A democracia explicada às crianças
Aquilo que eu expliquei ontem ao meu filho de cinco anos foi mais ou menos o seguinte:
Há várias pessoas que querem mandar, mas só pode mandar uma delas. Então, todas as pessoas (as que querem mandar e as que não querem) escolhem, entre as que querem mandar, uma delas. Cada pessoa só pode escolher uma pessoa. E a pessoa que tiver mais cruzinhas ganha. Todas as pessoas jogam este jogo assim, com aquela pessoa a mandar e no próximo jogo logo se vê.
Parece simples, não parece?
A mim parece. Mas há muitos adultos que, pura e simplesmente, a parte do jogar ainda percebem as regras, mas a parte do perder, essa já não são capazes; tal como muitas das crianças da idade do meu filho, dizem: assim já não quero jogar mais.
- As boas e as más notícias ;)
- Post privado para a família
Finalmente alguém me explicou a coisa com lógica…
até eu, que não gosto de jogar o jogo, nem quero, porque gosto de ser eu a mandar em mim mas não quero mandar em mais ninguém, percebi.
…e amuam, pois!
…e amuam, pois!
…e amuam, pois!
Porque ainda há quem não queira mandar, de facto.
E não há outros que dizem: “Eu jogo, porque a bola é minha”?
😉
Saudações
Só ainda não percebo as outras regras. Aquelas que dizem que quem tiver um saco e se ele for azul ganha mais facilmente. Ou aquela que recomenda que se um dos que quer mandar gritar bué contra o chefe do partido dele e for insultuoso e mal-educado e se comportar com um ditadorzeco de merda ganha com oitenta por cento dos votos. E tambem não percebo aquela regra que diz que se um qualquer marido de apresentadora de televisão perder isso se deve à falta de inteligência do people.
Bolas pá! Tanta regra por explicar.
Chama-se a isso falta de cultura democratica com um pouco de falta de chá à mistura.
Infelizmente também há malta que vai a jogo, mesmo que alguém lhe tenha dito:
“Olhe que o menino parece que anda a fazer batota!” E em vez de dizerem :
“Batota? Eu não sou batoteiro e para provar isso não vou concorrer a nada enquanto isso não estiver bem esclarecido”
Dizem antes:
“Eu não sou batoteiro, não tenho muitos papelinhos verdes numa conta na Suiça, não tenho um saco azul onde também meto meuitos papelinhos verdes, nem ofereço apitos e outros papelinhos verdes a senhores que andam no meio dos campos de futebol e para provar isso mesmo, vou meter aqui uma carrada de outros papelinhos para atrasar o processo e no entretanto, posso até fugir do país e quando voltar podemos até ver se a maioria da gente acha que eu sou batoteiro ou não!”
Infelizmente, há malta que mete cruzinhas no seu nome… Triste país este…
Bom dia a todos!
“If memory serves, you won, proving that good looks and charm win over brilliance and the ability to govern.”
Esqueceste-te de explicar isto ao R.?
O gajo é que a sabia toda, Nelson.
Expliquei tudinho. Não quer dizer que ele tenha concordado com tudo o que lhe expliquei.
Mai nada…que eu acho muito bem que eles ganhem espírito crítico desde cedo. Se não for assim ainda acabam a votar em Valentins e coisas do género.
PS: Quanto ao último pensamento: lagarto, lagarto,lagarto!
Nem mais, Catarina. Se todos os pais explicassem as regras aos filhos quando eles são pequenos, como a Catarina fez, talvez a situação fosse diferente. A democracia é uma aprendizagem.
Será falta de cultura democrática não aceitar de bom grado que os caciques deste país ganhem eleições? Eu acho que não, é bom senso, isso é que é.
Aquela história de que todos roubam e eu voto neste porque rouba pouco é inadmissível, eu francamente não alinho nisso e a minha cultura democrática diz-me que quando o outro jogador joga com o baralho viciado, não devemos ser cúmplices da batota.
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