O problema é mais grave que isso
(do apetecer responder…o que preciso é de desabafar)
Estou preocupada. Isto não costuma acontecer. Não é normal. Nada normal. Não me parece coisa que se possa fazer de conta que não está a acontecer. Não.
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Um dia estava numa casa em obras, sentada no meio da sala a ver televisão. A sala só tinha um sofá e uma televisão: todos os dias os trolhas arrastavam o sofá e a televisão para o meio da sala. E por trás da televisão era outra sala só separada por um arco. De um lado tinha uma porta para o jardim. Do outro outra para dentro do resto da casa. Tinha portas, isto é, quando não estava a casa em obras. Na altura tinha uma madeira a tapar o buraco onde deveria estar a porta para o jardim e do outro lado da sala nem sequer tinha porta.
Eu estava a ver televisão (outros tempos em que ainda não era alérgica à coisa). Sentada no sofá.
E por trás da televisão passou uma coisa.
A coisa passou assim: apareceu do lado da madeira que tapava o acesso ao jardim, atravessou a sala, passou por trás da televisão e saiu pelo outro lado. Saiu para dentro do resto da casa.
Durante uns (não estou a exagerar) bons dois minutos continuou a televisão como se nada fosse. Eu calada e a outra pessoa (eu não digo aqui que era a minha irmã por causa da privacidade e essas coisas) também calada.
E depois finalmente:
– Olha. Tu viste alguma coisa?
– Porquê? Tu viste alguma coisa?
– Não sei bem. Há bocado pareceu-me qualquer coisa…
– Pois, eu também não tenho a certeza mas também diria que sim…
– É, pareceu-me que não era na televisão…
– Passou atrás da televisão, não foi?
– Pois foi…
– Pareceu-te assim que veio do jardim?
– Pois…e também me pareceu que entrou lá para dentro.
– Olha e pareceu-te o quê exactamente?
– Era…escuro…não era?
– E tinha patas, não achaste?
– Umas quatro…e orelhas…
– grandote…
– Não era daqueles do campo…
– Parecia-me mesmo…daquelas…
– Dos esgotos…
(mais um minuto de filme na televisão)
– O que é que fazemos agora?
– Não sei.
– Nem eu.
– Terá ido para onde?
– Cozinha.
– Pois, cozinha.
– Não foi para os quartos…
– Não, não pode!
– E não sobem escadas…
– Ná!
– Deve estar na cozinha.
– Pois deve.
–
(trinta segundos de filme)
– O que é que achas que precisamos para o pequeno almoço amanhã?
– Pão, leite, café, manteiga.
– A torradeira.
– A máquina do café.
– E chávenas.
– Colheres! O açucareiro!
– Os trolhas depois matam a bicha não achas?
– Acho que é melhor entalar uma toalha na porta, depois de tirarmos as coisas todas…
- (alto! pára tudo!)
- Lista supermercado
Os teus diálogos, Catarina, puta que pariu os filhos da puta dos teus diálogos.
– João, a Catarina pôs mais um diálogo lá no blog, não foi?
– Quem?
– A Catarina.
– Sim, conheço.
– E leste o diálogo.
– Ó pá tenho aqui uma dor nas costas…
– Ó João, a sério, os diálogos dela são mesmo geniais…
– …começa aqui na nuca, apanha-me a espinha, e acaba no rego do cu…
– Anda lá, deixa de ser palhaço…
– Exacto, palha d’aço, parece palha d’aço por baixo da pele…
– Tens inveja, não é? Confessa lá.
– E acho que me está a afectar a audição…
– Ó João, não sejas criança…
– Vou-me deitar.
– Até parece que não gostas do 100nada…
– Sem nada não, acho que tenho por aí um pijama
…
Mas não sei fazer coelhos…:(
Post muito louco mesmo. Parabéns.
andam por aí muitos…ou eu ando aencontrá-los rss —em casa de uma amiga no fds…aí num outro blog (da Fernanda) e agora…deve ser tb rato…apagar o PC é…roer a rupinha, mijar a comidinha isto… na te alembra…o PC é que é drama rssss Abraço
Obrigada um-Monstro.
Seila, são os ratos informáticos, eles andem aí! :DDD
Eu acho que a dupla tu a escreveres diálogos e o João a comentar e o João a fazer coelhinhos e tu a comentares, é absolutamente deliciosa. Imparáveis, ambos, espero.
E o resto causa-me demasiados arrepios para poder comentar.
Catarina, deve ser isso, ratos informáticos. Um deve viver aqui. O meu computador, em vez de desligar, volta e meia liga de novo.