Memorabilia blogsférica
(já tenho os meus factos históricos correctos)
Era uma vez uma blogsfera onde havia meia dúzia de pessoas.
Ainda existia A Coluna Infame e o Blog de Esquerda, onde o Daniel Oliveira escrevia em itálico.
(isto é apenas para a localizar no tempo)
E eu, que ia lendo a coisa (eles pegavam-se todos muito e escreviam todos muito bem) reparei que tinha aparecido outro blog que surgiu na blogsfera tipo rastilho. Explodia para quase todo o lado. Eu, que discordava de muita coisa em qualquer um deles, ia lendo.
E um dia, nesse blog explosivo li um dos mais bonitos poemas que me foi dado a ler por estes lados. Começava assim:
Têm os blogues a beleza do breve, da nota solta que se esvai num écran, ou numa folha de papel.
São folhas que voam num ápice,na brisa do tempo que passa. Até podem ser introspecções,restos de poema por cumprir.Ou farpas difusas, ferroadas, palavras contra palavras, num corropio.
E depois, o Pela Santa Liberdade, do Adelino Maltez foi apagado pelo autor, lá para os lados de 17.06.03. Sei porque escrevi nesse dia que o autor tinha cumprido o seu poema, deixando voar as folhas pela janela.
Lá em baixo, na minha traquitana java, está um link muito discreto. O JAM continua a escrever na sua página.
E eu continuo a ler.
é realmente bonito e verdadeiro. eu vejo sempre os blogs como cadernos: uns são tamanho a4, com luxuosas capas duras e grandes argolas, outros “sebentas” e há ainda aqueles fabulosos bloquinhos da “castelo” que cabem nos bolsos das calças e se levam p todo o lado.
num apontamento à parte, tenho pena de só ter descoberto a “blogosfera” há tão pouco tempo…:)
E o “Sobre o tempo que passa” é cada vez mais imprescindível, pela lucidez demonstrada.
Beijinhos,
JCF