Uma parede cheia de coisas penduradas

Podia escrever ‘um quadro’ ou assim, mas para os devidos efeitos, prefiro esta imagem. Uma parede cheia de coisas penduradas. É o que se pode ver quando se lê um texto.
O que lá está pendurado fica sempre à imaginação do leitor. Pode ver penduradas umas flores, umas estrelas, umas canas de pesca, umas meias sujas, uns bocados de tecido, uns automóveis, umas ilhas desertas, umas loiças, umas árvores, uns semáforos, sei lá, milhares de coisas. Quem escreve pendura na parede do texto as suas próprias coisas e quem lê encontra essas ou outras.

E, por vezes, há autores que têm um lado sacana à brava (perixemplo eu) que gostam imenso de fazer umas maldades grandes; e, no meio de uma parede de coisas penduradas, espetam (com um belo de um prego) uma carapuça. Ou uma casca de banana. O efeito é mais ou menos o mesmo. E quem lê enfia a carapuça ou tropeça; ou não.
Na altura em que o sacana do tipo que escreveu aquilo, está a escrever aquilo, farta-se de rir. Mas depois, como não é sempre assim, tem um rebate de consciência e pensa

ó diabo!

e aparece, assim, de orelha murcha (embora ainda a rir um bocado escondido atrás do monitor) e diz assim

Pá. Pás. Aquilo era mesmo só uma maldade. Mais nada. Não era dirigido a ninguém em particular. Eu (salvo nas alturas em que me fogem os dedos para a maldade) não tenho por hábito chamar aos ‘meus blogs’ coitaditos. Isso seria passar a mim mesma um atestado de estupidez e total falta de coerência.

Desculpem, er…hihihihihi (mas ficava ali tão bem!)…desculpem lá…

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