100nada

Hum…


amanhã é dia de aspirador. Não sabia como começar este post e entretanto bateu-me essa alegre notícia. A bem dizer nem sabia (quase nunca sei) o que ia escrever (e acaba por ser sempre uma nadice) mas depois acertou-me mesmo em cheio, o aspirador.

Um gajo de vez em quando leva uma marretadas nos cornos (agora já não estou a falar de aspiradores) que até anda de lado. Caneco. É como se andasse pelo meio de…carrinhos de choque, carrinhos de choque, é isso! Um gajo a pé no meio dos carrinhos de choque e sempre a desviar-se, a desviar-se? Nem isso, é como se os carrinhos nem ali estivessem e de tal forma não os vemos, que nunca sequer nos tocam e é giro, tem graça, é descomplicado, é encolhe os ombros, é eu nem me apetece sequer andar de carrinho de choque, eu nem sou de andar de carrinho de choque! Para que me hei-de preocupar com isso.

E depois, uma coisa estranhíssima, chove um carrinho de choque. Palavra. Chove um carrinho de choque em cima, um chapadão daqueles que nos vira, que isto um gajo não tá preparado, pá. Não tá mesmo. Um carrinho de choque tá ali, trau e

um gajo pensa, nem cinto de segurança, nem capacete, estou aqui descalça nem sapatos sequer (não me organizo muito bem a guiar descalça) e acha que a melhor ideia do mundo é saltar para dentro do carrinho de choque que entretanto arranca a mega-hiper-velocidade e

e depois não sei. E o melhor de tudo: não quero saber. :)




neranadisto

Porque é que o blogger tem dois sítios um abaixo do outro para clicar create new post?
Perdi as vírgulas, ainda bem que não foram os sapatos, olha afinal aqui estão elas, nas pontas automática dos meus dedos, estava a pensar

pronto escrevo “estava a pensar” e paro de escrever. Estou mesmo monotasking

escrever sem pensar tem mais piada mas um gajo não pode. Quer dizer, poder pode, pode tudo, pode escrever tudo, mas

(fui dormir, já acabou o post)



De sinapses e anões atrás das orelhas

Imaginas que abres um cérebro a meio e espreitas lá para dentro. Não é o cérebro de massa e sangue e coisas um bocado nojentas, é o outro. O que está por dentro desse, a passar por esses pedaços de ossos e tecidos. O outro, o que tem fios e ligações e milhões de caixinhas, umas fechadas, outras abertas, um emaranhado aparentemente sem lógica. Percebes uma parte, vagamente talvez, sem realmente entender o sentido de toda aquela confusão desgraçada, reconheces algumas partes, são iguais em toda a gente, outras – se calhar – sabes que são iguais às tuas. Mas o todo, o ainda outro cérebro que fica por baixo desse, onde só existem impulsos electricos, esse, falta-te um fio condutor, uma ponta que pode ser “densa em demasia” (olha, que giro, saltou agora um anão do meu ombro, a acenar esta bandeirinha!), desatas a rir e percebes.
Percebes?


Século quê?

Um dia destes, em minha casa, terei o prazer de receber uma demonstração de um aspirador. Eu não quero aquilo, não me interessa nada, mas uma amiga que comprou um indicou o meu nome (depois de me perguntar e eu, tudo bem, venha lá a rapariga mostrar o aspirador, ainda me limpa uns tapetes).

Ao telefone, a combinar o dia.

– Então e agora, desculpe perguntar, a Sôdona Catarina é divorciada?
– Não.
– Ah não? Mas eu tinha aqui uma indicação…então é casada?
– Não.
– Ah mas tem um filho…
– Sou mãe solteira.
– Ah! Prontesh, não tem problema nenhum
(era só o que me faltava, ter problemas com um aspirador por causa disso, pensei eu)
– mas é que se vivesse em união de facto
– …
– não vive, pois não?
– Não.
– Pois é que se vivesse, eu ia pedir-lhe para o seu (e aqui um silêncio), o seu (outro silêncio), bem, o senhor da casa estivesse presente na demonstração.
– …
– … então fica para dia tal.

Palavra de honra. Ainda estou a pensar se ouvi bem: o senhor da casa ter que estar presente para eu ver um aspirador. Para quê? Para me autorizar a comprá-lo???


E pronto, ta feito

E eis o meu primeiro post da vida no dia 31 de Dezembro. Ta bem, e sem acentos, isso toda a gente ja sabe e ainda estamos so no principio do ultimo dia do ano. Mas acabei de ver uma maratona de varias horas do 24horas e ainda faltam umas quantas, que nao tenho qualquer hipotese de ver amanha mas tambem nao me importo muito, vejo noutra altura. Se acaso alguem fizer copia, pois a gente agradecia: tudo isto, evidentemente, no espirito da epoca, de amor e partilha de ficheiros, na mula ja agora, fica entao a sugestao e os agradecimentos desde ja, o email aqui do tasco para eventuais avisos de colocacao de coisas a partilhar com os amigos e assim, e o miragem at gmail dot com.
Nao era nada disto que me trazia aqui (ate era, mas fica mais bonito dizer que era pelo fim do ano e nao para pedinchar, no blog, desavergonhadamente, uma copiazinha do resto da serie)e de balancos estamos conversados. Balancos sem cedilha fica ate mais apropriado: umas vezes balanSSos, outras mais balanQUos, assim encravados, como se faltasse qualquer coisa; na palavra a cedilha, no ano algumas coisas, faltam sempre e ainda bem, senao era uma grande seca, tudo isto. Ja toda a gente sabe o que penso acerca da vida em geral e dos anos em particular: sao todos bestiais, cada vez melhores, um gajo apaga o que desagrada e segue para bingo nos entravancos, entravanssos. Nunca me ocorreu desejar um ano melhor que o que terminava, porque isso de ser melhor ou pior calha e calha principalmente na forma como se olha, o classico, metade vazio / metade cheio: para mim sempre cheios, a transbordar e um gajo ainda a olhar para ele, para o ano que acaba e a dizer, epa foi do caneco, algumas coisas fodidas, outras tao extraordinariamente boas que as fodidas ja nem sei o que foram. Isso e que interessa, isso e que conta, que um gajo viva as coisas, eu sei que e um discurso gasto mas e real: um grande amigo um dia disse-me, enquanto eu lhe chorava no ombro baba e ranho das miserias e desgostos ” mas viveste essa merda toda, tas viva, melher, querias de outra forma?” e eu, no meio das lagrimas, nao, nao queria, nao queria de outra forma, quero desta, esta que me traz sempre entre o berro, a gargalhada, a lagrima, o abraco, o desliga, o volta a ligar, o gume das coisas e alguns cabelos brancos. Vale tudo a pena, mesmo as escolhas erradas, um gajo na altura achava que eram as certas ou mesmo que ja soubesse que eram erradas,mete-se nelas, escolhe, chora ou diverte-se ou ganha qualquer coisa. Um bocado como o euromilhoes na escolha dos numeros, um bocado na escolha da aposta, um bocado de sorte, um bocado de cautela e um bocado de quesalixe.

Eu dou-me bem assim. Espero ter um ano tao cheio de coisas como os anteriores, que sem coisas e que seria uma grande xaropada. E desejo a todos um bom natal, um bom ano, digo. Uma laranja cheia de casca amarga e sumo doce (eu nem gosto de laranjas, mas cerejas nao funciona tao bem como imagem).

E deixo beijos e abracos e obrigadas e, se pudesse, pregava mesmo umas beijocas barulhentas nas vossas bochechas, entre o champanhe e a porcaria das passas, entre as badaladas todas. Entre a setima e a oitava, ca estarei, prometo, em pensamento, com todos vos, isto se me lembrar.

Bem haja, rapaziada. Um bom ano para todos.


Uma contribuicao sobre o tal consumismo

Embora possa dizer que para esse peditorio ja demos em anos anteriores, nunca sera demais sublinhar que me estou nas reais tintas para a ideia de sermos todos pobrezinhos

nao, mana, nao e um post confidencial, podes sentar-te ai ao lado, eu ja te passo a net, desculpem os leitores, era um aparte

prosseguindo mais depressa que ha gente aqui na fila de espera, sermos todos pobrezinhos e, por conseguinte, so podermos oferecer merduchas a familia e amigos, de preferencia aos pares e que se usem nos pes. Pois aqui, solenemente, declaro que estoirei uma pipa de massa nos presentes que ofereci, que me deu imenso gozo escolhe-los e compra-los, que me deu imenso gozo oferece-los e que se a malta gasta as coroas nos outros, pois a mim tambem nao me parece mal isso. E se for preciso endividarmo-nos todos para que outras pessoas fiquem felizes (alem da rapaziada do visa), pois tambem nao me parece mal. A mim. Tambem me parece bem que cada um resmungue com o que acha mal, mas como este blog e meu, eu resmungo com o que me apetece.

E mais! Guardei presentes para oferecer no dia 1 de Janeiro. E hei-de oferece-los quando bem me apetecer e pena tenho eu que o visa nao seja infinito e o natal nao possa ser todos os dias. E essa coisa de ser so para criancas, ca em casa somos todos criancas nesse dia. Todos com a mesma felicidade, o mesmo prazer nos embrulhos e nos desembrulhos e nas fitas e nos sorrisos e abracos e no peru. Nos perus.Ta bem, pro ano escusam de ser tantos perus que essa conta de um peru para cada oito pessoas, isso sim, talvez seja exagero.

bebeste o meu ice tea todo enquanto tabazai a espera, notei agora…ficas mais uns minutos sem net e aproveita, vai buscar mais! Ora esta!

Adenda (para castigo do ice tea):hoje fiz belhoses de abobora. Eram belhoses de abobora na receita, afinal sairam os melhores churros que comi nos ultimos tempos. Se alguem sober como engrossar a massa ANTES da farinha, diga, a gente agradece que tambem gostavamos dos tais belhoses(este ano, de preferencia).

Beijos e abracos para todos e bom natal, caneco!