100nada

Ela e ele

Conheço-os. Nunca os vi. Imagino-os aos dois.

Ela, uma mulher linda e doce, cujas inquietações de alma vai escrevendo cada dia melhor. Uma menina bem comportada, uma das mulheres mais femininas que tenho o privilégio de ler todos os dias. Que me faz pensar, rir e às vez me comove, com estas coisas de gajas que nós não queremos nem saber e nós não, porque somos raparigas do século XXI, práticas e pragmáticas mas que, de vez em quando, nos batem e ficamos como todas as outras (parvas), umas românticas do pior. Que se sorriem e se riem um bocadinho envergonhadas e sentem assim uma lágrima ao canto do olho, todas solidárias, quando lêem coisas como

“(…) Eu gosto do traço distintivo da letra e adoro uma letra bonita, sobretudo se for de um homem.
Sempre que posso, peço que me escrevam e respondo na volta do correio, mas há muito tempo que não recebo uma carta e nunca, até hoje, recebi uma carta de amor.”

Ele, gajo, claro. Os gajos não querem saber destas coisas, são as parvoeiras delas; eles são cerebrais, embora usem a inteligência emocional, mas ninguém os apanha em cenas cor de rosa, muito menos em público. Vá, dizem as coisas assim muito vagamente, assobiam para o lado e encolhem os ombros, pá, sabes como é. Mas lá no fundo, iguaizinhos a nós, porque os sentimentos não são só das mulheres, eles é que (res)guardam os deles. E depois, de repente, fazem coisas assim, inesperadas e atravessam-se todos (ao comprido até, se for preciso) e saem daquelas tocas fechadas onde se escondem e respondem

Estás a gostar? Imagino que estás a ficar corada por estares a ler isto com os teus colegas de escritório por perto e pensas que não consegues disfarçar que estás a ler uma carta para ti publicada num BLOG!!!!

E nós do lado de cá, a ler e a imaginá-la a ela, corada e sorridente, um bocadinho até aparvalhada, com aquela confissão tão pública do homem dela, que nem será dessas coisas (nenhum é), fazemos de conta que nem lemos e nem vimos nada e, secretamente, babamos.

O amor, como se vê, não precisa de ser complicado.

(ele autorizou que eu escrevesse isto, querida! entende-te lá com ele! :D)

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