Sobre peixes
Como toda a gente sabe, eu tenho um peixe. Eu ainda tenho um peixe. E sim, é o mesmo peixe de há umas centenas de posts atrás (há uma meia dúzia de dias, portanto). É o mesmo peixe preto, feio, horroroso, com os olhos fora da cabeça que nada às voltas num ranhoso aquário redondo que é uma seca para esvaziar de tantos em tantos dias (são realmente tantos, mas o peixe, tenho notado, é insistente em prosseguir vivo). O peixe lá está, em cima de uma mesa à prova de ai-virei-a-mesa-e-o-peixe-está-a-espernear-no-chão, não por algum sentimento cristão meu em relação ao peixe, mas porque me faria imenso nojo ter de lhe pegar depois.
Ora tendo eu um peixe…quem é que agora também tem um peixe?
Pois claro. A fada do meu lar comprou um peixe. Há duas semanas e dois dias. Desasseis dias. (isto é importante, o número de dias.)
A Etelvina não pode ver nada: ó menina onde é que comprou aquele saquinho tão jeitosinho? ai vinha numa revista? qual é? vou já ali ao homem que vende as revistas que até pode ser que tenha só os saquinhos e depois ó menina já viu que tenho um saquinho igual ao seu? seguido de olhe lá menina, esta sua carteira vinha em que revista? ah não vinha em revista nenhuma, que pena… e ainda olhe menina tá a ver? comprei na feira uma carteira mesmo igual à sua, não é igual? é é! Os desenhos são diferentes? ai menina nem se nota!
E lá foi a Etelvina comprar um peixe à feira. Um vivo. Informou-me que era mais bonito que o seu, que o meu é encarnado. E depois seguiu-se este diálogo:
– A menina dá de comer ao seu peixe?
– Como?
– Se lhe dá de comer!
– Dou, claro…
– Não precisa.
– Como??
– Não precisa de lhe dar de comer. Eu não dou de comer ao meu.
– Como???
– O homem que mo vendeu disse-me: não é preciso dar de comer ao peixe.
– Ó Etelvina, claro que é preciso dar de comer ao peixe!
– Não menina. O homem que mo vendeu disse-me: contra mim falo, se a senhora quiser eu vendo-lhe uma caixa de comida. Mas não precisa. Veja só se ele está a nadar cá em cima e nessa altura mude-lhe a água.
– Mas assim o peixe morre.
– Olhe, mas por enquanto tá vivo!
– Mas qualquer dia morre…
– Vamos a ver!
Agora: ou eu trato bem o meu peixe, ou tenho a Etelvina a moer-me o juízo até ao fim dos meus dias sobre não devia ter-lhe dado comida, é o que é…
- Agora uma dúvida geográfica
- Quando eu ainda tinha a mania
Deus proíba a Etelvina de ter razão!
Deus, 3 folhinhas (nem mais nem menos) de comida por dia, mudança de água do Luso se for preciso todos os dias, umas pedrinhas, um mergulhador, televisão no canal Odisseia, eu faço tudo o que for preciso pelo meu peixe!!!!
😆 Essa Etelvina é demais!
Água do Luso?!?!?!?!?!
Se for caso disso, Noite, que venha a água do Luso (por agora tem sido de torneira, mas o peixe tem de durar mais que o dela!)
Olha, não te sei aconselhar. Três peixes houve cá em casa, os três. A um deu-se comida em demasia. Ao segundo demos tão pouca que morreu. A um juntaram-se gotinhas de não sei quê à água, a outro pôs-se água “de molho” para sair o cloro. O resultado foi sempre o mesmo!
É verdade que os peixes no aquário podem durar mais de um mês sem que se lhes dê comida (só alguns). Mas isso só resulta num aquário onde os restos de comida e as suas próprias fezes (desculpem lá) se depositam no fundo. Num em que a água está constantemente a ser mudada dou-lhe duas semanas. Claro que pode não mudar a água mas se nunca lhe deu de comer, está-se a ver.
Bom dia
Os peixes do meu irmão são alimentados e a medida vai à experiencia – deve-se dar a comida que o peixe consiga comer tudo em 2 minutos (assim nem comem de mais, nem ficam os restos a sujar a água) 2 ou 3 vezes ao dia – e esta não é luso mas de fonte (vantagens da serra), se for da torneira deve ser deixada em repouso 1 ou 2 dias e depois verter no aquário com cuidado (e não deitar toda – por causa de depósitos)
Mas tenho uma tia que tem um peixe no aquário que não é necessário alimentar – é de vidro!
Obrigada pelos conselhos todos, não são demais, agora que isto virou um concurso entre mim e a Etelvina…;)