100nada

Viabilização sustentável da AR

Projecto de viabilidade económico-financeira e de sustentabilidade para a Assembleia da República, sob a nova doutrina de gestão empresarial, vulgarmente apelidada de “Fruta só em Permuta”

1. Dado que actualmente nos inserimos num meio de características extremamente voláteis, num contexto em binómio de crise económica /crise de valores, i.e., ao miserável estado de contas de Estado acresce uma alargar de demagogia, já sem falar na perversa e maldosa postura dos venenosos meios de comunicação social, que insistem em apenas dar relevo a más notícias, este projecto visa solucionar se não a primeira crise, pelo menos a segunda, sob o formato de “atiramos areia para os olhos dos contribuintes, mas ao menos fazêmo-lo de forma consistente”.

2. Passamos assim a enumerar as letras e a metodologia sistemática para um bom desempenho deste projecto:

2.a) Custos fixos da AR: cortes globais de 50% passando os restantes 50% a serem financiados da seguinte forma:

– Assinatura de protocolos com empresas fornecedoras dos serviços requeridos, em troca de fruta, perdão, de publicidade gratuita no Canal AR; não é necessário concurso público já que apenas gasta tempo, garantindo-se a transparência deste processo com recurso a prova de laço familiar. Dá-se prioridade a empresas nacionais, de preferência PME’s em consórcio, se algum deles conseguir resistir mais do que duas semanas sem se pegarem todas ao estalo.

2.b) Custos com o pessoal: cortes de 50%, passando os restantes 50% a serem financiados da seguinte forma:

– Assinatura de protocolos com centros de emprego, colocando todo o pessoal em regime de recibo verde e se não gostarem, pois há mais uma data deles na fila. Do pacote negocial, para além do salário mínimo, deverá ser ainda fornecida uma refeição quente por dia e quatro bicas, acompanhadas de pastel de nata ou similar. A água deverá sempre ser da torneira e os funcionários deverão trazer e manter os recipientes respectivos em condições compatíveis com as normas da saúde pública. Não há permuta de copos.

2.c) Custos com os deputados: não há lugar a cortes, senão amuam, fecham os computadores com muita força e abstêm-se em massa nas votações, o que, manifestamente, não é desejável para o país que, dessa forma, não pode andar para a frente; os restantes 100% a serem financiados da seguinte forma:

– Implementação de sistema de avaliação dos deputados, sendo o avaliador o Dr. Jaime Gama, que é a única pessoa que sabe o que se passa na AR;

– Assinatura de protocolos com centros de emprego, podendo ser os deputados substituídos por indicação do Dr. Jaime Gama, se a avaliação não satisfizer os critérios desejáveis: nos centros de emprego, dever-se-á dar prioridade a desempregados de longo prazo, dado deterem esses as melhores capacidades de análise do país real. Haverá também aqui uma economia adicional nos subsídios de refeição, pois para quem sobrevive a comer dos caixotes do lixo dos hipermercados, qualquer refeição quente por dia, acrescida de 6 bicas acompanhadas de pastel de nata (ou similar) serve. Os deputados podem levar os restos da cantina para casa, desde que respeitem as normas vigentes de manutenção da saúde pública.

– Viagens: os deputados deverão ter direito a subsídio de viagem em transporte público, no percurso entre a AR e o círculo pelo qual se candidataram, já que as restantes variadas moradas podem dar azo a confusões e conflitos. Nos casos em que um deputado que viva mais perto do que o círculo pelo qual se candidatou, o subsídio de viagem aplicável é o do percurso mais curto.

– Manutenção de imagem: a AR deverá assinar protocolos com empresas fornecedoras de materiais para a manutenção da imagem dos deputados, como seja vestuário, sapatos, maquilhagem, artigos de higiene e perfumaria, e outros, sendo estes custos debitados às empresas fornecedoras desses mesmos bens, em troca de espaços publicitários no Canal AR. Seria desejável que o âmbito se mantivesse no apoio às empresas nacionais, mas não descobrimos nenhuma, pelo que se poderá equacionar um alargamento à chamada zona ibérica.

2.d) Outras medidas:

2.d) i. A AR deverá efectuar todos os esforços no sentido da maximização da sustentabilidade, mormente na implementação de sistemas de energia renováveis, sistemas agro-pecuários (horta, pomar e animais de criação) e outros que se verifiquem necessários.

2.d) ii. Merchadishing: a AR deverá equacionar a venda online de produtos desta natureza, como canetas com bolhas onde está uma AR pequenina a andar para cima e para baixo, produtos de artesanato – lenços, toalhas de mesas, aventais e outros – bordados com motivos escritos, de actas de comissões de inquérito e ética, t-shirts com frases célebres como “Manso é a tua tia, pá!”, “Vai pó caralho!” ou retratos de ministros com as mãos na testa e afins, miniaturas do Jaime Gama e cachecóis e bonés com as cores dos partidos.

2.d) iii. Ateliers de tempos livres para os mais novos: os meses de Verão deverão ser preenchidos com comissões educativas na vida cívica e parlamentar a grupos etários em idade escolar, podendo os projectos neste âmbito ser igualmente de cariz partidário (projecto cada dia da semana com 1 partido), a fim de demonstrar todas as políticas vigentes e dando dessa forma aos partidos a oportunidade de angariar clientela na faixa mais nova e permeável a todo o tipo de teorias. No final de cada semana, o grupo que apresente o melhor projecto de cidadania tem direito a votar uma lei à escolha.

3. Este projecto irá potenciar não só a viabilização da AR como constituirá um exemplo para o país e para o mundo, colocando Portugal na vanguarda da gestão dos seus recursos políticos. O prazo de execução é de 6 meses, findo os quais passa o Estado a pagar juros de mora à taxa vigente a todos os contribuintes até à abertura de concurso internacional para a mesma finalidade.

(post em stereo no 31 da Sarrafada)

7 thoughts on “Viabilização sustentável da AR

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