100nada

Chuva em Novembro, Natal em Dezembro

(todos os anos escrevo um post com o meu provérbio favorito)

E agora não me apetece abrir o babyblog. Vai aqui mesmo, depois “transfiro”.

Entra o Natal, assim, a lembrar-me que o Natal é tudo aquilo que se quiser chamar de nomes alguns até feios, mas quando é visto pelos olhos dos miúdos, é NATAL, com todas as maiúsculas, todas as letras enormes, com bolas penduradas e laços e embrulhos. Não de Natal, ainda, presentes para amigos, embrulhados no chão, com metade do rolo da fita-cola, acho que ainda precisa de mais um bocadinho aqui, main, também acho que sim, querido. E depois, faz embrulhos de todas as coisas que encontra, com os restos de papel. Embrulhos com presentes e que ainda têm surpresas, rebuçados metidos pelo meio do papel, mais fita-cola, e eu digo, vais ser uma grande ajuda este Natal, é uma grande ajuda em tudo, já, tão pequeno, tão grande, crescem tão depressa. Gostava de ainda acreditar no Pai Natal, diz-me, mas depois acrescenta: e acredito! e eu, claro que sim, porque não? Também eu acredito, nas coisas boas e felizes, nos duendes a pensarem já que daqui a nada algumas das coisas da lista – tens que pensar em escrever a carta! – desaparecem (é sempre assim) e

entramos no centro comercial e é já Natal. Oh que bonito! Embora nem seja muito, não sou muito daquelas cores, é mais verdes e vermelhos mesmo, mas que interessa isso? É quase quase Natal, não tarda nada. Como é que fizeram isto de um dia para o outro? Lá aparece a parte prática, que depois se desvanece nos dois baldes de pipocas. Não, um para cada um! E eu, a celebrar filmes ainda da Disney, mas já com gente mesmo e legendas (consegues ler tudo? se passarem devagar, consigo) dois baldes de pipocas, seja, um volta para casa quase cheio (depois levo para os amigos amanhã) e ele, ainda pela mão. Aos saltos, a entornar as pipocas todas, mas ainda pela mão. Mas já fora do carrinho das compras, no supermercado, até não resistir e surfar lá dentro (assim cais! pra baixo, já!) e

depois fazemos planos para estantes novas e amigos cá em casa aos fins de semana. Se calhar até podem ficar a dormir, não achas? E eu acho que sim.

0 thoughts on “Chuva em Novembro, Natal em Dezembro

  1. Uma Senhora de Idade Que Passou Por Aqui

    E já agora: «De Santa Catarina ao Natal, um mês igual».
    A gente lê uma coisa destas e fica a perguntar-se «Porque raios é que perdi a magia do Natal?»
    Que nunca se perca o brilho nos olhos desse menino :)

  2. Moura

    Hehe… podia esperar pela transferência para o destino anucniado, mas por estas alturas corro o risco de então ou não ter pc à mão, ou (já) não ter tempo para teclar comentos nos blogues _sim, é como o Natal: tá quase! :))

    É que é das coisas boas que eles (filhos) nos trazem, esta de voltarmos a sentir a magia do Natal: fico tão entusiasmada quanto eles a escrever a carta ao Pai Natal, a espalhar a decoração pela sala, a contar os dias que faltam para montar a árvore, a namorar bolas, estrelinhas, velas e pingentes nas montras, até a cantarolar com eles os (a partir de 15 de Dezembro já irritantes) Xmas carols…
    Ou seja, adorei o post!

  3. AmarPerdidamente

    As saudades que eu já tinha destes relatos… Um grande molho de beijinhos para o R. e uma bejufa para ti também. ( Já se sabe que o Natal é das crianças e por isso, os adultos ficam sempre com menos)

  4. Ricardo

    natal… presentes… compras… dinheiro… pai natal… menino jesus.

    pois é… o verdadeiro espirito de natal não existe.

    Passei ontem a caminho de porto amboim… parei num aglomerado de casas com o tecto em palha e não maior do que uns 5 m2… e lá o natal de que falam não existe… a miséria é continuamente a mesma.

    …esta época representa os antagonismos da imbecilidade pseudo-cristã.

    subsidio de férias gasto inutilmente… cada criança de alguns poucos paises mais ricos, recebem dezenas de prendas… é o extase da pouca vergonha em que transformaram o nascimento de um menino pobre nascido em belém.

    para quê tantos presentes?? com que sacrificio o fazem alguns pais??

    peçam aos vossos/nossos filhos para fazer uma carta ao menino jesus… para pedir coisas da alma, da familia, da saude, da paz e uma prenda… mas lista de prendas?? o menino jesus é representante de algum armazem?? se acreditam na energia do natal é hora de a usar de forma positiva…

    … uma prenda para cumprir simbolismo dos reis magos… e leiam historias… façam-nos pensar nos outros que nada tem… na necessidade de sermos mais cooperantes… menos consumistas…

    … façam como disse um milionario americano ao seu filho pequeno… ” de todos os presentes que recebeste, escolhe um… e se estiveres de acordo, vamos entregar os outros a quem nao recebeu nenhum”.

    pronto… desculpem lá… mas o natal poe-me assim…

    … é que vejo sempre os meus filhos num extase estupido e consumista… á espera de prendas e mais prendas inuteis… desgosta-me… que hei-de fazer.

  5. PreDatado

    Gosto do Natal por várias razões. Sou um consumista nato. É das minhas “infantilidades” das memórias mais vivas. Dantes acreditava no menino Jesus, depois venderam-me o Pai Natal e também acredito. Não aproveito Natal para a caridadezinha, mas admito que é uma época em que me redobro em solidariedade e por último só para informar que já tenho as bolas de molho.. ups .. não é bem isso mas talvez se perceba.

  6. Ricardo

    predatado… respeito inteiramente a opinião e modus vivendi de cada um…

    … ás vezes pequenos gestos, mesmo sendo apelidados de caridadezinha, significam muito para alguém…

    … a estoria do miúdo que vê milhares de peixes a morrer na areia da praia, e pega num e noutro e vai atirando ao mar… alguém lhe pergunta que espécie de coisa ele estava a fazer… não veria ele que atirar meia duzia deles de volta ao mar não fazia diferença alguma?… o miúdo respondeu-lhe, atirando um outro peixe para o mar… ‘a este… eu fiz a diferença’.

    … uns amigos meus bastante novos… um arquitecto e uma médica… resolveram partir para benguela… numa missão humanitária… estão lá há um ano… nada recebem, apenas a alimentação e dormida. Fizeram a diferença para muitas crianças… isto é natal todos os dias.

    … um cunhado meu também arquitecto foi a s.tomé e apadrinhou uma criança com oito meses… vai financiar parte da sua alimentação e estudos… fez a diferença para aquela criança… e isto é natal… e há lá tantas que precisam de qualquer coisita… isso… seria natal.

  7. pal

    é, depois há certos acontecimentos que nos surpreendem e que acabam por nos atravessar o coração e dias como os do Natal ficam com um sabor amargo de tristeza misturado com essa alegria das coisas boas que ainda há e hão-de ficar para sempre e, na verdade, percebemos que o Natal também serve ara isso mesmo, como homenagear a família…

    (não sei porque é que falei na 1ª pessoa do plural 😛 )

    chuva em novembro, natal em dezembro, e mai nada!

  8. catarina

    Só numa corrida, responder ao Ricardo. Pois é, nós sabemos tudo isso. E o Ricardo não fará a mais pequena ideia de como é que eu (e outras mães que aqui celebram a alegria do Natal através dos olhos dos nossos filhos) faremos, se há muitos presentes (há sim!), se damos os brinquedos antigos (e as roupas e o resto tudo, que já não precisamos a quem precisa), se apoiamos famílias ou instituições, como é que educamos os nossos filhos. E este é um babyblog post, portanto saio mais agressiva, talvez, porque nos outros posts todos de Natal que eu escrever, podem vir com ideias contra, agora neste, tenha lá paciência, mas pura e simplesmente não admito que me digam “façam isto” ou “façam aquilo” em relação a educar crianças. O Ricardo fará o que entender na sua casa, eu farei na minha, mas não me venha dizer que isto é natal e aquilo não é. Entendo que se desgoste com o consumismo dos (seus) miúdos, mas a “lição de moral” dispensa-se. Não fique ofendido, gosto muito de o ter por cá a ler e a comentar, mas isto de mães e os seus filhos, já sabe como é, pura e simplesmente não admitimos críticas, muito menos de quem não nos conhece.

  9. Ricardo

    cara catarina… como muito bem disse, EU não a conheço, e a Catarina tb não me conhece… por isso, o que foi dito, nunca poderá ser interpretado como uma mensagem dirigida a si.

    Longe de mim pessoalizar o que quer seja… nesta matéria… cada um age de acordo com os ditames da sua consciência.

    Apenas quis, pelas gratificantes experiências de vida que vou tendo, transmitir a ideia de que o natal tem origens simples… e sendo uma festa cristã, que simboliza o nascimento de alguém igualmente simples… cujo objectivo máximo foi transmitir uma mensagem de solidariedade para com o próximo… que as pessoas tenham isso em atenção… nada mais.

    Catarina eu não tenho o poder de mandar em si ou na educação que dá aos seus filhos, nem teria qualquer pretensão nesse capitulo, se o pudesse fazer… tenho preocupações com outros filhos de outras pessoas em outros paises, em diferentes condições sócio-economicas que a da catarina.

    Olhe catarina eu não sei o que é um babyblog post… por isso nem sei bem o que lhe responder nesta matéria.

    Em todo caso queira aceitar o meu pedido público de desculpas se eventualmente a ofendi tão fortemente.

    ahh… e não se preocupe… conheço bem o espirito das mães… e as reacções que tem qdo se trata dos próprios filhos.

    Mas… repito a desproporção da sua resposta deverá estar numa pessoalização que erradamente fez das minhas palavras.

    Bom natal e felicidades.

  10. PreDatado

    Ricardo, uma vez que se me dirigiu vou fazer algusn esclarecimentos. Não tinha lido (apenas por acaso, porque até costumo ler) o seu comentário antes de escrever o meu pelo que a utilização por mim da palavra caridadezinha não tinha nada a ver com o seu comentário (que só li agora). Não gosto do conceito de caridade porque o associo, quiçá errada ou estigmaticamente, ao conceito do coitadinho e à mui católica esmola. Provavelmente se tivesse lido meu comentário com mais atenção teria encontrado por lá qualquer coisa como solidariedade, mas aquilo que faço ou que sou não vem aqui a propósito.
    Cumprimentos cordiais.

  11. catarina

    Ricardo, não me ofendeu fortemente nem é preciso qualquer pedido de desculpas. Simplesmente vou aos arames quando vejo qualquer coisa que vagamente se assemelhe a “façam” assim ou assado, com ar de lição de moral. E tendo sido aqui, como resposta ao que eu escrevi e a sua resposta tendo sido “peçam aos vossos filhos”, “façam como aquele tal e tal”, é evidente que me é dirigida.

    O facto de eu estar aqui e ter estas (sejam quais forem) condições sócio-económicas, não quer dizer que não me preocupe com outras crianças e olhe que nem é preciso ir para outros países para ver a verdadeira miséria. Mas chateia-me grandemente que me preguem lições de moral sobre o espírito de natal e os coitadinhos dos pobrezinhos. Eu recuso-me a assumir a culpa da miséria do mundo: sabe a sua história dos peixes? Um só fazer a diferença? É o que eu faço, trato dos que posso.

    Agora escusa de me desejar um feliz natal e ir embora todo aborrecido que ainda estamos em novembro. :)

  12. catarina

    Isa, obrigada, beijos. :)

    Minha amiga “uma senhora de idade”, basta isto, ver os olhos deles a brilhar quando olham para umas árvores com umas luzinhas e está tudo recuperado, essa magia. Por aqui vamos tentando sempre nunca a perder, nem em adultos. :)

    E eu de bocêses, Cool. :)

    Emiéle, não foi repescado, foi escrito na hora :) Vai é transferido depois, que por lá guardo aquilo que realmente é importante. :)

    Moura, tá quase, pois é! :))))) Também eu, adoro esta altura. E tu ainda vais ter um Natal mais animado 😉 Beijos querida.

    M@ry, outro para vocês. :)

    Pre, acho que vemos o Natal exactamente da mesma forma. :)

  13. binaw

    A epoca de natal é uma época triste, porque só está feliz quem tem dinheiro para comprar a felicidade dos nossos filhos. Mas eu estou dezempregada, nada vou ter para poder comprar. Fiz com as minhas mãos duas espadas de madeira e um arco de flechas. Compreendo muito bem que tem dinheiro que compre tudo aos seus filhos, mas tambem dou razao ao ricardo quando disse que esta epoca devia de ser uma epoca de solidiradade com as criancas pobres.

  14. Isa

    e muito menos no Natal. o verdadeiro espírito solidário é-o o ano inteiro, olhó caralho!

    é que é todos os anos a mesma merda, todos os anos alguém se lembra de vir com esta conversa de merda. Por acaso até gostava de saber se estas pessoas que vêm praqui dar lições de moral se pregam essa moral c/ os pp filhos, se contrariam essa tendência materialista. se olham bem prás suas vidas e não constatam q tb são assim mesmo, têm de ter tudo o que os outros têm mm que n tenham dinheiro para tal.

    Ou se só dão lições de moral nos anos em que a vida lhes correu mal, e nos que correm bem os enchem de presentes. Ou se cobram, aos outros, presentes para os filhos, ou se n cobram, por falta de tomates, mas ficam a remoer essa merda uma vida inteira.
    PS: espero que o R tenha todos os presentes que merece, e que os olhos dele brilhem até faiscar, e que os teus continuem a brilhar, catarina, de AMOR!
    E bjs!

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