100nada

Desconstrução

Desdobro o barco.

Desdobro as voltas do papel e aliso os vincos. De um lado, umas manchas de tinta lavadas de água, num canto uma alga colada com cuspo.

É só uma folha.

Faço uma bola e deito-a fora.

0 thoughts on “Desconstrução

  1. vanus

    Sabes? gosto da folha que ali tens ao lado, por cima das palavras que nos beijam…apesar de estar em branco já foi usada, está marcada com história, e nada lhe encontras ao mesmo tempo; pode ter sido uma flor e depois um barco, pode vir a conter palavras soltas ou uma historia comprida, pode permanecer cheia de vincos ou ficar lisa com o tempo, riscada com letras e números, escondida com sonhos ou tristeza, pintada com cores vazias que o olhar não vê…, mas o que mais gosto, é olhá-la e não saber defini-la, nem para trás nem para a frente, e por isso imagino sempre (pura verdade) o que lhe terá acontecido e o que lhe acontecerá, e nunca é o mesmo.
    Escrever em cima da própria escrita, fazer história sobre a nossa história…difícil, mas pleno.

    Desculpa, bem sei que nada tem a ver com o post, talvez.
    Um beijo e bom dia :)

  2. Nelson Santos

    Por mais que se deite as folhas amarrotadas pela janela…elas ficam sempre guardadas nalgum lado, não é? E, se calhar, isso nem é tão mau assim.

  3. Maré

    A vantagem de um barquinho de papel é que se dobra e desdobra. Vê lá é se lá em baixo não estaria uma criança que agarre na folha e ta mande de volta em forma de avião que aterre na tua mão. :)

    Com a mesma folha de papel, pode fazer-se uma vela de moinho, uma pomba que voa, um peixe, um golfinho,uma flor,um cavalo, uma tenda de campismo, um cisne e tantos mais que é só escolheres. :)

    Beijo

  4. catarina

    estou indecisa em transformar os comentários acima em post-its ou continuar a sorrir cada vez que os leio aqui. :)