100nada






TSF: Tubo de Ensaio

Estou absolutamente rendida. Às 6 e 20 da tarde lá estou eu pregada à TSF a ouvir o Bruno Nogueira e a atirar o carro para a berma a rir. Tenho dito isto a várias pessoas; algumas delas acham totalmente marado e sem piada nenhuma. Eu acho delirante e confesso-me completamente fã do rapaz.

Hoje, Conversa com Deus (não é transcrito, mas é como me lembro)

“(…) – E aquele terramoto?
– Ah isso foi a máquina do café!
– Isso é uma metáfora?
– Não. É uma Nespresso. (…)”

“(…) agora tenho que me ir embora, deixei o Paquistão ao lume e nunca se sabe o que pode acontecer.”


Portugal a caminho de se tornar a Suiça do Oeste

De qualquer forma, enquanto fumo os meus cigarrinhos na rua – e atiro as beatas para o chão, não queria mas desapareceram todos os cinzeiros públicos do país e não quero pegar fogo ao lixo que transborda dos caixotes – tenho regozijado com toda esta sanha persecutória, perdão, todo este afã de cidadania que, de repente, a lei dos fumadores trouxe a Portugal. Prevejo agora um futuro brilhante para todos nós. Afinal toda a gente cumpre a lei e para quem não cumpre, há sempre um chibo, perdão, um cidadão consciente, que imediatamente chama a nossa excelente polícia (de costumes). Suponho que essa rapaziada toda já terá apanhado os ladrões, assassinos e outros meliantes (pois deverão ter uma lista de prioridades a cumprir, das mais graves até ao gajo que mija no poste e ao tipo que acende o cigarro no café) e, portanto, o crime está já controlado e há tempo livre para dedicar a essas infracções menores. Suponho também que, se ainda não aumentaram, deverá estar para sair um aumento das coimas aplicadas aos donos dos cães que enchem as ruas todas de, literalmente, a merda deles. E que qualquer vizinho imediatamente chamará a polícia para multar o bicho (porque o cão não tem culpa). Também não vejo agora desculpa para continuar a ser permitido vender batatas fritas e outras coisas tão saudáveis como essas, nos bares das escolas públicas; se faz mal, regulamente-se.

Principalmente vejo que afinal o povo português é tão cumpridor das leis como qualquer outro. É apenas uma questão de preço (da coima), de vontade (dos outros em que seja aplicada) e de tolerância zero da parte das autoridades. 2008 será portanto um excelente ano, onde se estenderá essa tolerância zero a todas as outras leis. Parece-me muito bem.


Venham a nós as esplanadas!

Sobre esta recente aplicação da lei do fumador apenas tenho a dizer uma ou duas coisas:

– Em primeiro lugar agradecer profusamente a todos os meus conhecidos não-fumadores que, de repente, se têm preocupado imensamente com a minha saúde, inquirindo diariamente se me estou a dar bem, se ando bem, se não tenho tido muitas dificuldades, se ando muito enervada, se agora tenho que fumar na rua, se já reduzi e se já pensei agora em deixar de fumar de uma vez por todas. Têm sido extremamente simpáticos e estou convencida que aquele sorrisinho que põem ao canto da boca, não é mais do que um sorriso de apoio e solidariedade.

– Em segundo lugar quero realmente agradecer a quem inventou os termos desta lei no que concerne aos espaços de restauração. Finalmente este país, que tem sol de Março a Novembro (uns anos mais, outros menos) vai sair para a rua e sentar-se em esplanadas. Prevejo que, o mais tardar, lá para Abril/Maio, não haverá tasca que não tenha meia dúzia de mesas cá fora no passeio (o que, convenhamos, é uma grande melhoria em relação à alternativa dos carros estacionados). E, maravilha das maravilhas, todas essas esplanadas serão de – como é evidente – fumadores. Não é que sejam realmente de fumadores, mas não será difícil para os donos e gerentes de cafés, pastelarias, restaurantes e afins, perceberem que o mais simples é dizer aos clientes: “não fumadores é lá dentro, cá fora estes senhores podem fumar”. E não será difícil também aos clientes que não quiserem levar com o fumo dos outros em cima (era esse o problema, não era? O problema do fumador passivo, certo? É que, com tanta coisa, já nem sei bem…) perceberem que o melhor é não se sentarem na esplanada ou correm o risco de levar comigo (e com os meus cigarros) em cima. É chato, é, mas que se há-de fazer? Hello, é ruaaaaaa! Oh que maçada, o meu post parece pouco isento? Claro que não é isento, eu fumo! E não quero incomodar ninguém, portanto os fumadores com as esplanadas – olé! – e os não fumadores (não me digam que não se lembraram disso nesta semana que passou enquanto dirigiam “sorrisos de apoio e solidariedade” aos vossos conhecidos fumadores) sem elas. Ou com elas e com o ar livre. Um bocado impuro, mas enfim, tal como se preocupam tanto com a minha saúde e o que eu fumo, também eu não quero que fiquem com os pulmões conspurcados: o ar lá fora já era impuro de qualquer forma…a gente fica com ele e agradece. Eu, por mim, acho que fiquei a ganhar com a troca. Nunca mais ter que ouvir, numa esplanada, “olhe, desculpe, importa-se de apagar o cigarro que ainda estou a meio do almoço?” é a melhor coisa que pode acontecer a um fumador.


O Lidl de Alvaláxia

Na semana passada, fui à loja do Sporting.

Não, não foi por clubismo, foi mesmo consumismo e solidariedade feminina, o marido de uma amiga queria, como prenda de anos, uma camisola do clube. Ora aí vamos nós – o gajedo todo – para Alvaláxia ver da camisola e, já agora, o resto.

Não sei se faz de mim uma boa ou má sportinguista não estar actualizada sobre os produtos que lá se vendem, mas como também não sei o nome dos jogadores do plantel (e já conhecer a palavra “plantel” é um pau), acho que não faz grande diferença.

Pois a loja é um espectáculo. Palavra! Um espectáculo. Não sabia que havia tanta coisa marca “Sporting” (também deve haver dos outros clubes, quase igual, só a variar na cor e no logo e, com sorte, os fornecedores serão os mesmos). Para além do que seria suposto, os equipamentos e camisolas e cachecóis, bonés e porta-chaves (que era o que eu estava à espera), havia de tudo o mais um pouco: canecas personalizadas com nome, ou a caneca do pai, da tia, do filho e do avô. Tralha vária para viagens, com bolsas de todos os tamanhos, num verde giríssimo. Dossiers A4 para os putos levarem para a escola. Toalhas e panos, pratinhos e cinzeiros e louça vária. Nada disto soa exótico? Então experimentem café marca Sporting, cuecas e soutiens, roupa de criança e bebé, pantufas, chinelos, até formas para bolos! Enfim, tudo o que se possa imaginar.
Não fui ao andar de cima mas estou convencida que se consegue mobilar e apetrechar um lar e respectiva família de sportinguistas com o que lá se vende. Um mini Ikea verde ali ao Campo Grande. Só um bocadito mais caro, mas o que é isso para um aficionado, não é?

E o melhor melhor de tudo é que, do outro lado do corredor, está um Lidl bestial, enorme, sem filas, onde se pode passar uma aprazível hora de almoço a escolher bolachas e levar as compras para o parque de estacionamento sem qualquer stress.