100nada

Uma pessoa tem de tentar ser isenta

(digo eu) e é isso que eu tento sempre. Não é coisa que a maior parte das pessoas me agradeça. A maior parte das pessoas gosta de ter o apoio incondicional dos mais chegados – é normal, eu também sou assim, somos todos. Mas não é correcto. Ou pelo menos eu não acho correcto. Penso que se deve tentar ser isento, olhar para as coisas independentemente das pessoas, do quanto gostamos ou desgostamos delas. Tenho tentado toda a vida e creio que, ao fim de uns tempos (largos), começa a ser mais fácil, embora custe sempre defender alguma coisa contra as pessoas que gostamos.

Já o contrário é bem mais simples (para mim). Se alguém me chateia, não o considero uma criatura horrenda, não considero que tudo o que faça seja péssimo, não misturo a pessoa com algumas coisas que faz. Não actos, mas processos criativos.

Serve a presente (muito gosto eu destas expressões bacocas) de prólogo para o seguinte: há por aí um blog que começou por me atazanar o juízo de várias formas. Grande parte dos textos tinham (também) o intuito de me picar. Não me tirou o sono, mas também não posso dizer que fico indiferente a alguém que não faço a mais pequena ideia quem seja, que escreva para me aborrecer.

No entanto, apesar de ter um autor que é uma melga, o blog é BOM. Os textos são excelentes, muito bem escritos. Alguns são lindíssimos. É um prazer ler aquilo. Reconheço sem qualquer problema: é um dos melhores blogs que andam por aí. E tal é a qualidade que já nem me irrita nada que me ande a melgar de vez em quando.

Ide ler que vale mesmo a pena: Conta-me tudo.

Nota: a quem pensou que aquilo era meu, digo: tomara eu escrever assim. :)

0 thoughts on “Uma pessoa tem de tentar ser isenta

  1. Rui MCB

    Por falar em críticas, o 100nada está numa fase longa.
    A dimensão média dos posts anda felizmente inflaccionada: com tudo :-)

  2. KooKa

    O blog está muito bom mesmo.
    Já o sigo quase desde o início e quer queiramos quer não, a sophia, ou a rebbeca ou seja lá como for o nome que ao que parece ela (que não a sophia) não se importa em relação ao nome, escreve muitíssimo bem.
    E tem uma criatividade estupenda.
    (Coitadinha da mãe que volta e meia é posta em coma. . .lol)

  3. Eufigénio

    Bem M(letragrande)ulher, admirável este teu gesto!

    O da primeira parte do post (e eu percebo-te bem, chamar para dentro de nós o ‘conflito’ é muito mais àrduo que deixá-lo do lado de fora, e expressá-lo frontalmente é aparentemente desnecessário mas muito mais honesto que deixá-lo cá dentro)

    e o da segunda parte (que eu segui o filme ao princípio, e até a mim, não visado, aquilo me irritou profundamente. Irritou-me tanto que deixei de o ler quase no princípio), para que depois daquilo o possas aqui destacar?! (sabendo que provavelmente foi por conta disso que te fez espicaçar) louvo isso!

    na altura achei-o montado numa estratégia de auto-promoção pouco ética (já não aguento mais esta merda de andar a espicaçar e a dizer mal dos outros, para justificação de nós mesmos, do blog, ou de coisa nenhuma)

    Só não concordo numa coisa: está a anos-luz do que/como tu escreves. Assim achei. Agora vou ver de novo. Quem sabe, se for como tu dizes, não vais perder um fã :)

  4. Luna

    fui lá e vi…é um bom blog, mas daí a comparares-te ao que lá se escreve, concordo perfeitamente com o Eg…anos luz Mulher!
    E assim como o dizemos de quem nos tira o sono se acharmos de destacar tb o deveremos fazer mesmo que se tenha diferentes posturas e atitudes.

  5. susana

    Aquele blog não tinha outro nome?
    O que lá está agora é melhor do que aquilo que eu li na altura em que ela te melgava, é mais maduro. Mas tem pouco a ver com a tua escrita, a tua é mais invulgar, pelo que nunca veria a coisa como a possibilidade de “um ou outro”; digamos que não rivalizam, tal como o hipismo não rivaliza com o tiro ao alvo.

  6. Rita

    err…. eu era uma das que pensava…
    Ainda bem que não és tu. Gosto de ti assim.
    Beijinhos

  7. Vi

    Oh, amiguinha! Que coisa de MULHER! Eu diria mesmo de Mulherão! No desporto chamam a isso “fair play”, mas infelizmente praticam pouco…
    Agora, quando for mais crescidinha assim como eu, vai ser mesmo capaz de não ligar a mínima. É tudo uma questão de prática. A gente limita-se a ignorar, pura e simplesmente.
    (quer-se dizer, não é exactamente assim: a gente ferve um bom bocado por dentro, apanha umas fúrias, diz – pra dentro umas dúzias de palavrões do mais harde coiro que conhece; o que passa ~cá pra fora é uma atitude do género: alguém disse alguma coisa? Não tinha reparado!… E isso, sim, deixa “o/a outro/a” frustradinho de todo, por ver que a gente não tem reacção. Como vingançazinha malvada, é do melhor que há!)

  8. catarina

    Amiga Vi (a resposta serve para todos os anteriores comentários): eu costumo fazer isso. Mas a verdade é que é um excelente blog e a autora já se explicou: não era para me picar.

    (Mário, aquele ‘problema’ era apenas sobre a má disposição geral nos blogs. Não tinha nada a ver com o Conta-me Tudo).