E eis o meu primeiro post da vida no dia 31 de Dezembro. Ta bem, e sem acentos, isso toda a gente ja sabe e ainda estamos so no principio do ultimo dia do ano. Mas acabei de ver uma maratona de varias horas do 24horas e ainda faltam umas quantas, que nao tenho qualquer hipotese de ver amanha mas tambem nao me importo muito, vejo noutra altura. Se acaso alguem fizer copia, pois a gente agradecia: tudo isto, evidentemente, no espirito da epoca, de amor e partilha de ficheiros, na mula ja agora, fica entao a sugestao e os agradecimentos desde ja, o email aqui do tasco para eventuais avisos de colocacao de coisas a partilhar com os amigos e assim, e o miragem at gmail dot com.
Nao era nada disto que me trazia aqui (ate era, mas fica mais bonito dizer que era pelo fim do ano e nao para pedinchar, no blog, desavergonhadamente, uma copiazinha do resto da serie)e de balancos estamos conversados. Balancos sem cedilha fica ate mais apropriado: umas vezes balanSSos, outras mais balanQUos, assim encravados, como se faltasse qualquer coisa; na palavra a cedilha, no ano algumas coisas, faltam sempre e ainda bem, senao era uma grande seca, tudo isto. Ja toda a gente sabe o que penso acerca da vida em geral e dos anos em particular: sao todos bestiais, cada vez melhores, um gajo apaga o que desagrada e segue para bingo nos entravancos, entravanssos. Nunca me ocorreu desejar um ano melhor que o que terminava, porque isso de ser melhor ou pior calha e calha principalmente na forma como se olha, o classico, metade vazio / metade cheio: para mim sempre cheios, a transbordar e um gajo ainda a olhar para ele, para o ano que acaba e a dizer, epa foi do caneco, algumas coisas fodidas, outras tao extraordinariamente boas que as fodidas ja nem sei o que foram. Isso e que interessa, isso e que conta, que um gajo viva as coisas, eu sei que e um discurso gasto mas e real: um grande amigo um dia disse-me, enquanto eu lhe chorava no ombro baba e ranho das miserias e desgostos ” mas viveste essa merda toda, tas viva, melher, querias de outra forma?” e eu, no meio das lagrimas, nao, nao queria, nao queria de outra forma, quero desta, esta que me traz sempre entre o berro, a gargalhada, a lagrima, o abraco, o desliga, o volta a ligar, o gume das coisas e alguns cabelos brancos. Vale tudo a pena, mesmo as escolhas erradas, um gajo na altura achava que eram as certas ou mesmo que ja soubesse que eram erradas,mete-se nelas, escolhe, chora ou diverte-se ou ganha qualquer coisa. Um bocado como o euromilhoes na escolha dos numeros, um bocado na escolha da aposta, um bocado de sorte, um bocado de cautela e um bocado de quesalixe.
Eu dou-me bem assim. Espero ter um ano tao cheio de coisas como os anteriores, que sem coisas e que seria uma grande xaropada. E desejo a todos um bom natal, um bom ano, digo. Uma laranja cheia de casca amarga e sumo doce (eu nem gosto de laranjas, mas cerejas nao funciona tao bem como imagem).
E deixo beijos e abracos e obrigadas e, se pudesse, pregava mesmo umas beijocas barulhentas nas vossas bochechas, entre o champanhe e a porcaria das passas, entre as badaladas todas. Entre a setima e a oitava, ca estarei, prometo, em pensamento, com todos vos, isto se me lembrar.
Bem haja, rapaziada. Um bom ano para todos.