100nada

Hehehehe

Sou tão tonta. Recebi um email da Inês Alva e respondi-lhe, pensando tratar-se de uma coisa privada. Depois vou ver os actualizados e reparo no Azimutes que tinha desaparecido. Afinal enviou não só para mim, como para todos os seus leitores. O blog é mesmo só isso.
Só me resta responder-lhe também em público. Como já respondi em privado, aqui vai a cópia do email que lhe enviei. Na extended entry, fica email de Inês Alva, email de Catarina, quem quiser leia…E com isto, espero que seja colocada uma pedra neste assunto, que já fez perder tempo demais a muita gente.

(ps: por uma questão de protecção de privacidade, editei a parte do meu email relativa a detalhes técnicos)


Inês

Meta a mão na consciência. Eu nunca minto.

E não me mace com a sua choradeira. Aprenda a viver com as consequências
daquilo que faz. E aprenda também com uma história que lhe vou contar.

Há muitos muitos anos, ainda a Inês (que continua a nem sequer assinar com o
seu nome um email privado para mim) era muito pequena, pois sou um bocado
mais velha, andava eu no final do liceu. Eram outros tempos e andar de mão
dada com o namorado um escândalo total. Eu era criticada por isso. Nunca
liguei. Nem ligo. Vivo com os meus princípios e, quer queira quer não e a
mim tanto me faz, são correctos, honestos e decentes.
A minha professora de Português, uma senhora da idade da minha avó,
odiava-me profundamente por eu ser uma ‘desavergonhada’. Não havia aula onde
não tivesse de aturar uma indirecta dela. Passaram-se umas semanas e pediu
aos alunos uma redacção. Já nem me lembro do tema, mas não era linear.
Quando as entregou disse: ‘quase todas são más, há algumas suficientes e
apenas um muito bom. Que me custa imenso dar. Mas vou dar porque é merecido.
É para a Catarina.’

Inês. Se é professora de Português, queira Deus que nunca aluno seu seja
alvo do seu ódio. Ou então, aprenda a separar a pessoa (que no meu caso
imagina que sou) daquilo que escreve. E não seja pateta. Qual cópia qual
carapuça. Três quartos do que está no 100nada escrevi há anos, noutros
lados. E aquilo que tento ridicularizar no meu é a má prosa e a má poesia em
geral. A Inês é que enfiou a dita carapuça e achou que era consigo.
Sentiu-se atingida, mas isso não é culpa minha, é culpa da insegurança que
tem em relação ao que escreve.

Podia ficar aqui a noite toda a desmontar o seu email e o seu blog, a
explicar-lhe aquilo que não quer perceber, mas sinceramente não tenho a mais
pequena paciência. Tenha uma vida boa, é o que lhe desejo, rodeie-se de
amigos verdadeiros e não desses tais que pelos vistos me enchiam o blog de
comentários, todos com o ip do Polo Universitário da Universidade de tal e tal
(a sua assistência técnica não lhe explicou tudo sobre ips fixos, estou a
ver) e da taletal-net e outros da mesma zona, e que não foram capazes de dar a
cara nem sequer para a defender, contrariamente aos meus, que nem sequer são
meus colegas, veja lá! Nem os conheço, a grande parte deles. O que eu vejo
em si é uma amargura e uma insegurança muito grandes. Fico com pena.

Quanto ao resto, não me faz mossa nenhuma. Tivesse ficado pelos insultos no
Azimutes que eu ter-lhe-ia respondido ou não. Não se queixasse aos tais
(eventualmente inexistentes) colegas e comentadores do 100nada que eles já
não me chateariam. Se tivesse assumido que todos os dias se pendurava no meu
blog a lê-lo (ou lho liam a si, o que é o mesmo) em vez de debitar insultos
sobre os meus textos e depois dizer que não os lia…não vê que perdeu a
razão toda? Uma pessoa quando não gosta de outra, se lhe quer dizer, diz-lhe
abertamente. Percebeu?

Finalmente. Quanto à qualidade da minha escrita. Eu já não ando no liceu. A
bom entendedor…não goste, eu também não gosto do Saramago e daí?

Have a nice life. Quanto a dizer-me que não se esquece, isso é coisa de
miúda. Eu até compreendo. Mas a vingança é vazia. Menciona tanto o nome de
Deus mas esquece-se do que Ele ensinou. Como vê, o seu email é cheio de
ódio. Eu não sou assim. O meu amor pelas pessoas que são importantes para
mim é tão vasto que sobra para tudo o que me rodeia, mesmo quem vem cheio de
pedras na mão. E como vê, provavelmente o seu ‘sei perfeitamente o que fará
com este email’ não deveria incluir responder-lhe por bem e manter o assunto
em privado. Pois é, Inês. Deus não dorme. A Inês é que me parece totalmente
adormecida nas suas intuições.

Catarina

PS: Se em vez de manter em privado esta nossa troca de emails quiser que os
publique no 100nada, não tenho qualquer problema. Que isto fique bem claro,
antes que agora pense que eu prefiro manter isto entre nós por alguma
obscura razão que só a sua cabeça inventaria. Não prefiro nem deixo de
preferir, a mim tanto me faz. Não costumo responder em público a emails
privados, mas é como queira.

—– Original Message —–
From: “Azi Mutes”
To:
Sent: Saturday, November 29, 2003 11:12 PM
Subject: O mesmo: calúnia!!!

>
> Senhora Catarina,
>
> Quando um aluno delata um outro dizendo-me que ele foi
> desonesto e copiou, reenvio-o para o lugar e digo-lhe que não se denuncia,
> não se traz a público as suspeitas sem antes falar com o hipotético
> transgressor. E aí que reside a diferença entre nós. Graças a Deus, a
> senhora não está no ensino: formaria mal pois é mal formada.
>
> As diferenças entre nós:
>
> 1ª deveria ter-me dito o que pensava, eu ter-lhe-ia explicado dos exageros
> dos meus colegas (dos quais fiquei a saber quase na mesma altura em que me
> insultou), perceberia que eu fui envolvida numa mentira, em vez de
inventar
> uma calúnia. No fundo, sabe que atirou o barro à parede e que desde o
> primeiro dia em que leu o que escrevo decidiu que haveria de fazer o que
> pensa que fez (não fez, pois eu páro, mas não vou esquecer);
>
> 2ª Quando a acusei de ser a autora do escárnio, fi-lo em privado, nervosa
> mas educadamente. Baseando-se em suspeitas infundadas criou uma calúnia,
> arrastou-me o nome na lama entre a canalha que frequenta, fizeram-me
passar
> por uma qualquer, coisa que não sou (até o nome da minha santa mãe veio à
> baila e isso, isso é absolutamente imperdoável) e os que se dizem seus
> amigos bem podem insultar: tenho a consciência tranquila e no meu armário
> não há esqueletos, nada de mau na minha história com 34 anos.
> Erga bem alto a bandeira da “ética”: nós sorrimos do que diz, pois é como
> pôr o ladrão a guardar o cofre;
>
> 3ª Nunca na minha vida estive envolvida em qualquer tipo de escândalo. A
> senhora gosta disso, pelos vistos, o que, de certeza, lhe há-de trazer
> apenas o que merece: desprezo;
>
> 4ª Mente quando diz que lhe fiz rasgados elogios. Nunca os poderia fazer:
> sempre a achei vulgar, mal educada e fútil, opinião que reitero aqui. O
> facto de ter participado no blog que assina (em má hora, devia ter tido a
> certeza do tipo de pessoa que é);
>
> 5ª Mente quando diz ao seu “amado público” que recebeu e-mails
insultuosos.
> Que me lembre, enviei um que, insisto, à vista do que a senhora mereceria,
> foi educado demais;
>
> 6ª Percebi os jogos de palavras e as provocações há muito tempo, por
aquilo
> que me contavam os amigos (sim, também tinha amigos que não prestavam
> infelizmente. Esses, já foram banidos). Era notório o gozo miúdo com um
> estilo que tentava ridicularizar mas ainda hoje imita, o que, de certa
> forma, é um elogio, pois após este escândalo, analisei com colegas mais
> velhas os seus textos e percebemos muita coisa (tudo o que fez foi um
> elogio, apesar de tudo: a cópia é sempre pior que o original);
>
> 7ª O jogo foi – desde que decidiu ter uma importância que, de facto, não
> tem – imundo, baixo, ridículo. Tornou-se notória uma necessidade doentia
de
> “agradar” para, na hora, reunir a matilha de que se fez rodear;
>
> 8ª Mentiu, de novo, quando diz que “apanhou os IPs”. Não percebe como se
> expôs a ridículo? Se eu fosse da mesma laia, expunha-a: os IPs de que fala
> (do trabalho e casas dos meus colegas, suponho) não são fixos. Limitou-se
a
> morder quem a incomodava mais. Há muito que se preparava: eu vinha mesmo a
> calhar…
>
>
> 9ª Sei perfeitamente o que fará com este mail. Faça-o. Deus não dorme.
Este
> inferno no qual tornou o meu blog, o meu nome, o meu trabalho arvorando-se
> de uma dignidade que não tem (em definitivo), não cairão no vazio. Parei,
> mas regressei de uma outra forma e aí, a senhora não poderá atingir-me.
Por
> mim, a pobre personagem que é morreu. À mulher nem sei se quero mal, se
> desprezo, mas morreu. O grave disto foi, realmente, o escândalo. Creio que
> há uma primeira vez para tudo. Limparei o meu nome, pode crer. Quanto a
si,
> há-de esbater-se num quotidiano banal. Guarde os amigos: o país não
precisa
> de gente tão mal formada. Até imbecis que nem sabem do que se passou se
> deram ao trabalho de insultar-me. Vai custar, mas hei-de erguer-me.
>
> Que Deus ajude o seu filho, pois aposto que enquanto se perdeu em
> inutilidades, ele sentiu a sua falta. Um blog, como gosta de pregar aos
> quatro ventos, “não vale nada”. O seu não, pode crer, mas se isso lhe vai
> dar o Nobel e levá-la às festinhas que hão-de preencher-lhe o vazio que é,
> avante, seja feliz, se puder…
>
> Não corrompeu a minha escrita. Não me destruiu. Não sou a louca que me
> fizeram parecer, ah não! Sou até equilibrada demais, mas a senhora não
sabe
> o que isso é.
>
> Sei os riscos que corro. Sei que deturpará o que digo para fazer-se, de
> novo, de vítima. Tant pis… Aprenda. É assim que um ser digno, uma
> senhora, resolve estes assuntos.
> Um dia, pelos bons motivos, vai conhecer a minha cara. Isto, pode
escrever.
>
> A partir de hoje, até pode subir paredes, mas quanto a mim, já morreu.
>
> Deus a ajude, pobre infeliz, pois não passa disso, de uma pobre infeliz.
> Até um dia. Pode escrever: esse dia vai chegar.
>
>
>
> Inês Alva.

0 thoughts on “Hehehehe

  1. joaor

    mas qé isto ?? coisa parece séria, zanga. é por estas e por outras que se invadem países, por exemplo! lol

  2. Ofélia Queiroz

    A troca de gardalhetes virtuais é um assunto aborrecidíssimo, eu que o diga. Sobretudo se há pessoas dispostas a “fazer de pontos finais reticências” como já dizia alguém. Por isso desde já expresso o meu mais profundo desejo de que tenha tudo acabado realmente – boa sorte!(e se não tiver acabado, “don’t give it a second thought”, a Catarina tem mais coisas com que se preocupar)

  3. catarina

    Cara Ofélia, eu li o seu blog, tem toda a razão, é um grande aborrecimento e apoquentação. Também eu sou culpada de ter posto antes um ponto final que pensei que seria mesmo final. Mas agora penso que ficou tudo dito. Pelo menos, da minha parte, não há nada a acrescentar.

  4. rui

    No século XIX estes assuntos resolver-se-iam de uma forma: duelo!!
    Só falta escolherem as armas (espadas ou pistolas) e o local.
    Mas se virmos bem, isso já está escolhido: a arma é a pena (digital, é certo) e o local a Blogosfera…

  5. insensatez

    desculpem, mas…. LOOOOOOOOOOOL esta in^s só pode ser absolutamente doida (além de absoluta e incrivelmente estúpida). dar-se ao trabalho de falar em honra e em limpar o nome e em escândalo e em reerguer-se… por causa de uma merdice destas na net! lol
    e ainda por cima é viperina, venenosa, arma-se em anjolas e só lhe sai despeito da boca. tss, tss.. esta senhora devia arranjar uma vida própria. 😛

    Beijos grandes, Catarina. 😉

  6. o GoldPhoenix é rabo?

    curto do ppl k vem comentar outros so pa se armar e mostrar k fala bem(?) as in “insensatez.
    xD temos pena!