auto-diálogo
– tu passas-te não é?
– não.
– é é!
– tá bem, é.
– não me faças a vontade!
– então, não.
– passas passas! e de maneira!
– nem por isso.
– ai não?
– não.
– que caralho é aquilo então?
– qual aquilo?
– não te faças desentendida!
– palavra que não sei.
– se não soubesses não estavas agora a escrever este auto-diálogo!
– tá bem, tá bem…
– vês?
– vejo o quê?
– como tu és.
– eu não. e tu, vês?
– não, não vejo nada…
– então vês!
– …passas-te é o que eu digo.
– não passo nada.
– passas sim.
– não me maces.
– és sempre assim.
– não oiço nada! não oiço nada!
– tira as mãos dos ouvidos!
– não oiço nada! não oiço nada!
– …
– não oiço nad
-…
-ainda tás aí?
– não.
– ah. era só isso? posso ir dormir?
– podes podes…(passas-te)
– disseste alguma coisa?
– nada nada.
– bem me queria parecer.
enganei-me caneco, xacáler isto outra vez…não, afinal tá tudo certo
- Tramado isto!
- ai
De vez em quando, sim.
– sim, de vez em quando, sim.
– nem penses!
– mas quem é que está a responder a este comentário?
– eu!
– não! eu!