Nem sempre
Nem sempre a persona que escreve corresponde à pessoa que escreve. Mas quando um blog é uma mistura de opiniões reais e outras imaginárias e imaginadas apenas com o intuito de abanar e provocar, admito que, não conhecendo o autor, se pense não só que se conhece, mas que tudo aquilo é aquela pessoa que está por detrás das letras.
Não é. Nem sempre é. Às vezes sim, outras vezes mata-se a rir com as reacções e interpretações. Outras ainda fica um bocado enfiada, culpada, envergonhada (estão a ver? Esta parte agora, escrita a espreitar por baixo da franja (*), meio verdade, meio fita, só para explicar o point da coisa) por parecer que escreveu uma coisa, quando escreveu outra.
Depende de quem lê. E depende do efeito bola de neve nos comentários. Se o primeiro comentador desatar a rir, os outros rir-se-ão, provavelmente; se o primeiro disser ‘mata’, logo aparecerá um coro de ‘esfola’.
Serve a presente para explicar que eu me fartei de rir (verdadeira e realmente) com o post do António. Que acenei a cabeça que sim, que sim, que aquela caricatura dos blogs femininos estava engraçadíssima; quem nunca pensou em várias das coisas que lá estavam no texto, sobre não só ovulating bloggers mas mulheres em geral, que atire a primeira pedra.
Tal como este texto (me) serve para (me) lembrar de ser, uma vez por outra, mais transparente e menos produto da minha própria imaginação, também o que aqui copio, já muito antigo, (me) serve para (me) lembrar que sou ovariana.
À excepção de todas as minhas amigas e algumas das raparigas que lêem este blog (e que não são minhas amigas, mas podiam muito bem ser) confesso, detesto gajas. Detesto o mulherio em geral, todas as criaturas do sexo feminino que proliferam por esse mundo fora. Detesto as conversas apatetadas sobre trapos, crianças e receitas light (à excepção das que tenho com as minhas amigas). Detesto as conversas deprimentes sobre o sentido da vida, a canseira do quotidiano, a rotina e as massagens anti-celulite (à excepção das que tenho com as minhas amigas). Detesto as gajas armadas em boas, apesar de todas as minhas amigas fazerem parar qualquer rua em hora de ponta. Detesto gajas armadas em engraçadas, apesar de me rir de uma ponta à outra nos almoços com as minhas amigas. Detesto gajas armadas em intelectuais, embora todas as minhas amigas sejam profissionais competentes, raparigas cultas e divertidas e simpáticas e giras. Detesto gajas, em resumo. Só gosto delas, das minhas amigas, mulheres completamente diferentes de todas as outras que por aí se arrastam. E delas gosto muito, gosto sempre, mesmo se acaso, uma vez por outra, fizerem lembrar vagamente, muito muito vagamente, as outras todas que detesto.
(*) não uso franja
- Monologando
- Pedido de ajuda a pais com filhos pequenos que se imaginam grandes heróis do mundo animado
Como ovulating blogger visada pelo post do António, venho assinar por baixo e dizer que me diverti muitíssimo com o quadro por ele pintado. Um gozo.
Idem em relação à opinião de ambas. E o gozo q é ser mulher pode bem passar por aparentar ser-se do contra quando se é, essencialmente, a favor
Não usas franja… isso dizes tu!
Beijos às duas e muito obrigada à m. pelo poema.
Exacto, Rui. 😉
Também achei muita graça ao tal post.
E mesmo quando usavas franja, não era bem o teu estilo olhar encabulada por baixo. :))
Não, não é de todo o meu estilo, mana. :))
Mas… tu tens um olhar encabulado????
Nãããã. Não acredito;)
Miss caipira, no 100nada posso ter todos os olhares que me apetecer…e na realidade também. 😉
(tradução: sei muito bem fazê-lo, claro, uma verdadeira girl sabe sempre…)