Londres, SW7
À chegada, o taxi deu tantas voltas que me perdi. Ou então o encanto de rever a minha (minha, minha, minha) cidade, tão minha que é a única cidade do mundo onde quis viver toda a vida, depois dos anos lá passados. Sabia onde ia ficar, mas perdi-me, quando saí porta fora, não percebia exactamente onde estava. Dez passos até à esquina para me orientar e, de repente, uma chapada no cérebro. Do lado de lá da rua, do cruzamento, montras diferentes mas tudo igual e eu, olha, olha, é o meu jardim, é o jardim da minha casa! Na minha rua, em casa, uma sensação estranhíssima de tudo na mesma, tudo diferente. Muitos anos sem lá ir, fecham lojas, abrem novas, as casas iguais, o resto diferente e só o Christie’s no mesmo sítio (e depois os correios e as cabines telefónicas e a estação de metro e o tipo a vender flores), a ancorar-me ali à minha cidade, à minha casa.
A porta da minha casa, para lá da esquina seguinte e não a dobrei. Tudo diferente, tudo igual e, na minha memória, a minha porta. Não fossem tê-la pintado de outra cor (que pouco mais se pode ali alterar), prefiro mantê-la (de que cor? já nem sei qual era, mas que interessa que não me lembre? se a tivessem pintado de outra cor, eu notaria) da cor que (não) me lembro.
E é engraçado que agora, depois de ter passado várias vezes pelas mesmas ruas onde passei milhares de vezes e de ter visto todas as alterações, sei que me hei-de lembrar de tudo, outra vez, como era antes. Como se estas memórias mais frescas não sejam suficientemente opacas que cubram os anos e todos os passos que ali dei. Ou então porque estas são outras e não serão memórias de passos em ruas mas antes de outros caminhos.
Olha…fomos quase vizinhas….eu era mais SW1….mais propriamente…Cadogan Square..perto da Sloane Street,King’s Road e isso..:DDD
Mas as saudades são imensas…e também tenho essa sensação..de que é a minha cidade,embora a minha mãe passe o tempo todo a dizer-me que iria ficar muito desiludida porque está tudo tão diferente..principalmente as pessoas.
O que é que achaste???
Pronto, é desta que me meto no avião direitinha a África… a ver se me desiludo de uma vez e a gaja deixa de me correr nas veias.
E porque voltaste de lá?
Ah que inveja mana! Como eu gostava de voltar a ver. A minha zona, Sloane Square, King’s Road… mas também tantas outras ruas e praças. Tenho essa curiosidade de saber como será voltar e ver o que temos na memória mas com outros olhos.
corroboro a inveja da mana fi. que saudades, meu deus – e que estupidez não ter ainda lá voltado!
Monalisa, que coisa gira. :)))) Na volta até já nos cruzamos…eu também fui SW1, como diz ali a mana Fi. A King’s Road está sem grande graça, diga-se. Mas eu ainda me consigo lembrar dela cheia de punks há 30 anos e, quando vivi lá, ainda havia muita coisa alternativa. Agora que o alternativo é normal, aquilo está igual ao resto. Mas ainda almocei no Oriel (roiaibus de inbeija, manas!), O Peter Jones e o Habitat estão no mesmo sítio, o WHSmith de Sloane Sq agora é um quarteirão de Hugo Boss mas o tipo das flores ainda está à porta do metro, a Sloane Av. na mesma( embora com algumas lojas que têm seguranças com headsets (um fora da loja, um dentro, porta fechada)), o Harrods tem restaurantezinhos em todos os cantos da zona das comidas, o Tony and Guy (foram eles que te cortaram o cabelo daquela maneira sinistra, não foi, mana?) por todo o lado. E cada vez é mais difícil encontrar um inglês em Londres, mas não me pareceu que as pessoas fossem menos simpáticas. O metro continua um espanto de pessoas tão diferentes umas das outras, muitas continuam a ler os seus livrinhos entre estações e ninguém olha para ninguém. Sinceramente? Tirando as montras diferentes, está igual. Igual. Aquilo é sólido e tem aquela magia de nos transformar (ao segundo dia eu andava de vestido mini e botas e com pena de não ter meias com bonecos :DDD; mais uma semana e cabelo às cores, lol).
Summer, nada sai das veias. Entranha-se mais ainda. Claro que me falta voltar a Africa, essa martelada na cabeça não sei se estou preparada (mas irei, como é evidente).
Sara, na altura estava a estudar e seria muito difícil, senão quase impossível arranjar um visto de trabalho. Voltei para trabalhar cá.
Mana Fi, já ali em cima meti relambório sobre a coisa e ficava o resto da noite a debitar mais. Vale realmente a pena, embora faça um bocado de aflição (porque já não estamos lá, já não se volta para casa ali adiante).
Mana Susana, ainda agora voltei e já estou roída para lá voltar outra vez. É mesmo assim.
vá, façam uma excursão de manas, com visitas guiadas a primas ’emprestadas’
Hehehehe isso era giro, era era. Mas agora quero ir à Disney (com a criança e eventualmente manas e sobrinharia). Mais bolos, portanto (e muita junk food) Lá para a Primavera…as tuas já foram?
Já, as mais velhas. E devem ir outra vez em Abril na ‘viagem de finalistas’ da F (1º ciclo). Se forem em grupio aconselho o Explorer’s hotel, o único a ter camaratas que dão para mais do que 4 pessoas.