100nada

Uma vela no Rossio

Faz hoje 500 anos que quatro mil pessoas foram chacinadas em Lisboa. Eu não sabia. Destes mortos não reza a nossa história. Eram judeus. Foi uma limpeza que depois se branqueou no futuro dos que ficaram para a contar. Alguns dos mortos seriam nossos tetravós. Alguns dos que os mataram também.

Para que fique na memória colectiva, para que se saiba.

“que no dia 19 de Abril vão à Baixa de Lisboa e no Rossio acendam uma vela simbólica por cada uma das vítimas. Quatro mil velas que iluminem a memória.”




Auto-diálogo

– Também não tens muito mais que isso.
– Pá. não me lixes. Com saltos vou ao metro e quase setenta.
– Não te armes em alta, baixota!
– Não me chames baixota, estúpida!
– Não me chames estúpida, aldrabona!
– Metro e setenta com saltos!
– No cimo de um escadote e mesmo assim vamos indo!
– Má!
– Minorca!
– Não me chames minorca, matrafona!
– Não me chames matrafona, pindérica!
– Não me chames pindérica, parola!
– Não me chames parola, saloia!
– Não me chames saloia, pirosa!
– Muda para metro e sessenta!
– Não mudo!
– E tira-me o itálico já!
– Não tiro nada que o blog é meu!
– Também é meu!
– Não é não! É só meu!
– Egoísta!
– Não me chames egoísta, egocêntrica!
– Não me chames egocêntrica, esquizofrénica!
– Mas divertimo-nos assim, diz lá que não…
– Bem, lá isso…

– Mas olha, os desenhos são uma merda.
– Pois são.
– Os teus leitores vão dar-te mimos e dizer que não, tá visto.
– Ah agora já são os meus leitores!
– Não tenho nada a ver com isso. Eu nem desenho!
– Nem eu, ó estúpida!
– Não me chames

andsoyonandsoyon




Não sei se vá ao cabeleireiro…(act.)

21 de Abril às 18h30 – Mesa Redonda: Webblogs: o autor/editor

Local: Biblioteca Municipal Central – Palácio Galveias – Entrada livre

Com a participação de:

Francisco José Viegas

Catarina Campos (esta sou eu)

João Villalobos, autor do blog Prazeres Minúsculos

Rui Branco, autor do blog Adufe

Ana Cláudia Vicente, proprietária do Quatro Caminhos
e co-autora do Amigo do Povo

Moderador: Isabel Goulão

Temas em discussão:

A dicotomia autor/editor e a questão da validação dos conteúdos;
Novos caminhos da informação e de debate;
O uso integrado das tecnologias ao serviço da criatividade;
O uso de blogues na educação e no desenvolvimento do gosto pela escrita.


sem princípio ou fim

e depois, quem é que quer saber que há, ou poderia haver, a história dos dois miúdos que viviam dentro de carrinhos de choque em duas feiras ambulantes? Que coincidência, logo dois, em feiras diferentes, atenção, ambulantes, qual seria a probabilidade de terem fugido os dois de sítios diferentes e encontrarem, cada um do seu lado, cado um num lado qualquer, um catrapázito voador de mega velocidade? que os catrapázitos voadores de mega velocidade não se encontram em qualquer sítio! mas logo dois e os dois, os miúdos, a olharem, cada por seu lado, nesses tais lados separados, para todos aqueles instrumentos de voo e a pensarem que não seria assim tão dífícil ou tão diferente de um carrinho de choque…e ambos, numa hora qualquer, dos seus lados separados, fugiram nos catrapázitos voadores.

Quis o destino ou algum instrumento de voo automático que os catrapázitos voaram na mesma direcção e, mais tarde ou mais cedo, cada um dos miúdos viu ao longe um reflexo do seu; encontraram-se em pleno voo, num looping de asas de palhetas de aço e, sem ainda saberem sequer usar os comunicacoisaros, não se sabe porquê, ou então só porque era mais giro voar acompanhado, foram-se então, numa velocidade total e absurda, na mesma direcção. E carregaram em botões até

#comunicacoisaro1 [vês o muro over?]
#comunicacoisaro2 [roger over.]
#comunicacoisaro1 [estamos a ir para lá over.]
#comunicacoisaro2 [ya over.]
#comunicacoisaro1 [parece dura a traquismónica over.]
#comunicacoisaro2 [caga nisso bute ver over.]

alcançarem a máxima velocidade suprema em direcção ao muro (tenho que deixar de ver dragonballz, over).

O muro era do tamanho do céu, de lado a lado do desenho onde estão a duas dimensões dois catrapázitos parados mas com muitos riscos a indicar velocidade atrás deles. É sempre assim, nos mundos de dimensões paralelas, os riscos é que indicam as direcções das forças e das velocidades e das inércias

e nisto tropeço na bacia da roupa molhada e fica então o pensamento inicial completo: que isto de escrever requer tempo e eu ainda nem estendi aquela máquina.

catrapazitos.JPG