100nada

24 horas depois

que título de merda…segunda feira. Hoje é segunda feira. Mas nem dei por nada. Continuo anestesiada. Nem consigo explicar que um dente, uma dor forte nas costas e uma febre muito alta, resultem na infecção urinária que impediu a Etelvina de ir trabalhar. Ou talvez tenha sido eu a perceber mal o telefonema. Mas há sempre um lado positivo: lembrou-se do número do meu telemóvel, esquecido no dia em que ia o homem ligar o gás e ela teve de sair mais cedo, deixando o homem a tocar à porta e uma família em riscos de banhos de gato durante um fim de semana. (felizmente nesse dia, mercê de um homem do gás prevenido com o meu telefone, um comboio perdido, um telemóvel de empregada e a gritaria da patroa volte já para casa, o que é que está a fazer na estação? E eu fico sem gás o fim de semana todo? Não tem o meu telemóvel? Não está colado no frigorífico? COMO??? Não me quis INCOMODAR???, tudo se resolveu em bem, incluindo o regresso do homem do gás a minha casa, para ir buscar o medidor de monóxido de carbono, porque sabe, minha senhora, é que quando a sua empregada chegou e me abriu a porta, eu liguei tudo mas ela mandou-me sair tão depressa que me esqueci dele lá na sua cozinha…)
Hoje só tenho a cozinha cheia de pratos sujos, uma sala cheia de tralha desarrumada, camas por fazer, roupa por lavar…enfim, as alegrias de uma dona de casa com empregada de baixa com uma dor de dentes, uma dor nas costas, quarenta de febre e uma infecção urinária diagnosticada no hospital ontem, que só encontrou o meu número de telefone hoje de manhã. E também não percebi muito bem porque é que começou a falar comigo lavada em lágrimas mas devo ser muito simpática de manhã com as empregadas que me avisam tão atempadamente que não vão, porque depois, quando me contou as histórias do fim de semana e das vizinhas, já se tinha esquecido da choradeira…

0 thoughts on “24 horas depois

  1. Mãe Galinha

    E foi assim, com muita pompa, que mandei às urtigas duas delas, sabendo que iria sobrar para mim. Numa das vezes estive quase 3 meses sem ajuda, mas sobrevivi. Agora tenho lá a sra. M., que ainda tem uma tardezita livre. Pena a distância, que a senhora é um doce!

  2. soinico

    Isso não se faz… E ainda por cima as Etelvinas não recebem nada mal… Quando chegar ao desespero aviso-te Cat., mandas embora essa e ficas com uma nova… Mas… É preciso referências? É que… Eu sei fazer, sei… Não tenho é muita experiência, nem hábito, ihihih :$ Achas que fico com o emprego? 😉 Beijinhos

  3. catarina

    Sabes Rita, correndo o risco de arrasar a reputação que fui construindo da Etelvina ao longo deste tempo todo: ela é mesmo isto, mas tem um outro lado que é bestial. :) Ou foi bestial, talvez…mas realmente parece-me que tenho mais ‘descanso’ na organização da minha vida se ela lá não estiver…;)

  4. catarina

    É verdade, soinico, não recebem nada mal não! :,,,(((( Mas tu não estás fadada para Cinderela-antes-da-cena-do-sapato, minha linda. :)))

  5. Mário

    Bem, há aquelas empresas como a molymaid, há uma conhecida que utiliza os serviços e não está desagradada. Eu tenho mulher-a-dias ainda (mas a senhora está velhota e com a saúde a declinar).

  6. Telma

    E o pior é quando são desastradas, uma moças que esteve lá em casa fartava-se de partir as coisas. Ao inicio ainda contava, mas o desastre era tal que começou a colar, quando descobri-mos tivemos de a dispensar mas ainda hoje encontramos coisas partidas e coladas lá em casa.

  7. Mãe Galinha

    Claro que tem o lado bom! Acima de tudo, são pessoas que, bem ou mal, nos vão ajudando a organizar a vida. Há dias em que a nossa paciência tem mais limites que outros. Nos meus casos maus, foi isso, enchi a paciência com as desculpas esfarrapadas. (Uma vez a gota de água foi, textualmente – Doma Rita num à luiz. Vou embora – OK, não podia aspirar mas podia varrer; não podia passar a ferro, mas podia limpar as casas de banho. Perguiça, é o que foi!)

  8. Mónica

    Mais engraçado é limparem-te os azulejos da cozinha com um pano seco!!!

    Opção: fazermos nós as coisas… se não for hoje é amanhã.

    Levando na brincadeira até se faz bem, ao som de uma musiquinha… conseguindo fazer ginástica ao mesmo tempo!

    Ainda não percebi é porque ainda não emagreci, só engordei :/

  9. Leonel Vicente

    Depois de 5 noites seguidas a dormir 4 horas por noite, hoje “dói-me tudo”: a cabeça, as pernas, as costas e, o pior, os dentes…

    P. S. Já vi que a Lili voltou, mas vai ficar para amanhã uma leitura mais atenta…

  10. cachucho

    Acho um bocado abusiva a forma como falam de pessoas que fazem as vossas tarefas mais chatas e dificeis.
    Tal como vocês, elas também têm problemas, que parece serem ignorados por vocês.

    Claro que não falo só da catarina, falo também de quem comenta.

  11. catarina

    Mário, faz-me confusão essas empresas, meter gente que não conheço em casa, mesmo com referências. Aliás, sou daquelas pessoas avessas a mudanças de empregada: a minha teoria é que à minha já lhe conheço os truques.

    Telma, acontece muito. Que é uma coisa que me enerva: é óbvio que se partem coisas, é escusado é esconder o facto.

    É isso Rita. São as desculpas que se vão acumulando. Eu também vou enchendo.

    Pois é, Duende. :)

    Mónica, tens toda a razão: para ficar como se quer mesmo, só nós. Engordar??? Homessa! Isso não será da culinária que se encontra de quando em quando no Adufe? :)

    Coragem e esfregona, António. Que remédio…

    Ana, era outra a que te queria impingir. :) E olha que deve ser batante decente, porque onde essa está num daqueles sítios que, se há muita falha, rua. :)

    Leonel, folgo em saber desse regresso. A dor nos dentes é que estranho…pensei que fosse mais desporto e menos gastronomia…;)As melhoras.

    Cachucho (cheguei à parte séria da questão). Isto não é um blog de causas, ou pelo menos este post não é. É um post sobre ‘as minhas aventuras com a Etelvina’. Que passa por eu deixar uma imagem de total caos da minha vida. Se é real ou não, é comigo e com a linha editorial deste blog. E eu falo de forma abusiva daquilo que me dá na telha, com exageros ridículos, porque é a minha maneira de escrever. Quanto à questão em si, primeiro, as empregadas fazem as tarefas que não queremos ou não temos disponibilidade para fazer mas não é por favor. È um serviço pago e bem pago. Há muito recém licenciado a pensar, que raio, andei eu a estudar e a mulher a dias ganha mais que eu. E se eu não fizer bem o meu trabalho, é provável que leve nas orelhas, não vejo razão para tratar de maneira diferente quem seja incompetente e se balde ao que tem para fazer. Quanto a veracidade dos factos, não o divulgo aqui.
    De resto, este blog tem o seu lado cínico e politicamente incorrecto. Eu também.

  12. cachucho

    “E eu falo de forma abusiva daquilo que me dá na telha, com exageros ridículos, porque é a minha maneira de escrever.”

    E eu posso comentar o que penso sobre o que escreves ou não?
    Se achares que não , diz.

  13. catarina

    Claro que sim. O facto de estar assim com os azeites hoje não me serve de desculpa, portanto se fui agressiva demais, peço desculpa. Palavra. No fundo, aquela minha resposta, trocada em miúdos é mais ou menos isto: eu ponho tudo a ridículo, a começar por mim. Este tasco não é exactamente ‘eu e a minha consciência social’; é mais ‘o lado mau de uma criatura sem consciência alguma’. Toda a gente tem os dois.