, mas é assim mesmo!

Agora amuou. Como não pode deixar de fazer as coisas, arranjou uma tarefa que lá deve achar que não faz parte das competências dela. Diz que não me acorda mais de manhã. Há paciência?

Creio que está na altura de começar a pensar numa Maria Aldegundes, numa Neide ou numa Natasha.

0 thoughts on “Como lidar com Etelvinas amotinadas

  1. Rita

    Tal como no 25 de Abril, é a Revolta do Proletariado!
    :)))
    Desejo-te paciência, Catarina!

  2. carlos a.a.

    Pois é, o problema está em “(…) os primeiros em mais de 10 anos)! Falta de hábito, quebra de rotina e comportamento diferenciado.

    Assim , julgo que a Etelvina tem ainda muito para dar, bastando criar a rotina de dois berros quinzenalmente. Haverá um período de habituação mútuo, como é evidente, mas após rotina criada, tudo encarrilará!

  3. catarina

    Pois é, Rita,mas não sei do que se revolta! Já lhe pago uma fortuna (‘para coçar a micose’, diria uma pessoa que eu conheço), a Caixa, o seguro, o passe…acho que é como o Carlos diz, confiança a mais, tudo se resolve com mais um berro ou dois quando for preciso. Duende, eu conheço o ‘faça você mesmo’, mas prefiro não ter que as fazer…:-)))

  4. predatado

    Sabe querida, vou-lhe contar uma história. O meu teu Edmundo que é padre não tem uma Etelvina. Mas o Gracindo que é o sacristão lá da paróquia estava incumbido de todas as manhãs lhe preparar o pequeno almoço, acordá-lo entre as 7 e as 7h30 e dizer-lhe como estava o tempo. Sempre que o Gracindo o acordava e dizia: “Sr. prior, são 7h15, está um dia lindo de sol e o seu pequeno almoço está na mesa”, invariavelmente o meu tio Edmundo lhe respondia: “Obrigado meu filho, mas Deus já me disse”. Farto de obter sempre a mesma resposta o bom do Gracindo resolveu pregar uma partida ao meu tio. Um dia ao acordá-lo com a mesma conversa e obtendo a mesma resposta o sacristão respondeu (foi o que o meu tio me contou, menina, juro): “Pois se Deus já lhe disse bem o f… São 11 da manhã, chove como o caraças e se quiser comer levante-se e vá fazê-lo”. Pois bem, minha querida. O meu tio Edmundo não contratou nenhum Gormecindo, nem Josimar, nem Ivanov. Comprou um despertador.