Notas de fim de semana (2)
Entre o Público já desfeito em bocados, revista para um lado, suplementos para o outro, pelo meio das almofadas e das minhas pernas esticadas no sofá, enquanto me inclino para a mesa do lado e tento acertar no cinzeiro, escondido pelo copo de água, copo de ice tea e prato com bolachas, pela milésima vez naquele sofá, considero (de longe, vagamente, que já sei como sou) ir buscar uma caneta (preta) e um caderninho de capa (igualmente preta). Desisto logo, claro, enquanto uma parte do meu cérebro continua a debitar textos escritos pensados mais devagar que os outros pensamentos paralelos. Nesta linha de paralelos (enquanto vou escrevendo do outro lado do cérebro uma coisa completamente diferente, que na altura deve ser sobre lama preta ou pesca de lagostins ou uma fila de leitões assados e a flor do cabelo da anfitriã do almoço /jantar /ceia /festa onde estive até há pouco) aparece um novo e atrofio um bocado com a violência e a cagança do mesmo. Aparece assim, do nada ou da análise da escrita mental que estou a fazer, que faço sempre, que vou fazendo sempre: uma pessoa escreve. É a diferença. Escreve sempre, mesmo que não passe isso para lado nenhum. Tão simples como isto.
(e agora acabaram-se-me os cigarros, está na hora, que amanhã – daqui a nada – é segunda feira).
- Notas de fim de semana
- Segunda feira
Bela festa. Esqueceste-te da túnica da anfitriã. E do gelado de morango. E da dança. E do salto à corda pra todas as idades. E ainda dos choupos.
Não me esqueci nada, mas não ia escrever tudo, acabaram-se-me os cigarros, tirando o de reserva.
É bom sabermos que existem relações fortes, que perduram no tempo e que resistem a tudo! é um espaço indispensável para manter a sanidade mental.
Vivam os primos e as primas…
Vivam os primos, primo. :))