100nada

Devia por aqui um post

de finados, uma jarrinha, uma merda assim. Mas detesto o culto da morte, o cheiro a flores podres e a detestável maldade feita a lírios e ciprestes.

0 thoughts on “Devia por aqui um post

  1. Rui MCB

    E no meio desse culto a morte é tão mal tratada…

    Eis umas das perguntas do nosso tempo: «Como é que antes se “morria tanto” e ainda assim se vivia?»»

  2. catarina

    Não sei, Rui, mas calculo que uns viveriam bastante pior que hoje e outros bastante melhor (embora todos menos).

  3. Rui MCB

    Nascia-se e depressa topavamos o que era a morte. Hoje – nestes recantos mais abastados – muitos passam a vida a tentar acreditar que são imortais.
    Não seria mais fácil se encarassem, se tentassem retirar alguma coisa da morte que se tenta esconder antes que chegásse a nossa hora?…
    Aquela pergunta dos nossos tempos é uma que arrumei há uns tempitos e é mesmo um sinal dos tempos. Das poucas pessoas que tocam no assunto geralmente fazem-no assim, com aquela perplexidade.

  4. catarina

    (Conversa séria para uma treta que se queria leve e para redimir as pobres das árvores…)
    Não acho que se tire nada da morte Rui. É inevitável, dolorosa, final. E, não sei, estava agora a pensar nisso, quando se diz que as pessoas vivem na memórias dos que ficam, não é mesmo assim? Não notas os velhos a falarem dos seus mortos como se ainda estivessem vivos? Mas nós não, nós não falamos…(nós metemos posts light, tazaber?)

  5. Emiéle

    Ora até que enfim que vejo escrito o que penso mas nem me tenho atrevido a dizer. Olham-me de lado com ar crítico de quem pensa “Que tipa insensível…!” Digo-te que comecei a escrever uma coisa lá no meu estaminé a até o paguei… Cobarde é o que sou! E agora quando te li senti-me mesmo envergonhada de não ter tido a coragem de também afirmar que esses rituais não me dizem mesmo nada. E tenho tido grandes desgostos, mas passam-se a outro nível.

  6. catarina

    Ora, Emiele, qual cobardia, uma pessoa se não se sente confortável em escrever alguma coisa, não é obrigada, pois não? :)
    De regresso ao tema, esses rituais são só isso rituais, obrigações em certos dias, é o que eu penso. Concordo: os desgostos passam-se a outro nivel. Vivem connosco em luto e saudade, em memórias de coisas boas…acho eu.

  7. Emiéle

    É isso que eu sinto, Catarina. As pessoas que eu amava, que morreram, vêm-me muito à memória e sinto-as vivas dentro de mim. E recordo-as bem vivas, fortes, alegres, enérgicas, são boas recordações… Mas lembro-me quando calha, nunca em dias especiais.

  8. catarina

    Pergunta estranha essa, Rui. Quantos vivos ou quantos mortos? (o tema está a ficar cada vez mais sério…)

    Emiéle, é exactamente aquilo que eu sinto também. E calha quando calha, por qualquer coisa que, de repente, faz saltar aquela memória.