Desconstrução
Desdobro o barco.
Desdobro as voltas do papel e aliso os vincos. De um lado, umas manchas de tinta lavadas de água, num canto uma alga colada com cuspo.
É só uma folha.
Faço uma bola e deito-a fora.
- Tenho mesmo pena
- Lembrei-me de Setembro
Livra-te!!!
Sabes? gosto da folha que ali tens ao lado, por cima das palavras que nos beijam…apesar de estar em branco já foi usada, está marcada com história, e nada lhe encontras ao mesmo tempo; pode ter sido uma flor e depois um barco, pode vir a conter palavras soltas ou uma historia comprida, pode permanecer cheia de vincos ou ficar lisa com o tempo, riscada com letras e números, escondida com sonhos ou tristeza, pintada com cores vazias que o olhar não vê…, mas o que mais gosto, é olhá-la e não saber defini-la, nem para trás nem para a frente, e por isso imagino sempre (pura verdade) o que lhe terá acontecido e o que lhe acontecerá, e nunca é o mesmo.
Escrever em cima da própria escrita, fazer história sobre a nossa história…difícil, mas pleno.
Desculpa, bem sei que nada tem a ver com o post, talvez.
Um beijo e bom dia
Por mais que se deite as folhas amarrotadas pela janela…elas ficam sempre guardadas nalgum lado, não é? E, se calhar, isso nem é tão mau assim.
Desconstrução de sonhos. Ainda estarás com medo do petroleiro?
A vantagem de um barquinho de papel é que se dobra e desdobra. Vê lá é se lá em baixo não estaria uma criança que agarre na folha e ta mande de volta em forma de avião que aterre na tua mão.
Com a mesma folha de papel, pode fazer-se uma vela de moinho, uma pomba que voa, um peixe, um golfinho,uma flor,um cavalo, uma tenda de campismo, um cisne e tantos mais que é só escolheres.
Beijo
estou indecisa em transformar os comentários acima em post-its ou continuar a sorrir cada vez que os leio aqui.