Ao calhas
É preciso
estender as mãos e esperar.
Abertas, as palmas para baixo, o que se espera deve poisar sem ser agarrado, ficar imóvel de mãos estendidas, dedos esticados. Os olhos fechados com muita força, ver por dentro, manchas e pontos de cor indefinida, clarões nos cantos. Ouvir
barulhos ao longe
música ao perto
o eco do voo do bicharoco agora esmagado contra a parede
os dedos caem.
Palavras de nada.
- À espera que esta coisa ligasse
- Rewind
Estás no Tibete?
Não.
Uma vertigem.
beijo