Da elegância à portuguesa
Estou quase a acabar o cigarro e a meio do suplemento da Máxima, que se chama Luxo. Muito contente da vida porque, através da revista, confirmei que as minhas botas estão perfeitamente dentro dos parâmetros, a cor da tshirt e do casaco totalmente nos conformes (página 36), sairam 3 novos perfumes Angel que quero experimentar, e mais umas quantas coisas quando
oiço um assobio.
É uma mistura entre um assobio e aquele assobio com dois dedos à boca. É o assobio com dois dedos à boca sem os dois dedos na boca. Seguido de
ó Carlos, atão?
e mais um assobio que o Carlos se calhar não está habituado a ser chamado por assobios em espaços sociais de instituições privadas.
Olho para a frente. Está uma rapariga que tanto pode ser uma rapariga como uma senhoreca: dou-lhe os trinta e tais pesados das mulheres que parecem ter cinquenta. Não é gorda, é só atarracada e tem uma saia rodada preta que lhe fica muito mal e ainda por cima faz parte de um fato-saia(rodada)-e-casaco. Uma coisa por baixo que não descortino se é uma gola esquisitóide de uma camisa ou uma echarpe (infelizmente inclino-me para a camisa de gola esquisitóide) azul cueca brilhante.
Finalmente traz um broche cheio de vidros pendurado no casaco. Não é um alfinete de peito, é o verdadeiro broche; com tudo a que um verdadeiro broche tem direito, incluindo (esta parte mais original) uma tira de plástico onde está pendurado um crachá de visitante.
Respiro de alívio.
(O tal Carlos devia escolher melhor as criaturas que convida para almoçar, mas isso é problema dele.)
- Hoje
- Muito feliz
Ai… até me arrepiei. :)))
Mas ó carlos atão o quê, criatura?! Tu contem-te, mulher, que já andam praí a escrever coisas de ti e olha que é num sítio onde muita gente vai ler… Ai filha, não podias dar menos nas vistas, para variar?!