Já aqui falei da minha vizinha?
Já. Claro que sim. Mas acho que nunca escrevi sobre e sim para. E hoje apeteceu-me.
A minha vizinha é a Ana. Segundo me parece, vive a duas ou três ruas da minha casa, mas nunca nos vimos. Ou então, já nos vimos dezenas de vezes, não não sabemos. Culpa minha, claro, não é por falta de pré-combinações, mas porque nunca calha do meu lado, com a minha vida a correr de um lado para o outro. Mas encontro-a em muitos lugares, nos respectivos blogs e em sistemas de comentários por aqui e por ali. E, curiosamente, com a Ana, reencontro também o sítio onde vivo há mais de vinte anos e onde passo tão pouco tempo: as ruas, as obras, o talho, a farmácia, o monte sem árvores. Encontro a terra dos meus vinte anos e tenho pena de nunca ter encontrado a Ana. Escrevo isto tudo assim, porque ainda não a conheço. Depois de a conhecer, talvez ficasse com vergonha.
E escrevo também ou principalmente porque a Ana e a sensatez, graciosidade e a simplicidade tocante no que escreve, é, para mim, uma das mais bonitas mulheres da blogsfera. Está naquela estratosfera das mulheres belas, onde apenas cabe outra Ana, a minha querida Vi e a monalisa.
(e se não coloquei antes este post, foi por ter tido um ataque de timidez-estupidez)
- Bah, o blog é meu
- Um ano de blog
“Escrevo isto tudo assim, porque ainda não a conheço. Depois de a conhecer, talvez ficasse com vergonha.”
Pois é…
É um bocado, não é? Há uma aproximação na distância que talvez seja mais difícil manter na proximidade.
Há.
Ou não.
Querida Catarina, referes-te logicamente ao maravilhoso quadro do mestre Leonardo….
Não, monalisa, refiro-me à pessoa cujo nome acabei de escrever. Um beijinho.
Ahhhh!era mesmo eu…pois..isso é por não me conheceres em pessoa…acho que tems razão quando dizes que a distância nestes casos nos aproxima,acho que nos blogs e nos comentários, as pessoas conseguem expor-se, são mais autênticas,este écran é como um escudo que nos faz rasgar as nossas próprias inibições..ou talvez náo e isto já seja só a noite a falar por mim…
De qualquer modo és uma querida, de verdade, verdadinha, foi a coisa mais enternecedora que me disseram nos últimos tempos.Obrigada e olha para isto …já está o teclado encharcado
Se te conhecesse, pensaria o mesmo mas se calhar não dizia.
Beijinho.
não sei se concordo que sejamos mais autênticos pela net…se por um lado o facto de não nos conhecerem e não nos verem nos liberta de algumas inibições, por outro lado tanto essas inibições como a nossa postura fisica faz parte do “pacote”, de modo que a outra pessoa nunca nos conhece verdadeiramente…
mas concordo numa coisa: a monalisa também é das pessoas mais bonitas que conheço (e não estou a engraxar ninguém!)…pena que, por vezes, nos esqueçamos que a proximidade não substitui as palavras enternecedoras que se poderiam dizer.
Querida Catarina:
O que vale é que estou sózinha no escritório (foram todos já almoçar), assim ninguém me viu chorar.
ès uma exagerada, lá isso és. Muito muito obrigada pelas tuas palavras.
Ainda ontem tive na esplanada aí ao pé. lembrei-me de ti. Ainda pensei ligar-te, mas a timidez foi mais forte. Sou uma tola! Vi um miúdo dos seus 3-4 anos a jogar á bola com o pai. (será o filho da catarina?)
Ora, ora, mais que merecido…:)
Por acaso deveria estar nessa esplanada, não fora a Etelvina ter tido aquele esquecimento de não telefonar por causa da bicha do chuveiro, lá fui eu para o Carrefour comprá-la ao fim da tarde…:(
O miúdo dos seus 3/4 anos creio que sei quem é, que dessa idade aqui há poucos (mais velhinhos há bastantes mais) mas não era o meu. Quando vires chegar uma bicicleta vermelha, capacete vermelho do Mickey e uma mãe a correr atrás, esses somos nós…:))) Beijinhos. :))
Obrigada pelo comentário, caxopa. Também concordo que é assim e que é pena que, com a proximidade, exista alguma timidez em dizer abertamente quando gostamos de quem gostamos. Mas prefiro a pessoa completa, ao vivo e a cores, mesmo assim.
Mas que coisa, quando se fala em monalisas, há sempre uma caxopa que tem a mania de se vir meter:D
Ontem à noite ficou por dizer (e sem querer transformar isto numa lamechice, que nós não gostamos dessas coisas)que se alguma vez se fizesse tal lista nunca ficaria completa sem o teu nome, Catarina e com um destaque especial na alinea das mulhers corajosas, autênticas e decididas a serem felizes “no matter what”.