o tempo a voar
De repente estamos em finais de Abril e ainda não fiz nada. Também não sei muito bem o que é que não terei feito, mas alguma coisa terá sido, já que o tempo passou ali ao lado e eu nem dei por nada: alguma coisa deve ter ficado para trás. Há dias em que ainda tento apanhar esse tempo que passou sem se dar conta, mas a maior parte dele, nem sequer penso muito nisso, porque sei que é assim, que passa cada vez mais rápido e fica sempre alguma coisa por fazer e não adianta muito ficar a olhar para trás e pensar que deveria ter feito isto ou aquilo mas não fiz. Não é que não dê para tudo (não dá, de qualquer forma), é aquela questão de escorrer por entre os dedos, o tempo e não se conseguir agarrar. Se olhar para trás – essa inutilidade, mas perco agora um bocadinho dele a fazer esse exercício – vejo que o ocupei muito e da melhor forma que encontrei na altura (não se pode fazer mais que isso) fosse por obrigação ou por escolha, entretanto passou e agora já aqui estou com a sensação que havia coisas que ficaram por fazer. E entretanto gasto mais um pedaço a constatar este facto e isto sim, é verdadeiramente inútil.
- 25 de Abril
- Samuel Morse
pois é, o tempo voa. ainda ontem entrámos no novo ano (que agora já é quase velho), passou o Carnaval, a Páscoa e o 25 de Abril. o 1 de maio está quase aí e até ao Verão é só um saltinho…. mas é como dizes, quanto mais pensamos nisso mais tempo perdemos! 😉
É… assim se chega aos 46…
Catarina, não tenho «saltos altos». Tive tantos e a minha mãe, coitada, todos os dias pagava umas capas novas… e eu sem dar por isso.
O que tenho, querida Catarina, é uma IDADE ALTA para lhe dizer (e não é consolo, é convicção, verdade) que o que fica por fazer não tem mesmo importância nenhuma. Temos sempre e felizmente tanto que fazer e tanto que gostamos de fazer. MAS NÂO PODEMOS FAZER TUDO.
A vida é feita de tudo isto.
E de tantos pequenos ou grandes nadas.
Sem qualquer notícia.
Como gestos rotineiros
que nos erguem e sustentam
Um beijo