100nada

Google Wave: primeiras impressões

Costuma dizer-se que as primeiras impressões são sempre muito importantes, quase fundamentais até. Pois é atirar o conceito fora, porque com o Google Wave não há primeiras impressões, no sentido que existam segundas: é sempre primeiras impressões.

Ao mesmo tempo que escrevo isto (numa janela de firefox), tenho ali o Google Wave aberto numa janela de Google Chrome. Porquê? Porque com o firefox crasha. Ou crashava há dois dias. Agora não sei, que ainda não testei. É que aquilo está em beta, ou seja, está em fase de testes. E é mesmo sempre a testar. Coisas que funcionavam deixam de funcionar, coisas novas aparecem, enfim, parece uma animação. E é. Ao mesmo tempo que escrevo, caem dezenas de waves públicas numa da janela do meu Gwave. Sim, o meu Gwave, que eu agora sou Gwaver (para se irem habituando aos termos).

Mas antes de ir a detalhes e impressões, primeiras e outras primeiras, afinal que raio é esta coisa do Google Wave, perguntam os meus caríssimos leitores e perguntam muito bem. Perguntam é à pessoa errada, que eu também não sei. O que sei é que é o geek clube mais selecto do mundo, já que apenas se entra por convite e os convites são escassos. Eu sei que o mundo é muito injusto e não há direito que tantos informáticos informados e interessados estejam à espera de convite há meses e eu, esta mera tonteca nessas áreas, tenha dito no twitter que também queria um convite, desde que houvesse Google Wave em lilás e tenha recebido um do @t3mujin: grande bem haja, João Almeida! (embora não tenha a certeza que o facto de ter recebido convite dele em vez o ter gasto noutra pessoa mais merecedora, lhe granjeie grandes amigos…)

Realmente não havia em lilás mas isso só descobri depois de entrar. E também não havia mais convites, coisa de também descobri depois de entrar. O que havia era mesmo uma carrada de amigos novos no twitter, quando anunciei que tinha um Gwave, amigos esses que nunca tinha visto em lado nenhum, nunca me tinham dirigido a palavra, mas já agora queriam um convitezinho. Tá-se mesmo a ver que, mesmo havendo, iria haver para esses, quando amigos meus continuavam à espera e muitos ainda continuam. Já sem falar nas minhas amigas, que fazem lá muita falta para se finalmente criar a wave tuga sapatos. A seu tempo. O que havia de convites era para os primeiros users, que foram convidados por gente do google e que, por sua vez, tiveram direito a convidar 8 pessoas cada. Agora pararam os convites, lamento (info encontrada na timeline da wave Portugal, cujo link deixo aqui embora não sirva senão para quem tem Gwave, e mesmo assim não tenho a certeza).

Já estou a ouvir os meus leitores (os que ainda aqui estão a ler) a berrarem “não percebo nada do que estás a dizer! estás a falar em código! Mas afinal o que é essa porra?!” e posso sempre deixar um videozinho bastante útil (mesmo aqui acima), que aposto que não vão ver, mas onde aparece uma frase gira que é mais ou menos isto:

“- Se em vez de se ter inventado o email há uns 40 anos, o inventássemos agora, como é que seria?”

e o resultado foi o Google Wave, onde foram incorporadas as novas tecnologias.

Na prática é um IRC moderno, um coiso, uma aplicação ou um coiso, ok, sei lá como se chama aquilo, que tem tudo em um. É email porque tem contactos, mas é IRC porque fala tudo ao mesmo tempo em waves que parecem mesmo mesmo mesmo salas de chat de IRC mas sem moderadores, ou melhor, com todos moderadores, porque toda a gente pode alterar – acho… – e é google docs porque se pode fazer uma wave com um documento e depois todos os participantes daquela wave podem ir alterando, e quem diz docs, diz pics e videos e mapas, hum

vou dar o exemplo clássico que eles dão. Imagine-se que um grupo de amigos quer fazer uma viagem. Abrem uma wave. Um mete um google map do sítio. Outro mete as horas das saídas. Outro linka os hotéis e manda fotos. Toda a gente vai discutindo na wave e alterando e acrescentando e combinando. Depois voltam do fim de semana. Metem pics. Contam histórias. Metem links do site onde estão mais fotos. E por aí fora.

Isto depois serve para tudo, incluindo discutir temas a sério, claro, como o anúncio do Pingo Doce, perdão, a ionização dos átomos do carbono 453 ou o choque das particulas de Alpha Centauri no século 400 biliões A.C. ou coisas em caracteres japoneses entre users (gwavers!) com avatares anime, que serão provavelmente interessantíssimas ou ainda que botas se vão usar este inverno. Dá para tudo. Dá para tudo, menos para os utilizadores utilizarem, já que só lá estão meia dúzia, que é como quem diz, uns cem mil ou isso. A nível mundial isso não é nada (e mesmo assim crasha e é lento e não funciona: só pra verem…).

Mesmo assim e voltando às primeiras impressões e às segundas primeiras impressões e às terceiras primeiras impressões. Cada vez que ligo aquilo tenho a sensação que é coisa nova. Que se está a passar imensa coisa ali mesmo ao lado nas waves públicas que vão caindo na pesquisa a uma velocidade estonteante. Mas se calhar, não está. Se calhar é só mais gente a perguntar “afinal o que é isto?” .

Claro que eu não perceberia nada disto – o pouco que não percebo – nem escreveria este post não fosse o meu guru da onda geral portuguesa: o @koshdukai. Quando lá chegarem, é um bom contacto a adicionar. 😀

Glossário:

Google Wave: Gwave
Google Wave User: Gwaiver
Uma wave é …er…uma wave, constituída por entradas, updates que se chamam blips.
O resto googlem!

26 thoughts on “Google Wave: primeiras impressões

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  5. snowgaze

    não tenho tempo para o vídeo mas… um grande obrigada pela explicação, andava cheia de curiosidade de perceber o que era isso do gwave e agora já sei. Quando arranjar um convite bora lá discutir sapatos (ou botas, agora é mais botas)? 😉

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  9. São estes teus post’s de caracter mais tecnológico aqueles que mais admiro aqui, Catarina. Um tipo sai sempre elucidadissimo e avisado: a seguir é só estar atento a alguem que explique o que aqui porventura tu nos quiseste explicar … embora sem as waves de graça com que tu o sabes fazer.
    bjs

  10. catarina

    Snowgaze, obrigada. :) A ver quando discutimos sapatos e botas (vai ser mais botas, quando ficar mais frio ;)) por aqueles lados.

    Zé, obrigada. beijos (guru nada, lol).

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  15. Vítor I

    Pois isto agora é só Twitter (não sei porque carga d’água não te consigo enviar replys), Facebook, quintas virtuais e outras tretas que tais e o 100nada fica sem nada. Bem podes dizer que eu tô na mesma, mas o meu não é um blogue de referência com responsabilidades e de qualquer modo tenho a desculpa de estar a trabalhar nos bastidores.

    Quanto ao Google Wave (depois de ter deixado passar ao lado um convite 2 dias após o lançamento): too much hype, too much Google Big Brother. (where’s my invitation?!)

  16. Pingback: Notas (in)Coerentes » Google Wave: A web 2.0 continua a crescer.

  17. Vítor I

    Será que sou só eu que estou preocupado? Um mês sem publicar, até o Twitter está mudo. Sendo a Cat tão cibertagarela isto é muito estranho…

  18. Marcellus

    Olá amigos, adorei o Post, adorei seu modo de escrever é encantador.
    Pra quem ainda não arrumou convites ae vai a dica: Pessoal, tem centenas de pessoas ofertando eles no Twitter, tá até bem fácil de ganhar. Dá uma olhada nesse que eu achei, tem pouca gente e é só add que concorre.
    http://www.twitter.com/taseguro
    Espero que consigam, bjos e abrxss

  19. ElectroescadaS

    Mesmo assim e após estes dias todos ainda não vi aplicação prática para o “tudo ao molho e fé em Deus”. Se calhar porque a maioria da malta com quem comunico se baseia em Facebooks e Messengers para espalhar o “evangelho”

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