Quem faz os trabalhinhos de casa de alguns jornalistas do Público
A situação não é nova e maus profissionais há em todo o lado. Já oiço, há algum tempo, histórias de jornais que vão buscar ideias aos blogs e vendem-nas como deles. Em conversa com outra pessoa, fiquei a saber que noutros tempos (e se calhar ainda hoje) os jornais nacionais faziam o mesmo aos regionais. Agora fazem aos blogs.
Claro que quando se trata de alguém que já está na praça e é conhecido e também tem um blog (um colega jornalista, um político, coisas assim), os jornais referem a fonte, não vá o diabo tecê-las (se calhar o artigo até é assinado por algum jornalistazito mais insignificante que pode ver a sua carreira cortada de repente), mas quando são blogs de figuras-não-públicas, a coisa é outra. Vai-se lá ler, copia-se a coisa, tá feito o artigo, é vender o jornal e arrecadar os louros e o ordenado no fim do mês. O outro parvo do blogger que teve a ideia, o trabalho, investigou e escreveu, sem qualquer fito comercial, que se lixe.
Eu até gosto do Público. É o meu jornal favorito. Mas situações como estes plágios ao Substrato e ao Arqueoblogo são uma verdadeira vergonha. Se este país de treta que é o nosso tivesse uns tribunais decentes e rápidos e os direitos de autor fossem respeitados, a coisa piava mais fina…assim só se pode apontar o dedo e esperar que da próxima tenham mais pudor e, no mínimo, que refiram as fontes.
Claro que o ideal seria que as pessoas fossem bem formadas e soubessem o que significa a palavra ética, mas isso se calhar é pedir demais…
*suspirei fundo antes de começar*
É engraçado que, talvez por outras razões, o meu colega de blog, Monty, decidiu pespegar lá no Afixe um avisozinho a dizer que aquilo tem autor.
Fico muito desapontada. A história do Sbstracto nós já a tínhamos transcrito e chamado a atenção para o blog, agora vem o Arqueoblogo ! É que os jornalistas ganham ordenado, não é ? A malta aqui anda nisto por carolice, mas quando mete dinheiro, para além da falta de vergonha, é desonestidade “económica”, ou não?
Bolas, bolas, bolas, bolas!!!!! E não são de Natal!
Eu vi o aviso do Monty, Emiéle e acho que fez muito bem. E há realmente esse lado da desonestidade económica…eu fico alucinada quando vejo estas coisas. Parece que estamos noutro planeta, quando se fala de direitos de autor, de copiar ideias e investigações, de frases e posts sem referir de onde e que isso está ERRADO e as pessoas não percebem ou não querem perceber…acho que isto vai mais fundo e há um problema de educação e formação que ultrapassa largamente tudo o resto – aliás em questões de relações de trabalho nada disso é novo, quem nunca teve trabalho ‘roubado’ que levante a mão…
Pudor, pois, ética, pois, tão lindo, mas quando uma senhora transcreveu o que vinha num jornal norte-americano foi o bom e o bonito, de tal forma que agora é colunista do “Record”, com todo o pudor, claro está!
Educação-disseste tudo.É isso que falta a muitas pessoas, seja em que área for…com educação e respeito pelo próximo metade dos problemas do mundo ficariam resolvidos e nem sequer acho que esteja a ser muito ingénua…(só um bocadinho).
Ainda bem que a crise já te passou…ontem à noite fiquei assustada,nem dormi bem,caramba:)
Já agora,deixa-me perguntar-te:consegues entrar no”vento lá fora”??desde ontem que ando a tentar e não consigo..serei só eu??
mas é que é preciso ter uma puta duma lata do caralho para fazer isso. é que nem sequer dizem a coisa com outras palavras. devem achar que os gajos não lêm jornais. ou se calhar até acham que lêm e até acham que estão a fazer uma grande coisa (“hi hi, eu roubei-te umas palavras e agora elas estão no jornal, e agora toda a gente acha que fui eu que as escrevi e que eu sou muito esperta”). vou mandar um mail ao publico, já. comlicença. e já agora mando tambem a outros jornais, pode ser que eles achem que até dá uma noticia com piada, quem sabe…
Para mim é até incompreensível. Será que essas pessoas não sabem que acaba por se saber? Ou não se importam com isso? Não têm brio nenhum? E acontece em todas as áreas, seja em letras, música ou imagem…
A ética portuguesa deve ter ido passar férias ao Brasil!
Que vergonha! Como é que alguém consegue dormir
sabendo que ‘roubou’ palavras de alguém? Como?
Às vezes o melhor é perder a mania que temos de não ir a Tribunal
e começar a levar estas casos à Justiça.
O injustiçado ganha de certeza e depois quero ver
quem dos plagiadores se candidata a pagar uma indemnização.
VERGONHA! Nem se deviam chamar jornalistas nem nada!!!
Isso apenas demonstra a ideia que a alegada jornalista faz de si própria.
Além de se considerar demasiado importante, para que a palavra de um insignificante blogger possa afectar a sua imagem, julga-se deveras original porque mais ninguém (excepto ela) conhece aquele blog.
É natural. Hoje em dia dá-se a carteira de jornalista a qualquer um/a.
Essa da ética não sei, que é assim palavra fina e eu ando a estudar um dicionário mas como é daqueles gordos vou só na página do “edu”, falta um bocadinho pra chegar à do “eti”. Mas no “edu” já se apanha “educação”, que é uma coisa que me parece que quem trabalha num jornal – quem escreve e quem manda publicar – devia conhecer e usar. E também acho que essas pessoas não deviam trabalhar num sítio desses sem terem estudado o dicionário todinho, e assim também conheciam o “res” de respeito por todos, mesmo por quem “só” escreve num blog e não é assim tão conhecido.
Folgo em saber que já está mais animadita. Qualquer coisinha má que lhe dê, já sabe: primeiros respirar fundo, segundos pôr o capacete na cabeça 😉
a um nível muito, muito comezinho e humilde (à medida do meu piqueno blogue), aconteceu-me o mesmo. Só posso dizer que é muito estranho, vermos as nossas palavras na “boca” dos outros, que recebm elogios ou críticas por elas. Juridicamente, é uma questão muito interessante, e esta de que falas ainda o é mais. Acho que vou pensar melhor sobre o assunto e, se tiver tempo, escrever sobre ele.
p.s. o cd já seguiu. beijinhos.
(picanha ao lume, vim aqui a correr fumar um cigarro)
Para a vieira: esse é uns dos próximos posts daqui, o roubo do teu Conto de Natal. E não há isso de ser a um nível muito comezinho e humilde por ser um ‘piqueno blogue’: é igual, ou pior: foi o ROUBO do texto inteiro, sem tirar nem por uma vírgula. É vergonhoso.
Beijinhos.
A expressão é “fiar mais fino”, não piar. E é “de mais”, separado.
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Concordo com tudo o que se escreveu acima.
(menos com as emendas do 666).
Desculpa o comentário tardio, concordo com o teu post, mas se os direitos de autor fossem rigorosamente respeitados 90% da blogosfera era condenada (eu incluído).
Eu percebo, Vitor, e eu também uso imagens. Mas roubar textos inteiros e assinar como deles, como fizeram com o da Vieira? E estes jornalistas que vendem o que escrevem? Há um mínimo de decência a manter.
Ao Adc: Não vejo mal em que se reproduzam outros textos e imagens, desde que se respeitem os seus autores. E isso é tão simples quanto identificar a sua proveniência e autoria.
Assim também eu era jornalista!…
Exacto, Noite.
Todos nós eramos o que quisessemos, desde que fosse por escrito, Maria João. Jornalistas, escritores, cronistas, investigadores, era só copiar o que já estava feito…
(…hum…lembrei-me agora dos posts do Anarca sobre certas teses de doutoramento…)