O Papa e eu
É uma fotografia. Estou na Praia da Adraga e tenho aberta à frente uma revista com o novo Papa, um tipo novo e cheio de saúde e genica.
Somos os dois muito novos. O tempo passa num instante. Daqui a uns dias haverá outro que talvez não se esqueça da existência dos jesuítas.
Talvez um dia eu consiga perceber se gostei deste Papa ou não. Só comparando, provavelmente.
- Uma semana de chuva
- Dois anos de Bomba
Provocou certamente dualidade de sentimentos. Admirei-o como homem e sempre quis acreditar que teria ido mais além nalgumas tomadas de posição se não se encontrasse tão debilitado há tantos anos. Não sei, mas vou pensar que sim. Afinal temos que nos lembrar que os cardeais são uma bela de uma chatice e que o papa não manda e desmanda como à primeira vista pode parecer a alguns. Enfim, não sei mesmo.
Não peço muito. Um papa que ‘autorize’ o uso do preservativo e olhe de frente a questão do aborto, já não era mau…
É possível, Duende. Também tive uma grande admiração por ele como pessoa, creio que deixou obra feita e que aproximou muita gente da igreja (a mim nem por isso). Quanto ao resto, a igreja é uma instituição como outra qualquer, com direito a todos os jogos de poder e todas as nuances.
O preservativo autorizado chega. Jamais em tempo algum irão olhar o aborto de outra forma, isso tenho a certeza; ainda peço menos que tu, como vês.
Não podia concordar mais. O aborto é uma questão diferente; agora a contracepção por outras vias que não as ditas naturais… já era tempo, já era tempo…
a Catarina e o papa foram novos ao mesmo tempo?
Também só peço o preservativo autorizado. O aborto é complicado. Quanto ao homem, pra mim foi grande, enorme, único. Tive-o sempre como referência. Impossível ficar indiferente. E já com saudades.
Tens razão, Catarina. Já é pedir demais. Fiquemo-nos então pela primeira. Mas sabes o que acho curioso? Já ter ouvido vários comentadores (ao que parece especialistas e devotos, claro) falarem mais das questões ‘devem ou não os sacerdotes poder casar?’ e ‘devem ou não as mulheres poder ocupar posição igual à dos homens na Igreja?’. São questões pertinentes com certeza, mas, certamente, não as mais urgentes.
O preservativo, a participação das mulheres na igreja, a homossexualidade, o divórcio, a maternidade a solo, eventualmente o celibato dos padres. O aborto é impensável que venha a ser “despenalizado” pela igreja, como é evidente.
Era tão bom quando éramos novos. Ou pelo menos é bom vermo-nos novos. Magros, despreocupados. Pronto, magros.
também conheces a praia da Adraga!?
cada vez gosto mais de ti!
Espero que a Igreja tenha o bom senso de ‘legalizar’ os métodos contraceptivos.
O aborto é uma questão mais complexa… Teria que se mudar a mentalidade do mundo inteiro porque há sempre vozes discordantes. O mesmo se passa com a eutanásia.
São questões que considero que contribuiriam para a qualidade de vida mas, enfim, essa é a minha opinião. Infelizmente, nem toda a gente partilha esta opinião.