100nada

Tudo a debitar opiniões sobre como salvar África

E o Banco (central) de Moçambique a obrigar à constituição de provisões específicas para crédito concedido em moeda estrangeira: 50% no acto da concessão e 100% no crédito vencido e não liquidado no final de 30 dias. Adeuzinho, investimento externo…

(acho que lá no BM não lêem blogs, ahahahahah eu só me rio)

0 thoughts on “Tudo a debitar opiniões sobre como salvar África

  1. jpt

    Leigo não entendo, há(s)-de explicar a relação estabelecida;

    Pois leigo, venha um economista explicar comme il faut; aqui explicam-me que é para combater a dolarização da economia.
    pior é o aumento de 40% da gasolina e de mais de 100% do carvão – isto assim vai mal, muito mal

  2. espumante

    Ora aqui está um post com que te arriscas a não ter 500 comentários. :)
    Receio não ter entendido bem a dúvida do post. Não sou economista, mas conheço bem Moçambique de um passado recente. E gostaria apenas de deixar aqui um registo de que um país como Moçambique, como aliás muitos outros países em ´Sfrica, onde a economia se rege pela moeda nacional e pela adopção do dólar como moeda de investimento externo, tem necessariamente algumas particularidades difíceis de entender por quem está longe da coisa.
    Não estou a dizer que é bom, nem que é mau. Só estou a referir um pormenor não despiciendo neste tipo de questões.
    E acredita que há muita gente em Moçambique que lê blogs. No BM… não sei :))))

  3. catarina

    Espumante, como diz o JPT, é a dolarização da economia e vou tentar explicar a relação. A minha dúvida (que nem está assim tão presente no texto, mas existe realmente) é sobre o acerto da medida tomada. É um risco, um país resolver assentar mais a sua economia numa moeda sujeita a flutuações e com paridades fixadas que podem ser completamente ‘falsas’ em relação à economia existente.
    Quanto à relação do investimento externo, medida acima indicada, duas coisas: uma, evidentemente penaliza quem emprestar em dólares. Mas se os investidores externos quiserem o retorno dos seus investimentos (porque não é a fundo perdido, não é a Santa Casa, quem investe em países de risco quer ganhar o seu, claro) e entretanto os empréstimos forem em meticais, passa a haver um risco cambial grande, que pode comprometer o interesse nos investimentos.
    Enfim, há muito mais nuances e ainda não pensei em todas, mas admito que estejam mais do que equacionadas por quem toma medidas assim. M
    Mas o que havia também no meu post era a ideia de que, no fundo, muita gente tem a mania que sabe qual é a melhor solução para o problema de ‘África’ (que é um continente, cheio de diferenças enormes) e esquecem-se que os países fazem o que entendem, são soberanos nas suas decisões. Não estão sujeitos aos ‘salvadores iluminados’ estrangeiros.

    (o post sem ter 500 comentários, pois é, fugiu-me a boca para a seriedade, que coisa…volto já à linha editorial! :DD)

  4. Miguel S.

    Perfeitamente de acordo quanto à tua última frase. Agora quanto à questão vertente, porque é que uma entidade que se dedique à comercialização interna de cereais, adquiridos ao sector familiar, tem que pedir empréstimos em dólares? Não faz muito sentido. Sobretudo pelo risco cambial implícito. A não ser que…

  5. catarina

    Não faz sentido claro, Miguel, mas isso é crédito local, faz sentido que seja em moeda local. Agora o investimento externo, que muitas vezes é mais em termos estruturais, esse o investidor imagino que queira o retorno em moeda forte.