Aqui vai disto
Ora bem.
Após um longo período de reflexão, que durou aí uns dez minutos enquanto fumava um cigarro e ia vendo umas coisas por aqui e por ali, porque o cérebro não se fixa só num ponto (pelo menos o meu não), resolvi que ia escrever uma daquelas coisas perfeitamente inúteis que só servem para irritar uma data de gente – e eu ralada.
Ora bem.
Este país é um país de parolos. Claro que os verdadeiramente saloios não são para aqui chamados, mas depois existem aquelas legiões de parolos pseudo coiso, que pensam que já deixaram a categoria de parolos mas coitados, enfim…a gente sabe.
E a um parolo desses faz-se-lhe assim: um tipo qualquer (outro parolo mais esperto) mete-se em cima de um caixote e apregoa que é bom. Pode ser uma merda, mas isso não interessa, está uma cabeça acima do outro (por causa do caixote) e berra um bocado mais alto e berra sempre ‘eu sou mesmo bom, muito melhor que vocês’. O outro, de tanto ouvir aquilo (e de olhar para cima por causa do caixote) começa a acreditar mesmo. E começa a chamar a malta toda, olhem ali aquele em cima (do caixote)! Aquele tipo é muita bom! Os outros também viram o pescoço para cima (blá blá caixote) e, como já são dois a dizer, acreditam que sim.
E por aí fora.
Chama-se a isso, de um lado (do lado de cima do caixote), o nacional parolo-espertismo; e do outro (do lado de baixo do caixote), o nacional bate-palmas-e-baixa-as-calças.
Ora bem.
Depois há uns tipos realmente bons. Tudo isto lhes passa ao lado. Estão-se nas tintas e vão fazendo as suas merdas e nem sequer se dão conta da festa dos caixotes ao lado. E isso enerva a malta do caixote: que não lhes seja passado cartão. E a malta do caixote começa a barafustar que aquele tipo não é nada bom. E a malta do lado de baixo do caixote pensa, pois não deve ser, nem sequer tem caixote…e o tipo que é realmente bom e que não precisa de apregoar que é bom porque lhe chega saber que é bom, escreve um post e
manda essa malta à merda.
- Almoço
- Ahhh que bem que isto sabe!
pois. percebi a ideia, mas não sei de quem é que estás a falar. de qualquer forma, acho que o tipo que não precisa de apregoar que é bom porque lhe chega saber que é bom é que tem razão 😉
(mas há porrada, é?)
Eu também acho. 😉
(Não! :))
detesto ser assim tapada. e suspeito que não me vais explicar quem é o gajo da festa do caixote, pois não?… ai, que estou roída de curiosidade. (é o meu lado de galinha descerebrada) :))
Mi: não é ninguém em especial. Enquanto escrevia o post lembrei-me de tantas situações em que se vê o tipo no alto do caixote e os outros a baixarem as calças (seja onde for, desde a política ao sargento da tropa, ao gerente do supermercado, ao blogger armado ao pingarelho, ao arrumador frustrado chefe dos outros, podia estar aqui a noite toda a escrever uma lista…). E, ao lado dessas festas, estão sempre os outros a levarem as coisas para a frente, cagando e andando, pardon my french.
you are pardonnée, my chérie
está percebido
hehehe…
Pois eu cá acho que o Doutor Mário Soares é que pensou isto e não quis dizer porque na boca dele podia parecer mal, e a Dona Catarina (não sei por que mistérios) “caçou-lhe” o pensamento e escarrapachou-o aqui no seu blog. E só tenho pena de não ter caçado eu este pensamento, porque eu penso tal-e-qual a mesma coisa: neste país há umas dúzias valentes de caixotes com umas centenas de parolos à roda. O que vale é que depois há os outros que levam a sua vidinha e não querem saber de caixotes nem ficar de rabo prò ar nem a aplaudir parolos que tomaram uma data de água benta e o dobro da presunção. E disse.
caga nisso
Ora nem mais.